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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

5 clubes de leituras que você precisa conhecer #SextadoBlog 04

sexta-feira, agosto 05, 2022 10
Foto por Julia Kicova, via Unsplash.


Oi, gente!
Em tempos tecnológicos, ler pode ser um desafio. Por isso, estar acompanhado nesta aventura é sempre uma boa pedida. Sendo assim, vem comigo que vou te contar um pouco mais desse universo que tem livros para todos os gostos!

As vantagens de participar de um Clube de Leitura

Foto por Christin Hume, via Unsplash.


Clubes de Leitura são ótimos, porque eles nos fazem colocar o hábito de ler de fato na agenda. Além disso, podem facilitar leituras mais complexas — por terem na mediação alguém que tem mais contato/conhecimento teórico com os livros lidos. Participar de um clube de leitura pode ainda ampliar a nossa experiência e visão de mundo sobre temas importantes da nossa sociedade. Fora o fato de que esses grupos sempre nos apresentam gente nova. 😍

Além disso, para quem é escritor, essa é uma ótima forma de conhecer potenciais leitores e estreitar laços. 💚

Os modelos de clube de leitura


Existem diversos modelos de clube de leitura: presenciais, on-line ou híbridos. Com um encontro por livro ou com mais de um encontro por livro. Gratuitos e pagos. Focado em um determinado público ou aberto a todos. 

Abaixo selecionei cinco coletivos/grupos de leitura que são mediados por pessoas incríveis (que eu conheço e recomendo) para que você possa encontrar uma leitura para chamar de sua!

Coletivo EscreViver


Coletivo EscreViver no Instagram.

O Coletivo EscreViver é um clube do livro voltado para mulheres, que lê livros escritos por mulheres. Os encontros são intercalados entre presencial (na Biblioteca do Parque Villa-Lobos, em São Paulo) e virtual e acontecem uma vez por mês — sendo assim, é legal que a participante tenha lido o livro como um todo. Sempre que possível, a autora do livro lido é convidada para participar da reunião e conversar com as leitoras. 

Público: mulheres
Participação: gratuita
Modalidade: híbrido (presencial e online)
Saiba mais no Instagram: @coletivoescreviver

Lendo Escritores Negro-brasileiros

Lendo Escritores Negro-brasileiros no Instagram.


Mediado por Camilla Dias, o Lendo Escritores Negro-Brasileiros é aberto a todos que querem reconhecer o Brasil por meio da literatura produzida por escritores negros nascidos no Brasil. Os encontros acontecem on-line, uma vez por mês. Quando possível, o autor lido é convidado para estar presente no encontro e contar mais do livro para os leitores.

Público: geral
Participação: para saber como participar, escreva para: contatocamillaeseuslivros@outlook.com
Modalidade: online
Saiba mais no Instagram: @lendoescritoresnegrobra


Leia Mulheres

Leia Mulheres no Instagram.


O Leia Mulheres é um clube de leitura fundado em São Paulo, por Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques, que cresceu e tomou forma. Hoje há diversos clubes de leitura que fazem parte da rede do Leia Mulheres em quase todo o Brasil, na Alemanha e em Portugal. Cada Leia Mulheres regional escolhe um livro para ser discutido no mês, então é bacana que você tenha lido a obra toda para participar da discussão. 😉

Para saber como participar o Leia Mulheres da sua cidade, clique aqui.
Participação: gratuita.
Modalidade: presencial 
Saiba mais no Instagram: @_leiamulheres.


Estudos de Yoga Espaço Samadhi

Espaço Samadhi no Instagram.


Desde 2019, o Espaço Samadhi é um estúdio de Yoga onde não há preocupação somente com a parte física da prática. Desde então, o Espaço tem um grupo de estudos para, conjuntamente com cada praticante, construir conhecimento sobre o Yoga, que é um sistema filosófico que vai muito além das posturas que costumamos ver. Além de um código ético e moral, a filosofia oferece sugestões de conduta em relação a si mesmo e aos outros. Com a pandemia, surgiu a ideia de manter os estudos online e com a leitura de textos sobre essas bases filosóficas. É fornecido aos participantes um cronograma de divisão da leitura, para que as discussões das obras sejam feitas aos poucos. Desse modo, o entendimento é criado e compartilhado em conjunto, através de trocas ricas e bastante livres. Normalmente, a contribuição financeira para participar é voluntária e livre e as informações sobre o grupo e os livros lidos são divulgados no Instagram @omsamadhiyoga.

A partir de agosto deste ano, a estrutura do grupo vai se alterar e a leitura vai ser feita de outra forma, até que se tenha mais participantes com mais bagagem para se juntarem ao nosso grupo maior de discussão. Neste mês, o Espaço promove a leitura dos Yoga Sutras de Patanjali, livro que define as bases da prática de yoga, com apenas uma discussão final, ao invés de vários encontros, já que o livro é mais curto e simples.

Para participar: entre em contato com a Anna via Instagram.
Participação: contribuição voluntária
Modalidade: online
Saiba mais no Instagram: @omsamadhiyoga.
Vale dizer que eu faço parte desse grupo e acho MARAVILHOSO!

Clubinho de Leitura do Pequena Jornalista

Pequena Jornalista no Instagram.


No meio da pandemia, a jornalista e blogueira Carol Daixum descobriu um dos maiores benefícios da leitura coletiva: poder comentar sobre aquele livro com alguém. Ela até contava para o noivo sobre o que lia, mas era diferente. Então, decidiu criar o Clubinho do PJ, com o intuito de ler histórias que abordassem temas importantes, mas de maneira leve, como romances e chick lit. Conforme a própria Carol comenta, "Claro, a gente cai em algumas pegadinhas, mas todas nos ensinam hahaha". Os participantes sempre debatem a leitura em encontrinhos online, que chamam carinhosamente de "date literário".

Os participantes recebem um cronograma de leitura que, normalmente, conta com um sprint de leitura do primeiro capítulo e dois dates literários: um no meio e outro no final de cada livro.

Para participar: entre em contato com a Carol via Instagram ou por e-mail (pequenajornalista@pequenajornalista.com) 
Participação: gratuita.
Modalidade: online
Saiba mais no Instagram: @pequenajornalista.

E você?

Você participa de algum clube de leitura? Me conta nos comentários! :)


Este texto faz parte de uma blogagem coletiva. Veja abaixo os outros blogs participantes:



Caso você queira ler os outros posts que eu escrevi na #SextadoBlog, acesse: 
 ♡ 01 ♡ 02 ♡ 03 ♡
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terça-feira, 12 de julho de 2022

Planejando o segundo semestre

terça-feira, julho 12, 2022 8
O que você ainda quer realizar? 
(Foto por Marissa Grootes, via Unsplash)


Julho chegou e com ele a necessidade de ver o que ainda é possível salvar fazer ainda este ano. Que eu gosto de pequenos marcos, quem me acompanha aqui há mais tempo já sabe, mas o que eu gosto mesmo é que esses momentos de revisão e planejamento me ajudam a não perder o foco, sabe? Como eu sempre estou fazendo muitas atividades ao mesmo tempo, é muito fácil eu me perder. Sentar e me organizar me mantém no caminho que eu quero trilhar para mim mesma.

Primeiro: revisão

Foto por Arnel Hasanovic, via Unsplash.


As áreas da vida

Eu gosto de fazer o exercício da roda da vida, em que analiso o meu nível de satisfação nas seguintes áreas: Equilíbrio Emocional, Saúde e disposição, Desenvolvimento intelectual, Carreira e trabalho, Recursos financeiros, Projetos, Família, Amor, Vida social, Hobbies e lazer, Plenitude, Espiritualidade, Contribuição com o mundo, Espaço físico. Dou uma nota para cada uma das áreas, de modo a ver o que precisa de alguma ação (ou não). Embaixo das notas, escrevo um pequeno parágrafo para registrar o que a reflexão me trouxe. Este exercício me ajuda a encontrar um foco para um ponto que esteja crítico ou para continuar fortalecendo uma área que esteja boa.

E os objetivos do ano, meu bem?

Depois releio os objetivos que eu tinha traçado para o ano todo. Ali, vejo o que já foi feito e avalio o que ainda faz sentido continuar na lista, o que não tem mais relação com o que desejo. Também penso se tem alguma demanda nova que surgiu ao longo do primeiro semestre que precisa ser acrescentada. 

Há pendências?

Normalmente, em junho, eu tento zerar as minhas pendências para o segundo semestre. Além dos objetivos do ano, tento organizar coisas práticas: a pasta de downloads do celular e do computador, as respostas no e-mail, delegar tarefas que precisam etc. Se ainda fica alguma dessas pendencias, eu anoto para realocar para o semestre seguinte.

Há registros?

Eu gosto de fazer alguns registros de saúde mental, física (minha e das gatas) e financeira, então aproveito esse momento de revisão para atualizar esses registros. Assim como acontece com as metas do ano, às vezes é preciso tomar alguma ação (marcar vacina das gatas, por exemplo).

Um dia/talvez? As metas para vida

Aproveito para ver se há algo da minha lista de um "um dia/talvez?" que possa ser incluído nas tarefas, compromissos e projetos. Como as metas para a vida fazem parte do que desejo fazer, não do que eu tenho que fazer, fica mais fácil colocá-las no planejamento conforme a flexibilidade da rotina.

Nessa hora também costumo pesquisar algo que esteja de olho, por exemplo as datas das festas/feiras/eventos literários e o calendário de inscrição de algum curso. Se compensar, incluo no planejamento.

Depois: planejamento

Foto por Nick Morrison, via Unsplash.


Área de foco

Há alguma área da vida que eu precise focar? Se sim, quais serão as ações necessárias? Aqui faço um plano estratégico para elas.

Quais são as datas fixas e quais são os prazos?

Faço um pente-fino no calendário para ter uma visão de datas que já estão fixas e que não podem ser mudadas por mim: feriados, aniversários, eventos, calendário de vacina (meu e das gatas) etc. Isso me deixa com uma visão real de quanto tempo eu tenho para realizar tudo o que preciso até o fim do ano. 

Às vezes, a data exige alguma ação anterior (agendar uma consulta, comprar um presente, guardar dinheiro etc.), então colo isso no calendário também (já que há uma data limite para cada uma dessas ações). 

Distribuição temporal

Distribuo as tarefas no planejamento mensal (aquilo que eu quero fazer no mês, sem uma data específica), coloco o que tem data específica na agenda e crio os trackers para monitorar o que precisa ser monitorado. Assim fica fácil de saber o que precisa ser feito e quando.
Normalmente eu começo essa divisão começando pelo trabalho, porque gosto de passar o calendário do semestre para os meus alunos. Como essa é a maior área que eu tenho datas fixas, começo por ela.


Com tudo isso pronto, posso começar o semestre com mais tranquilidade. :)

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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Novo curso: Poesia ao Sol e à Sombra

quinta-feira, setembro 30, 2021 14
Vem ler e escrever poesia!


Oi, pessoal! 
Andei um pouco sumida porque estava preparando uma novidade muito INCRÍVEL. 😍

Ao longo dos últimos meses, meu amigo e poeta Rafael Farina e eu preparamos com muito carinho um curso de leitura e escrita de Poesia, o Poesia ao Sol e à Sombra. Então, se você sempre teve um medinho de ler poemas ou sempre teve vontade de entender mais sobre esse assunto, chegue mais. 😉



Ao longo de 8 encontros, Rafa e eu pretendemos criar um ambiente em que seja possível a expressão criativa por meio da linguagem poética (seja ela expressa na poesia ou na prosa). Para isso, vamos analisar o que torna um texto um bom texto poético, elaborar textos a partir das nossas próprias vivências e influências e dialogar sobre as diversas formas artísticas pelas quais perpassa esse tipo de linguagem. 

Abaixo deixo as informações complementares e o convite para que você se junte a nós! 😉

Sobre o curso Poesia ao Sol e à Sombra


Público-alvo:
Todas as pessoas que desejem conhecer mais sobre o processo de leitura e escrita de poesia e criatividade. Não precisa ter experiência prévia em escrita. 

Programação: 
  • Aula 1: Ao Sol e à Sombra 
  • Aula 2: Microscópio e luneta 
  • Aula 3: Referências e reverências 
  • Aula 4: Poema desentranhado 
  • Aula 5: Estilos e instintos 
  • Aula 6: A crise lírica 
  • Aula 7: Faxina 
  • Aula 8: Ponto de partida 
Datas: as aulas serão de 13/10 a 01/12, uma vez por semana, sempre às quartas-feiras.
Horário: 19h às 20h30 (horário de Brasília). 
Inscrições: via Sympla. 

Sobre os professores:

Fernanda Rodrigues é uma paulistana apaixonada por gatos e café. Atualmente é escritora, professora escrita literária, revisora, preparadora de textos e cofundadora do Projeto Escrita Criativa. Já trabalhou com textos de mais de 30 autores independentes, tem uma mentoria de escrita para autores iniciantes e um grupo de estudos de escrita literária. De formação é especialista em Docência em Literatura e Humanidades e em Produção e Crítica de Textos Literários, além de ser bacharel e licenciada em Letras. É autora do livro A Intermitência das Coisas: sobre o que há entre o vazio e o caos (Editora Penalux), 3º lugar no Prêmio SESC Crônicas Rubem Braga (2017) e escreve no site Algumas Observações, no ar desde junho de 2006. | Instagram: @fe_notavel

 

Rafael Farina, 39 anos, autor de Falhas que só existem no Sul (2018) e Ossos açucarados (2021). Participou de oficinas literárias com autores como Marcelino Freire, Daniel Galera, Marina Wisnik, e Xico Sá.Palestrante na Feira do Livro 2020 de Bento Gonçalves/RS, com o tema: “Poema e identidade - O desenvolvimento do eu na poesia”. Tem poemas inéditos publicados na Revista Mallamargens e na Rusga Revista. | Instagram: @rafael.com.f


Esperamos por vocês 😉
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domingo, 7 de março de 2021

Minha estreia como escritora de material didático

domingo, março 07, 2021 6
Foto por Nick Morrison, via Unsplash.

Semana passada a Fundação Telefônica Vivo lançou uma série de e-books que têm como objetivo apoiar professores e alunos do ensino médio a desenvolverem habilidades de vida partindo de conteúdos relacionados às diversas competências previstas no currículo escolar e às tecnologias digitais.

Eu participei da produção do caderno Narrativas Digitais: narro, logo existo! Registrar meu mundo e construir histórias, como autora da introdução às narrativas digitais e das atividades ali contidas e como consultora técnica pedagógica. Tanto o caderno que escrevi, quanto os outros cinco estão disponíveis para download gratuito no site da Fundação Telefônica Vivo e podem ser baixados em conjunto ou individualmente.

Capa. Para baixar o arquivo do livro, clique aqui.

Conforme noticiado no site da Fundação Telefônica Vivo (você pode ler a reportagem completa aqui), esse material será usado na formação de professores dos estados do Amazonas e de São Paulo. Bacana demais, não é mesmo?!

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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Você já defendeu o livro hoje?

segunda-feira, agosto 17, 2020 22
#DefendaoLivro!

Quero começar o post de hoje com algumas perguntas:
  • Na sua escola (ou nas escolas em que você estudou) havia uma biblioteca organizada e acessível? Nela chegavam os últimos lançamentos literários e científicos?
  • Na sua cidade há bibliotecas públicas? Nessas bibliotecas há livros novos nos catálogos?
  • Você já deixou de comprar algum livro por causa do preço dele? Ficou namorando um tempão, esperando por promoções na Amazon ou pela Black Friday para comprar algum título (seja ele para lazer ou para estudo)?
  • Você conhece alguém que não diz que não gosta de ler, justamente porque nunca teve acesso decente à leitura?
Acredito que, se você respondeu "sim" a pelos menos uma dessas perguntas, você sabe o quanto os livros são fundamentais na formação da nossa sociedade, certo?! Então, vem aqui que eu quero te contar o que anda rolando.

Defenda o livro (ilustração dos livros protestando contra a tributação proposta pela reforma tributária)
Você já defendeu o livro hoje?! (Imagem por Companhia das Letras)

O que tem que acontecer?

Quem tem acompanhado a política brasileira sabe que estamos passando por um período de reformas. Primeiro foi a da previdência, agora estão em pauta a fiscal e a que vai rever os cargos públicos. Muito tem sido discutido sobre todos esses assuntos e, independentemente de posicionamento ideológico (seja você de direita, de esquerda ou do centro), é fundamental que tentemos compreender as diversas propostas e os impactos positivos e negativos de cada uma delas.

A proposta de reforma fiscal traz uma reformulação na forma de arrecadação dos tributos. A ideia, pelo o que eu compreendi do que li e vi, é que o governo consiga arrecadar mais dinheiro para arcar com as contas públicas e, ao mesmo tempo, simplifique o modo de como essa taxação é feita (vale lembrar que a tributação é complexa para brasileiros e estrangeiros que querem investir aqui). 

Até aqui, tudo lindo, certo? Certo. O ponto é que a proposta apresentada quer incluir nessa tributação os livros. Não entendeu? Continue lendo. 

O que está de fato acontecendo?

A proposta entregue quer criar uma taxação única para produtos e serviços de 12%. Isso incluiria os livros, que até agora são isentos de tributação. O argumento dado pelo ministro da economia, Paulo Guedes, é que o livro é um produto consumido pela elite brasileira que pode pagar pelo produto e, consequentemente, por esse imposto. 

Essa isenção foi elaborada pelo Jorge Amado. Além de ser escritor, Amado foi parlamentar constituinte e criou essa proteção ao mercado livreiro (em 1946) como forma de democratizar a leitura. Isso se manteve na legislação e foi reforçada por outra lei (a nº 10.865, art. 28) estabelecida em 2004:

Print do artigo 28 da lei nº10.865 de 2004)
Para ler a lei nº10.865 completa, clique aqui.

Agora, se o livro deixar de ser isento, seu valor ficará muito mais caro para o consumidor (seja ele pessoa física, escolas ou bibliotecas), o que vai na total contramão da ideia de Jorge Amado de democratizar a leitura e o conhecimento literário e científico da população.

Trecho do Manifesto em Defesa do Livro
Trecho do Manifesto em Defesa do Livro. Para ler o texto completo, clique aqui.

Por que é absurdo?

Eu sei que algumas pessoas podem se perguntar: "mas Fê, o Paulo Guedes não disse que o governo vai ampliar o acesso de outros modos?" Sim, ele disse. Mas aí eu volto para as perguntas que abriram esse post. Na prática, a gente sabe que é difícil ter bibliotecas organizadas e livros baratos SEM a taxação, imagine com ela? Outro ponto a se pensar é que é obrigação do governo garantir acesso a educação e cultura com ou sem isenção dos livros. Então, não podemos perder um direito para ter acesso a outro. Isso não faz o menor sentido.

É importante pensar também que, uma vez aprovada essa medida, o governo passará a receber mais do que o próprio autor do livro. Por convenção, o escritor recebe até 10% do preço da capa; o governo ficaria com 12% do preço do livro. 

Caso o imposto passe, daria para manter o valor atual?

Talvez você esteja se perguntando se seria possível aumentar o valor recebido pelo autor ou manter o preço atual do livro caso essa proposta passe e haja mesmo com a taxação. A questão é que os outros 90% não ficam todos com a editora. Eles são usados para pagar o editor, o revisor, o capista, a gráfica, o transporte, a distribuição, os profissionais do marketing que criam o material de divulgação, os brindes para os leitores... Só uma pequena parte do valor de capa fica com a editora. E aqui vale uma nota importante: o papel do livro impresso é comprado em dólar e, com essa alta, fica ainda mais difícil baratear a produção.

Subir o preço do livro é dificultar ainda mais o acesso de quem tem pouca renda e não garantir o direito constitucional de educação e lazer que cabe a todos nós.

Como ajudar?

Se posicionando! Leitores, escritores, editoras, livreiros, bibliotecários e todos que amam o livro estão debatendo o assunto de forma a: 1. fazer com que o governo não taxe os livros; 2. discutir outras alternativas que resolvam o problema da arrecadação tributária.


Imagens por Companhia das Letras.


Você pode ler o manifesto escrito em defesa do livro, clicando aqui. Você pode assinar a petição em defesa da isenção do livro, clicando aqui. Aproveite para compartilhar o link da petição com seus amigos e familiares. Bora ampliar esse debate?

Conto com a ajuda de todos vocês! #defendaolivro
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O que ando lendo, vendo, ouvindo e estudando #2

quarta-feira, agosto 12, 2020 20
Foto por Sincerely Media, via Unsplash.


Eu fiquei surpresa com a resposta de vocês com o post que escrevi no dia 09 de abril, contando o que ando lendo e vendo quando estou em casa. Então, já que vocês gostaram tanto, resolvi fazer disso uma série contando o que li e vi de lá para cá. Faz tempo, eu sei. Algumas séries que comecei no mês em abril ainda continuam na minha lista, então não irei repeti-las neste post.

Blogs, sites e newsletters:


Livros:

  • Falhas que só existem no Sul, de Rafael Farina;
  • O legado das deusas, de Cristina Baliero;
  • Todas as crônicas, de Clarice Lispector;
  • Os Nove Arquétipos da Alma Feminina, de Cherry Gilchrist.

YouTube: 

Músicas:
Estudos:

Cursos online: 

De um modo geral, é isso! Agora é a vez de vocês, contem aí nos comentários: o que estão lendo, vendo, assistindo, estudando? 

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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Não tenho respostas, mas continuo tentando

sexta-feira, junho 05, 2020 20

Imagem de um muro amarelo com título da postagem sobreposto: Não tenho respostas, mas continuo tentando.
Imagem de Pexels por Pixabay.

2020 está sendo um ano muito curioso no sentido das
transformações: interna e externamente, tudo vem mudando, de forma acentuada. A carreira, as amizades, o amor (talvez), a sociedade. O que é bom está ficando mais forte e o que é ruim está sendo jogado fora sem dó nem piedade.

Talvez por isso mesmo, que escrever tem se tornado um processo diferente para mim. Se antes eu sentava, levantava uma agenda para o blog e trabalhava para que ela acontecesse, agora eu preciso olhar para fora e para dentro, tentar compreender essa equação e, só assim, criar. As mudanças trazem consigo oscilações entre alegrias e tristezas. Entre felicidade e revolta. Entre amor e desprezo. É nessa montanha russa que sigo. Seguimos.

Ontem comentei nos stories do meu Instagram que, até um tempo atrás, estava com muita vontade de comemorar o primeiro ano do meu primeiro livro, A Intermitência das Coisas. Entretanto, ver o número crescente de mortes ao meu redor (seja por corona vírus, seja por racismo), foi cortando o meu barato. Como comemorar algo com tanta gente morrendo? Por outro lado, sou mulher, sou negra e fui publicada. Só quem está no mercado editorial sabe como isso é difícil de acontecer. Será que comemorar o meu livro não é um meio de inspirar outras mulheres negras a correrem atrás do próprio sonho? 

Vidas negras importam (ontem, hoje e sempre).

O mundo está divido, e eu, muitas vezes, não consigo respirar. Eu não consigo respirar quando olho para fora e vejo a indiferença e a irresponsabilidade dos nossos governantes. Eu não consigo respirar quando hospitais de campanha não são abertos mesmo já estando construídos ou tendo verba para tal, quando gastam fortunas e chegam equipamentos errado no Pará, quando vejo médicos tendo que escolher quem vai ou não para a UTI. Eu não consigo respirar quando vejo a verba do Bolsa Família sendo cortada no Nordeste ou quando milhões de brasileiros ficam na incerteza da aprovação do recebimento do auxílio emergencial. Eu não consigo respirar quando vejo pessoas sendo despejadas e indo morar nas ruas sem terem o que comer. Eu não consigo respirar quando a polícia atira numa criança, quando vejo uma mulher branca matando uma criança negra. Eu não consigo respirar quando vejo que um policial branco assassinando um homem negro por puro prazer. Estou há quase três meses sem sair de casa e, daqui do meu privilégio de ter um lar, eu me sinto MUITO impotente.

Cada vez que eu penso em atualizar o blog, alguma notícia chega e leva um pouco da minha esperança. Por isso o meu silêncio. Por isso o meu sumiço (daqui e da leitura dos blogs que eu tanto amo). Precisava de um tempo para entender como equilibrar os acontecimentos bons da minha vida pessoal (que, a passos lentos, está seguindo uma transição para um rumo menos tóxico), com o que chega de fora. Precisava de um tempo para entender como eu posso ecoar a minha voz para apoiar outras pessoas, para me unir a essa luta por um mundo mais justo. Macro e micro devem andar juntos, por mais que eu não saiba bem como. Ainda não cheguei a uma resposta exata da melhor maneira de fazer isso, mas continuo tentando. 

Em um post que escrevi em março, eu havia dito que não pretendia falar mais da pandemia aqui no blog, porque entendo o quanto todos nós precisamos de afeto nesse momento tão complexo (que inclui o luto de muitas pessoas que amamos). Acho que estou falhando miseravelmente na missão, mas não vejo outro modo de seguir por aqui. Manter o silêncio é uma forma de se posicionar e não é essa a que está de acordo com aquilo que acredito e com o futuro que eu sonho para todos nós. Por isso escrevo este texto.

Essa semana, enquanto estava em uma conversa com a 3ª série do Ensino Médio, um aluno me perguntou o que eu penso sobre o silêncio de figuras públicas, a exemplo de Neymar Jr., diante dos últimos acontecimentos globais. Eu fui honesta ao dizer que impor algo a alguém é complexo, mas que vejo que uma pessoa pública tem nas mãos um poder grande de trazer à tona a discussão e de fortalecer o diálogo (tanto usando as plataformas da Internet, quanto fora delas). Vivemos em uma sociedade em que todos estão habituados com respostas rápidas para tudo (oi, Google!), contudo, diante dessas mudanças em tantas áreas ao mesmo tempo, não dá para colocar tudo em caixinhas, ter soluções, sair dizendo o que é certo ou errado, sendo que há tantas perspectivas postas à mesa. Não dá para querer a exatidão em uma fração de segundos. Vejo que trazer a discussão à tona e ser honesto falando que está estudando o assunto, que está tentando entender, que está na busca para contribuir com a sociedade pode inspirar os outros a fazerem o mesmo. Como professora, escritora e cidadã, vejo que é isso que a gente precisa agora: não de pessoas que assumam um único lado da narrativa como algo perfeito e inabalável, mas sim de sujeitos críticos e pensantes, que busquem ouvir, pesquisar e compreender as diversas vertentes, recursos, interesses e responsáveis de forma racional, objetiva, compromissada consigo e com quem estiver ao seu redor.

Foi por tudo isso que me ausentei do blog. Estava processando a vida real. Por causa dessas conversas (com a minha família, com os meus amigos, com os meus alunos, com os meus livros) que dei esse passo atrás de parar a produção de conteúdo por um tempo. Também foi por conta dessa reflexão que volto agora (talvez ainda sem uma regularidade e uma agenda). Quero continuar essa caminhada, essa busca, ao lado de todos que me leem. Mais uma vez: não tenho respostas (e, dependendo do momento, fico sem ar e sem forças), mas quero e vou continuar abrindo diálogos e, sobretudo, continuar lutando. 

Você vem comigo? 

Aproveito para lembrá-lo de que criei uma página aqui no blog chamada QUARENTENA e que nela vocês podem encontrar diversos empreendedores, causas e organizações sérias para apoiarem durante esse período. Para acessá-la, clique aqui.

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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Recursos digitais criativos

quarta-feira, abril 01, 2020 16
Imagem de Andrian Valeanu por Pixabay.
Oi, pessoal!
Espero que vocês estejam bem. O post de hoje é voltado para todo mundo que precise construir materiais em casa nesses tempos de trabalho remoto (home office). Como vocês sabem, sou professora e, assim como vários colegas, estou produzindo videoaulas para os meus alunos. Tem sido um bom pico de aprendizado (desde adaptação do planejamento ao uso de recursos tecnológicos), ainda que extremamente exaustivo. É complicado demais replanejar as 24 aulas semanais e adapatar todo o conteúdo para o formato EaD, gravar e editar vídeos com o que tenho em casa, tudo em tempo record, mas, pelos meus alunos, sigo em frente.

A ideia aqui, portanto, é compartilhar os recursos que encontrei na internet (um beijo para a Vanessa Reis, para Bel Quintilio, para a Dani Botelho e para a Vi Gama que também contribuiram com isso), que possam contribuir com todo mundo que está passando por dilemas de produção iguais ou parecidos aos meus.

*Clique no nome do recurso para ser direcionado para o site dele*

  • Adobe Spark: permite criar montagens de imagens (incluindo em formatos para as redes sociais), apresentações de slides, informativos e modelos de páginas da web;
  • Audacity: trabalhe gravando e editando áudios (bom para fazer podcasts!);
  • Avatar Maker: permite que usuário faça um avatar;
  • Bit.ly: Permite encortar e nomear urls;
  • Canva: permite a mapulação de imagens e criação de infográficos;
  • DoppelMe: permite que usuário faça um avatar;
  • Ensinando de Casa: uma seleção de recursos do Google para apoiar os professores no ensino à distância;
  • Forumeiros: crie fóruns online de forma gratuita;
  • Gimp: software gratuito de edição de imagens;
  • Google grupo: crie grupos de discussão na web;
  • Goosechase: permite a elaboração de caça ao tesouro online;
  • Hexatar: permite que usuário faça um avatar;
  • Infogram: permite a elaboração de infográficos;
  • Instructure: crie uma plataforma de aprendizado LMS;
  • Kahoot!: permite a elaboração de jogos educativos;
  • LessonApp: permite criar e compartilhar planos de aula;
  • Lifeliqe: ferramenta que permite o estudo de imagens em 3D;
  • Loom: recurso para gravar videoaulas;
  • Lucidchart: permite a criação de mapas conceituais;
  • Mailchimp: permite a elaboração de newsletters;
  • Matematus: soluções matemáticas;
  • Mentimeter: permite a criação de enquetes interativas; 
  • Microsoft Sway: permite criar boletins informativos, apresentações e documentação incríveis em minutos;
  • OBS Studio: software que permite fazer gravação da tela do seu computador e de uma câmera ao mesmo tempo. Você pode salvar o arquivo de vídeo ou fazer transmissão online para múltiplas plataformas (Esse tem me salvado muito! Você pode conferir dois tutoriais dele vendo essa playlist.);
  • Padlet: permite a criação de belos quadros, documentos e páginas da web fáceis de ler e divertidos para contribuir;
  • Pickers: permite criação de cartões interativos (de/com perguntas e respostas);
  • Plataforma MEC RED: platafora MEC de recursos educacionais digitais (há vários recursos por lá);
  • Pixton: permite a criação de histórias em quadrinhos;
  • Pooleverywhere: permite a criação de pesquisas online;
  • Seesaw: ferramenta que permite a elaboração de portfólio online;
  • Seppo: permite criar jogos educacionais;
  • SlidesCarnival: templates gratuitos de apresentações de slides (para google slides e powerpoint);
  • Slidego: templates gratuitos de apresentações de slides (para google slides e powerpoint);
  • Slido: interaja por meio de enquetes/pesquisas em um evento;
  • Socrative: permite a criação de salas de aula virtuais;
  • Synth: trabalhe usando podcasts;
  • TinyLetter: permite a criação de newsletters;
  • Vooks: storybooks na sala de aula;
  • Wordle: permite a criação de nuvem de palavras;
  • Write About: permite a escrita coletiva/colaborativa e o feedback do professor-mediador;
  • Write & Improve: site que permite com que o estudante escreva em inglês e receba um feedback automático;
  • YouTube for education: canal que reune os principais vídeos educacionais do Youtube.

Conhece mais alguma ferramenta que possa ajudar? Deixe as informações nos comentários para que eu acrescente aqui no post. :)

Beijos e queijos :*

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

12 livros para ler no carnaval

quarta-feira, fevereiro 19, 2020 4
Imagem de Pexels por Pixabay
Olá, pessoal!
Não sei quanto a vocês, mas eu adoro aproveitar o feriado de carnaval para dar aquele gás nas leituras, principalmente nos livros que são grandes ou mais complexos, que levam mais tempo e energia para serem findados.

Pensando que este feriadão pode ser uma boa oportunidade para você criar ou desenvolver o hábito de leitura, fiz uma listinha com 12 livros que são ideais para o feriadão. Para facilitar, separei a lista em 6 categorias, cada uma delas com objetivos diferentes. Vamos lá?

Lista de livros para ler no carnaval
Imagem de Free-Photos por Pixabay

1. Para quem quer mais de uma história em um único livro

Minha sugestão para quem não tem muita paciência para ler uma história grande é começar lendo crônicas. Esse gênero textual costuma ser leve, descontraído e sempre se apresenta com narrativas mais curtas.  É ótimo para quem está começando a desenvolver o hábito da leitura ou para quem quer algo em tom de conversa, de causo. Minhas sugestões são: 

Trinta e Poucos, do Antônio Prata
Capa do livro Trinta e Poucos, de Antônio Prata (Companhia das Letras)

Sinopse: Mais que qualquer escritor em atividade, Antonio Prata é cultor do gênero - consagrado por gigantes do porte de Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Nelson Rodrigues - que fincou raízes por aqui: a crônica. Pode ser um par de meias, uma semente de mexerica, uma noite maldormida, a compra de um par de óculos, a tentativa de fazer exercícios abdominais. Quanto mais trivial o ponto de partida, mais cheio de sabor é o texto, mais surpreendente é a capacidade de extrair sentido e lirismo da aparente banalidade. Trinta e poucos traz crônicas selecionadas pelo próprio autor a partir de sua coluna na Folha de S.Paulo. Um mosaico com os melhores textos do principal cronista do Brasil.
Editora: Companhia das Letras. | Resenha aqui


A arte de ser leve, de Leila Ferreira

Capa do livro A arte de ser leve, de Leila Ferreira (Editora Planeta)Sinopse:  Gentileza, bom humor, desaceleração e felicidade são alguns dos temas discutidos de formaA Arte de Ser Leve aponta para o perigo de emagrecermos o corpo, mas ficarmos com obesidade mórbida de espírito.
inteligente e divertida por Leila Ferreira. Exímia contadora de histórias e entrevistadora, Leila reflete, a partir de depoimentos colhidos por ela no Brasil e em outros países, sobre a possibilidade de vivermos de forma menos complicada e estressante. Ao fazer o leitor enxergar, de forma crítica, as ciladas que criamos para nós mesmos,
Editora: Planeta | Resenha aqui.



2. Para quem quer se preparar para o vestibular

Normalmente, cada universidade tem a sua lista de vestibular. Aqui, deixo duas sugestões da lista FUVEST 2020 (você pode ler as listas completas de 2020, 2021 e 2022 clicando aqui). Essas leituras são necessárias a todos que quiserem prestar o vestibular para entrar na USP (Universidade de São Paulo).

Poemas Escolhidos de Gregório de Matos, organização José Miguel Wisnik
Gregório de Matos é, historicamente, o primeiro grande poeta do Brasil. Sua obra, talvez a mais importante produzida pelo Barroco poético nas Américas portuguesa e espanhola, conserva ainda hoje grande parte de seu interesse, por força, sobretudo, da agudeza e do vigor com que o poeta soube fixar satiricamente, numa linguagem vivaz que já deixa transparecer o gênio local na exploração de sonoridades africanas e tupis e que, na sua mordacidade feroz, não recua nem diante da pornografia, a dissolução de costumes da Bahia do século XVIII. Nesta já clássica coletânea preparada por José Miguel Wisnik nos anos 1970, e agora revista pelo organizador, o leitor encontrará uma seleção dos melhores poemas de Gregório de Matos nas diversas modalidades que cultivou - a satírica, a encomiástica, a lírica amorosa e a religiosa -, de par com numerosas notas de esclarecimento do texto, um pequeno perfil biográfico do poeta e uma análise crítica de sua obra.

Sinopse: Gregório de Matos é, historicamente, o primeiro grande poeta do Brasil. Sua obra, talvez a mais importante produzida pelo Barroco poético nas Américas portuguesa e espanhola, conserva ainda hoje grande parte de seu interesse, por força, sobretudo, da agudeza e do vigor com que o poeta soube fixar satiricamente, numa linguagem vivaz que já deixa transparecer o gênio local na exploração de sonoridades africanas e tupis e que, na sua mordacidade feroz, não recua nem diante da pornografia, a dissolução de costumes da Bahia do século XVIII. Nesta já clássica coletânea preparada por José Miguel Wisnik nos anos 1970, e agora revista pelo organizador, o leitor encontrará uma seleção dos melhores poemas de Gregório de Matos nas diversas modalidades que cultivou - a satírica, a encomiástica, a lírica amorosa e a religiosa -, de par com numerosas notas de esclarecimento do texto, um pequeno perfil biográfico do poeta e uma análise crítica de sua obra.

Quincas Borbas, de Machado de Assis

Capa do livro Quincas Borbas, de Machado de Assis (Penguin Companhia)Sinopse: Publicado pela primeira vez em livro em 1891, depois portanto de Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) e antes de Dom Casmurro (1899), Quincas Borba é uma das obras mais marcantes da fase realista de Machado de Assis. Talvez por se situar justamente entre esses dois monumentos da obra machadiana, o romance muitas vezes foi considerado uma realização menor, uma espécie de mera continuação das Memórias póstumas - para irritação de seu autor, que em um raro comentário sobre a própria ficção afirmou que a presença do personagem Quincas Borba era "o único vínculo" entre os dois livros. Mais do que ao marco inaugural do Realismo no Brasil, porém, Quincas Borba remete ao Machado contista que começava a abordar temas historicamente mais próximos de sua época e a explorar os conflitos psicológicos de seus personagens com sua sofisticada e irônica narrativa em terceira pessoa presente em contos clássicos como "A cartomante" e "A causa secreta". Neste romance da maturidade do autor, a história do provinciano Rubião - herdeiro da fortuna do idiossincrático filósofo Quincas Borba - e dos tipos urbanos da corte que o levam à ruína é narrada com o distanciamento, o ceticismo e o senso de humor implacável de que só Machado de Assis era capaz.
Editora: Penguin Companhia

3. Para quem gosta de grandes histórias

As sugestões abaixo são para quem gosta de pegar um livro e se sentir preso a cada linha. Os romances abaixo são daqueles de tirar o fôlego de cada leitor.

Desonra,  de J. M. Coetzee

Capa do livro Desonra, de JM Coetzee (Companhia das Letras)Sinopse: Sucesso de público e crítica - foi publicado em mais de vinte países e ganhou o BookerDesonra é considerado o melhor romance de J. M. Coetzee. O livro conta a história de David Lurie, um homem que cai em desgraça. Lurie é um professor de literatura que não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde dá aula. Mesmo sabendo do perigo, ele tem um caso com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da universidade e viaja para passar uns dias na propriedade rural da filha, Lucy.
Prize, o mais importante prêmio literário da Inglaterra -,
No campo, esse homem atormentado toma contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid. Com personagens vivos, com um ritmo narrativo que magnetiza o leitor, Desonra investiga as relações entre as classes, os sexos, as raças, tratando dos choques entre um passado de exploração e um presente de acerto de contas, entre uma cultura humanista e uma situação social explosiva.
Editora: Companhia das Letras | Resenha aqui.

O pacifista, de John Boyne

Capa do livro O pacifista, de John Boyne (Companhia das Letras)Sinopse: Inglaterra, setembro de 1919. Tristan Sadler, vinte e um anos, toma o trem de Londres aO pacifista é uma história de amor e de guerra que se insere na tradição do romance Reparação, de Ian McEwan. Nada é o que parece nesta trama envolvente e vigorosa, que revela as consequências de uma vida tragicamente marcada pelo silêncio. Com uma abordagem original e relevante para o nosso tempo, o autor do best-seller internacional O menino do pijama listrado revisita neste romance o universo da guerra, tendo dessa vez como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial. Sensível e engenhoso, John Boyne esmiúça um dos capítulos mais traumáticos da história da humanidade pela perspectiva de dois jovens soldados que lutam, acima de tudo, contra a complexidade de suas emoções.
Norwich para entregar algumas cartas à irmã mais velha de William Bancroft, soldado com quem combateu na Grande Guerra. As cartas, porém, não são o verdadeiro motivo da viagem de Tristan. Ele já não suporta o peso de um segredo que carrega no fundo de sua alma, e está desesperado para se livrar desse fardo, revelando tudo a Marian Bancroft. Resta saber se o antigo combatente terá coragem para tanto. Enquanto reconta os detalhes sombrios de uma guerra que para ele perdeu o sentido, Tristan fala também de sua amizade com Will, desde o campo de treinamento em Aldershot, onde se encontraram pela primeira vez, até o período que passaram juntos nas trincheiras do norte da França. O leitor testemunha o relato de uma relação intensa e complicada, que proporcionou alegrias e descobertas, mas também foi motivo de muita dor e desespero.

4. Para quem gosta de biografias

Biografias são sempre ótimas oportunidades de aprendizado com as experiências de outras pessoas. Eu, particularmente, gosto bastante (principalmente quando eu tenho uma grande diferença de idade com o biografado ou quando ele exerceu alguma das minhas profissões).

Eu sou Malala, de Malala Yousafzai com Christina Lamb

Capa do livro Eu sou Malala, de Malala Yousafzai com Christina Lamb (Companhia das Letras)Sinospe: Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.
Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.
Editora: Companhia das Letras | Resenha aqui.

Prólogo, Ato, Epílogo, de Fernanda Montenegro com a colaboração com Marta Góes

Capa do livro Prólogo, Ato, Epílogo, de Fernanda Montenegro com a colaboração com Marta Góes (Companhia das Letras)Sinopse: Em Prólogo, ato, epílogo, Fernanda Montenegro narra suas memórias numa prosa afetiva, cheia de inteligência e sensibilidade. Com sua voz inconfundível, ela coloca no papel a saga de seus antepassados lavradores portugueses, do lado paterno, e pastores sardos, do lado materno. Lidas hoje, são histórias que podem "parecer um folhetim. Ou uma tragédia" – gêneros que a atriz domina com maestria. Na turma de jovens que circulavam pela rádio estava Fernando Torres, que ela reencontrou nos ensaios da peça Alegres canções na montanha, quando começaram a namorar. Fernando largou a Panair, Fernanda largou a Berlitz, e o casal se entregou de corpo e alma à arte, paixão de uma vida. Constituíram uma família e realizaram juntos um sem-número de peças, ao lado dos principais nomes do teatro brasileiro. Em páginas de grande emoção, ela relembra os desafios de criar os filhos sobrevivendo como artistas; a busca permanente pela qualidade; a persistência combativa durante os anos de chumbo; a capacidade de constante reinvenção; o padecimento de Fernando; o inesperado sucesso internacional nos anos 1990; a crença na terra que acolheu seus antepassados imigrantes e a devoção por esse país. Fernanda encarna o melhor do Brasil. Não surpreende que alguém que passou a vida memorizando textos tenha desenvolvido notável capacidade de rememorar com sutileza fatos ocorridos décadas atrás. A atriz que há anos encanta multidões em palcos e telas pelo mundo agora se mostra uma contadora de histórias de mão-cheia.
Editora: Companhia das Letras | Resenha aqui.

5. Para quem é ou quer ser escritor

Se você quer se aventurar no mundo da escrita, deixo abaixo duas sugestões muito gostosas de serem lidas e que podem ajudar na empreitada.

Capa do livro Crônicas para jovens: de escrita e vida, de Clarice Lispector (Rocco Jovens Leitores)Crônicas para jovens: de escrita e vida, de Clarice Lispector

Sinopse: Para Clarice Lispector escrita e vida eram as duas faces de um mesmo milagre: a vida cotidiana. Nesta seleta de reflexões sobre a escrita e o ato de escrever, extraídas de suas crônicas, alguns poderão encontrar as chaves para a compreensão das motivações profundas de sua obra. Ao passo que outros encontrarão certamente estímulo para escrever e, assim, adensar a história de suas próprias vidas. De escrita e vida não ilumina apenas a produção literária e a existência de Clarice, lançando também um esclarecedor foco de luz sobre as vidas dos próprios leitores.
Editora: Rocco Jovens Leitores | Resenha aqui.



Devoção, de Patti Smith

Capa do livro Devoção, de Patti Smith (Companhia das Letras)Sinopse: Por que escrevemos? De onde vêm as ideias para uma história? Como funcionam as engrenagens da inspiração e da literatura? Dividido em três partes, Devoção vai refletir sobre questões como essas. O relato se inicia com uma viagem da autora a Paris. Percorrendo as "ruas abstratas de Patrick Modiano" e lendo uma biografia de Simone Weil, Patti Smith começa a esboçar um conto, que vai se materializar no segundo capítulo do livro – a história de uma jovem patinadora, sua jornada em busca de si mesma e de suas origens. Ao fim, Patti volta à cena e narra uma visita à casa de Albert Camus, na cidade de Lourmarin, onde depara com o manuscrito de O primeiro homem, romance inacabado do escritor argelino. "Por que alguém se sente compelido a escrever?", é a pergunta que nos acompanha até o fim. "Para dar voz ao futuro, revisitar a infância. Para dar rédea curta às loucuras e aos horrores da imaginação", Patti diz. E porque, afinal, "não podemos apenas viver".
Editora: Companhia das Letras | Resenha aqui.

6. Para quem gosta de poesia

Poesia é, sem dúvida, um dos meus gêneros literários preferidos. O motivo? É lendo poemas que somos livres para sentir - sem a preocupação estrita de racionalizar tudo. Deixo abaixo duas sugestões: uma escrita pela grande Hilda Hilst; a outra, por mim. :) Espero que gostem.

Do desejo, de Hilda Hilst

capa do livro Do desejo, de Hilda Hilst (Globo - Biblioteca Azul)Sinopse: Lançado originalmente em 1992, Do desejo é uma reunião (não uma antologia, como se tem Do desejo (homônio do título do conjunto) e Da Noite. Concebida pela própria autora, a reunião desses livros oferece, na sua disposição não-cronológica, possibilidades originais de leitura que o tornam um livro único, bem diferente da soma de leituras de cada livro particular incorporado nele. Se fosse possível reduzir sua poesia de questões a uma única, Do desejo postula o dilema de sustentar o gozo de um amante particular e viciário em versos que buscam a eternidade e o absoluto.
divulgado) de sete livros de Hilda Hilst, produzidos num intervalo de seis anos. Dois deles eram então inéditos:
Editora: Globo - Biblioteca Azul | Resenha aqui.


A Intermitência das Coisas: sobre o que há entre o vazio e o caos, de Fernanda Rodrigues

Capa do livro A Intermitência das Coisas: sobre o que há entre o vazio e o caos, de Fernanda Rodrigues (Editora Penalux)Sinopse: A Intermitência das Coisas é um livro que reúne cerca de 45 poesias. Seus versos retratam a movimentação da poeta no espaço contemporâneo, suas mudanças e os aprendizados e, principalmente, como os ciclos que se iniciam e que se findam preenchem o vácuo que habita entre o vazio e o caos.
Editora: Penalux | Saiba mais aqui.






Gostou da lista? Já leu algum desses livros? Vocês têm a sua própria lista de leitura para o carnaval? Me conte tudo nos comentários! Vou adorar saber mais sobre o que vocês estão lendo.

Beijos e queijos :*


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