domingo, 3 de dezembro de 2023

Calendário 2024: Rabiscos e Floreios & Algumas Observações

domingo, dezembro 03, 2023 1
● Novidade no ar! YAY! ●


2024 está chegando e nada como ter um calendário cheio de amor e personalidade para chamar de seu, não é mesmo?! 🐱

O post de hoje é para contar de mais um material incrível, fruto de parceria muito bacana entre a designer e ilustradora Ane Venâncio, da Rabiscos e Floreios (@rabiscosefloreios), e eu: o Calendário 2024: Rabiscos e Floreios & Algumas Observações.




Nosso calendário apresenta uma proposta adaptável ao seu dia a dia. Ao adquiri-lo, você pode imprimir todas as páginas de uma vez ou apenas a do mês corrente. Além disso, ele foi feito em um formato preto e branco de modo que você possa personalizá-lo — seja colorindo e decorando sozinho ou na companhia de alguém que você ama. Há ainda a possibilidade de deixá-lo como está, que já é, por si só, muito bonito. 🤩 Tem coisa melhor do que receber 2024 cheio de afeto? 🐈



Sobre o calendário:

📅Sobre: Calendário 2024: Rabiscos e Floreios & Algumas Observações
📆🗓 Formato: digital (.pdf)
📝Páginas: 14.
💵 Valor: R$19,90
🛒💻 Onde comprar: na loja do Algumas Observações.



Comprar o calendário é apoiar o nosso trabalho! 😉

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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

{Fotografia} Pausa para respirar #6

quarta-feira, novembro 08, 2023 8
Pausando as andanças para registrar o que há de bonito por aí. 


A pausa para respirar de hoje é com fotos de uma das minhas muitas idas à Avenida Paulista. Cartão postal da cidade, conhecida como "praia de paulista", a avenida é um dos meus pontos preferidos da cidade.

Caminhar, entrar em livrarias, parar para tomar um café, visitar os diversos museus e galerias de arte, assistir a peças de teatro e stand up, ir ao cinema. Ir a Paulista não tem erro, porque sempre tem algo acessível para todos que possa ser feito.

Caminhos. A vida está nos trilhos?


Desde que me entendo por gente, gosto de andar de metrô. Os motivos são vários: a velocidade, a praticidade, a limpeza, o poder ler enquanto vou, o observar as pessoas, o conversar com desconhecidos... Eu adoro, e acima há um registro disso.

Um poema da Stephanie Borges colado no poste. 


Adoro o fato de que as pessoas espalham poemas por aí. (Será que algum dia verei algum meu colado em algum lugar?) Este é um da escritora e tradutora Stephanie Borges. Vale a pena acompanhar o trabalho dela. Abaixo, o texto em detalhe:

Bonito, não? a @ está clarinha, mas quem fez foi a @pontoemverso.

Nesse dia, fui à Casa das Rosas para fazer algumas polaroids no jardim (tinha uma tarefa do curso de fotografia). Aproveitei e fiz a foto que segue:


A Casa estava em processo de restauração. Agora reabriu! YAY! Estou doida pra voltar lá e fazer mais fotos do espaço interno e dessa varandinha que ela tem e é uma graça. 😍 Do jardim, registrei uma rosa branca lindíssima: 

A natureza é tão bonita que sempre me espanta de um jeito bom.


Depois de ter feito a tarefa, segui andando:



Todos os caminhos nos levam para casa. 💚

Essas são algumas das minhas fotos. Mais para frente, trago mais cliques de lá.

Agora me conta, você também gosta de fotografar os seus caminhos?

Veja também: outras edições do Pausa para Respirar:
01 ⏯️ 02 ⏯️ 03 ⏯️ 04 ⏯️ 05 ⏯️

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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

{Vamos falar de escrita?} Meu projeto para o NaNoWriMo 2023

quarta-feira, novembro 01, 2023 3
Chegamos a novembro!
(Foto: Pexels)

Hoje é dia 1º de novembro, o que significa que a maratona do NaNoWriMo começou oficialmente! YAY! Por isso, eu vim aqui compartilhar um pouco do meu projeto para este ano.

Assim como os demais livros que já escrevi, este também está parecendo um quebra-cabeça desmontado, pronto para ganhar vida. Por conta disso e por eu ainda não ter um nome definido, dei o apelido provisório de Projeto Fragmentos.


Minha ideia é juntar uma série de textos de prosa curta que tenho rascunhados e escrever mais alguns (estou bem longe das 50000 palavras!). O que estes fragmentos têm em comum é a narradora, que é sempre a mesma pessoa. A partir da visão de diferentes momentos da vida dessa narradora, o leitor conseguirá construir a imagem dela e da vida dela em sua cabeça.

Capa que eu montei para colocar no site do NaNo.



Vai dar certo? Não sei. Mas, como todo projeto de escrita, estou empolgada demais para tentar. Para mim, participar do NaNoWriMo é sempre uma diversão: abrir mais espaço para a escrita durante a maratona, fazer sprints de escrita com as amigas, ter novas ideias e arejar a criatividade! Acho que é isso que me deixa mais feliz em participar do NaNoWriMo.

Tem cadastro lá no site oficial do NaNo? Então, clique aqui e me adicione para sermos buddies.

Em 2023, quero terminar de escrever o Projeto Fragmentos (e dar um nome oficial a ele), para voltar ao meu projeto do NaNo do ano passado. Como este ano eu fiquei boa parte dele adoentada, escrever (e fazer todas as outras tarefas) foi mais desafiador. Agora que eu estou melhor, quero tirar todas as ideias da cabeça! hehehe

Que todos nós tenhamos um excelente mês de novembro e um maravilhoso NaNoWriMo.

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domingo, 8 de outubro de 2023

Descaminhos

domingo, outubro 08, 2023 14
Imagem por StockSnap, via pixabay.


não sei se há motivos, mas escrevo. 
recrio universos onde existem nós:
sempre desejo mais:

há fome e fúria e fogo em cada um dos meus sonhos, 
todos ávidos ao devastarem caminhos por onde passam. 

escrevo, 

ainda que sem motivos,
palavras surdas que talvez nunca sejam bem pronunciadas
— sussurradas ou em ditas em alto e bom som.

de qualquer forma, pé ante pé, dou meus rugidos.
de qualquer forma, insisto e ainda brado o meu encanto:

 sigo amando sem ao menos ter te conhecido.

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domingo, 1 de outubro de 2023

{Vamos falar sobre escrita?} 5 coisas que eu quero fazer ao longo deste Preptober

domingo, outubro 01, 2023 4
Prontos para mais uma maratona de escrita?


Hoje é dia 1º de outubro, o que significa que o Preptober oficialmente começou! YAY! 
Para quem é escritor, mesmo que de outros gêneros literários que não sejam o romance, participar do NaNoWriMo é algo muito divertido. Como já contei para vocês no ano passado, toda a preparação para o NaNo começa em outubro. Por isso, resolvi compartilhar como eu quero fazer o meu Preptober em 2023.

1. Revisão do projeto que iniciei no ano passado

A temporada 2022/2023 está passando como um furação na minha vida. Sendo assim, eu quero revisitar o projeto que comecei no ano passado (e não terminei) para dar continuidade a ele no NaNoWriMo deste ano. Meus planos envolvem reler o que já tenho escrito e o que tinha planejado na última vez em que peguei na narrativa. 

2. Imprimir uma cópia do Aquele Planner de Escrita



Como já é sabido, sou uma das cofundadoras do Projeto Escrita Criativa. No ano passado, nós elaboramos o Aquele Planner de Escrita voltado para o planejamento e execução da escrita. Já vou imprimir a minha cópia e colocar as observações no planner. (Caso você queira fazer isso também, clique aqui.)

3. Criar uma capa para o meu projeto de escrita

Lá no site do NaNoWriMo é possível cadastrar o projeto de escrita e colocar uma capa (provisória) para o livro. Pensar nos ícones e nas cores é sempre muito divertido. Já estou ansiosa para este momento.

4. Anunciar o meu projeto no site do NaNoWriMo



Já é possível cadastrar o livro que será escrito no NaNoWriMo.org. Então, quando tudo isso estiver pronto, vou lá anunciar a minha história. Se você quiser me adicionar lá também, o meu link é: https://nanowrimo.org/participants/fe_notavel

5. Ver tudo o que é de novembro que pode ser adiantado

Escrever 50000 palavras é algo muito puxado, que exige muito tempo. Sendo assim, eu vou tentar adiantar o máximo de tarefas do mês de novembro para agora. Aulas que dê para preparar, posts do blog que dê para eu escrever e deixar planejado. Leituras... etc. etc. A ideia é ter o máximo de tempo livre para escrever no mês que vem.


Como vocês podem acompanhar essa rotina? 

Vou compartilhar por aqui, nos stories do Instagram e lá no meu canal do YouTube (rumores dizem que teremos lives supresas por lá...). Então me acompanhem nessas redes sociais e nas redes do Projeto Escrita Criativa, para vocês não perderem nada.

Agora me digam nos comentários: vocês vão participar do Preptober e do NaNoWriMo 2023? A quantas andam os preparativos?

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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Férias

quarta-feira, setembro 06, 2023 10
O comunicado é de férias, mas logo eu volto. 😉


Olá, tudo bem?

Setembro é o meu mês (logo começo mais uma volta ao redor do sol) e como parte das comemorações, resolvi me dar férias. Preciso de um tempinho para colocar a cabeça no lugar e a vida em ordem, além disso, também quero descansar um bocadinho. Nem me lembro mais quando foi a última vez que me dei férias do blog, mas sei que há muito conteúdo (16 anos inteiros!) para você navegare enquanto eu dou esta descansadinha. 

Prometo voltar no dia 1º de outubro, cheia de amor, frescor e de novidades. 

Até lá, aproveite a chegada da primavera (ou do outono, se você estiver no Hemisfério Norte) e fique bem 💚
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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Retrô mensal #22: agosto/2023

quarta-feira, agosto 30, 2023 2
Foto que tirei na exposição sobre o Egito Antigo, que visitei com a Mila.


Olá, pessoal!
Mais um mês se foi e agora estamos aqui às portas da primavera, planejando o último trimestre de 2023. Dá para acreditar? Setembro está batendo à porta trazendo a reta final do nosso ano, o meu ano novo pessoal e, se Deus quiser, mais um tanto de coisas boas.

Retrô de boa

A bonita floresceu e me fez muito feliz :)


1. No começo do mês eu criei o calendário editorial do blog e produzi o conteúdo de uma vez. Foi bem legal poder me organizar dessa forma;
2. Reencontrei a Boo, e a gente foi a uma exposição muito bacana de fotografias reveladas em folhas de plantas;
3. Comecei um check-up médico;
4. Comprei ingresso para ver o Paul McCartney no fim do ano (já fui a um show dele, você pode ler aqui);
5. Mais um escritor se tornou meu aluno (bem-vindo, Ricardo!) e voltei a dar aulas de inglês. 
6. A orquídea que eu ganhei da Mari e replantei floresceu. YAY! (sinal de que eu não matei a pequena uahsuhasu)
7. Reencontrei a Mila, e a gente foi ver uma exposição sobre o Egito Antigo.
8. Comecei a tricotar um cardigan com uma receita da minha cabeça mesmo. Vou nomeá-lo como Satellite Cardigan. Se der certo, depois eu compartilho a receita por aqui. 

Retrô para melhorar

🎶All by myself... 🎵


Eu queria ter terminado o check up e ter feito a cirurgia a que preciso me submeter, mas não deu. Também queria ter retomado a minha escrita literária e isso aconteceu de forma muito pontual (não do jeito consistente, como eu gostaria). Por fim, não queria me chatear com o fato de que eu sempre estou ali apoiando as pessoas e essas mesmas pessoas não estão nem aí. Coisas para continuar trabalhando, equilibrando. "Vivendo e aprendendo a jogar", já cantaria a Elis Regina.


No Algumas Observações

O que tivemos por aqui em agosto. :)

Feliz pela chegada do calor e da primavera. 


Que setembro seja incrível para todos nós. 💚

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domingo, 27 de agosto de 2023

Cotidiano

domingo, agosto 27, 2023 6
Imagem do Pixabay.


Ela pensa no que dizer. Naquilo que vai vestir. Pensa na forma em que vai se sentar. No horário em que vai sair. Ela tem cautela sobre o emprego que vai escolher, nas pessoas com quem conviver. Ela lê e relê o que vai publicar. Escolhe a dedo as músicas para dançar. Ela pesa se os sonhos são plausíveis de realização, se eles condizem ao sexo que carrega no tórax e entre as pernas. Ela racionaliza.

E mesmo assim, em um dia qualquer, numa estação qualquer, ela sente a invasão. Uma mão percorre sua bunda — que de tanto pensar, se acomoda em uma calça jeans larga, presando a discrição. Ela se sente explorada, um mapa da mina sem tesouro perdido. E aqueles dedos não param, chegam ao meio das coxas sem lhe dizer nada. Ela tenta seguir seus próprios instintos e gritar, mas a voz, de tão condicionada a pensar antes de falar, não vem. Ela dá uma cotovelada e a boca finalmente murmura uma palavra qualquer. Ela desce na estação seguinte, sem aparo.

Cheia da sujeira alheia. Vazia de alma.

Era uma manhã de sol. Ela morria em meio à multidão.

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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Jornada

quarta-feira, agosto 23, 2023 2
Foto por Josh Sorenson, via Pexels.

Meio do show. Meio da música. Meio da solidão. Click. Foi ali que Ana, a fã que dançava sozinha no lugar mais longínquo do estádio compreendeu. Não há fim sem começo, não há começo sem fim. O ditado popular é clichê, mas deve ser verdadeiro por algum motivo. Há tempos ela não se sentia daquele jeito, emocionada, leve, feliz. Algo imperceptível pairava no ar. Algo que não era possível ser visto ou explicado com palavras, mas que estava ali. Como definir o indefinível?

Ana dançava conforme a música no sentido literal e figurado. Sozinha há tantos anos, feliz apesar de tudo. Click. Solidão se converte mesmo em solitude? Isso não é só mais uma coisa da moda? A cerveja acabara no copo, a canção triste abria alas para aquela sobre viver na gentileza. Outro clichê... ou não?

Quando começa é porque algo acabou: o sonho, a espera, a dor. Muitas coisas tinham se findado na vida de Ana. Mas onde estava o tal recomeço afinal? Entre dois mundos. A suspensão a mantinha num estado de “agora vai” sem ir. Até aquela noite. Até aquela música. Até aquele cantor com cavanhaque de cafajeste de novela mexicana se divertindo. Até ela perceber que ela era a sua melhor companhia.

Meio do show. Meio da música. Imersão em arte. Queria gravar cada minuto do que estava sentindo na memória. O arrepio, o cantar até ficar rouca, o sorriso cúmplice vindo das pessoas desconhecidas ao seu redor. O uníssono em coreografia e vibração. Ana manteve o celular na bolsa. Desligado. Quanto mais offline estava, mais aquela adrenalina lhe invadia. Era bom poder ser ela mesma. Ela podia ser ela mesma, não podia?

Onde tudo termina, algo começa. Foi no meio do show que finalmente o sentimento veio. Sozinha, imersa, satisfeita, Ana se viu como tatu finalmente saindo da toca.


Este conto foi escrito a partir da proposta do Desafio Criativo para o mês de agosto de 2023, cujo tema é Tatu: Onde tudo começa e termina. O Desafio Criativo é organizado todos os anos pelo Projeto Escrita Criativa, que está desde 2015 reunindo na internet pessoas que amam escrever. Para saber mais e participar, acesse www.projetoescritacriativa.com.

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domingo, 20 de agosto de 2023

Fissuras

domingo, agosto 20, 2023 8
Imagem por Pexels, via Pixabay.


tudo aparentemente tem a sua fissura.
ela é tão tênue, que muitas vezes não a vemos.
tão brutal, que muitas vezes desmorona.
a vida é feita de fissuras,
rachaduras provocadas por quem menos esperamos e mais amamos.
amargo veneno que nos traz à realidade:
a tal perfeição não existe.
a tal perfeição é exigida justamente numa tentativa de esconder as rachaduras.
apontar o dedo para as falhas do outro e rir delas
é muito mais fácil do que sentar e resolver os próprios incômodos.
quando a gente acha que terapia é só blá blá blá,
muitas vezes é porque falta coragem de se encarar no espelho que revela
todas as nossas falhas.
ninguém é deus,
mas é possível ser honesto.
(por que você não foi?)

meu coração partido me traz crises de ansiedade.
acordo com o coração acelerado à meia-noite, às três da madrugada, às cinco da manhã.
não consigo dormir pensando no quanto as suas inverdades me afetam
e no quanto isso pode mudar a vida de quem mais amo.
mais uma vez é um homem que me mostra que amor e decepção são lados da mesma moeda.
mais um rasgo que fica tatuado na minha pele para eu ter que me virar e cuidar sozinha (ou gastando a fortuna que não tenho em terapia).
eu não aguento mais ter que lidar com as fissuras que os outros deixam em mim.
tento respirar e,

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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Beleza

quarta-feira, agosto 16, 2023 6
Foto feita por mim. Para ver mais delas, clique aqui.


Flores são lembradas como natureza em expansão. Buquês, como amor e casamento. Coroas, como homenagem aos mortos. Flores secas envelhecem no tempo, na delicadeza e na distância: se esfarelam sem motivos grandiosos. Chegar à adolescência é tido como florescer. Há flores com espinhos. Há as carnívoras, armadilhas mortais aos mosquitos. Flores doces, cheirosas todo tempo. Flores que só se perfumam à noite. (A maior flor do mundo é fedida.) Floradas longas ou breves. Ipês colorem as ruas. A flor de cerejeira é símbolo do Japão. São Paulo tem a Casa das Rosas. Nasci na primavera porque minha mãe me pariu no Hemisfério Sul. Vinícius escreveu "A rosa de Hiroshima". Clarice descreveu os encantos do Jardim Botânico em um conto chamado "Amor". 

Elenco ideias. 

Quero escrever algo leve e bonito, mas como escrever algo leve e bonito quando as mazelas do mundo me atingem em cheio?

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domingo, 13 de agosto de 2023

Amor arbóreo

domingo, agosto 13, 2023 8
Já abraçou uma árvore hoje?


Não sei bem como foi que tudo começou; mas, ao longo da vida, acabei desenvolvendo um amor profundo por árvores. Talvez, isso tenha ocorrido no começo da adolescência, quando comparava nossas estruturas: o meu corpo com o tronco e minha cabeleira cacheada com a copa. Talvez, este amor esteja relacionado a um lance genético, fruto da descendência indígena que foge da ciência acadêmica e aprende observando a vida. Ou talvez não seja nada disso. 

O desabrochar do meu amor foi tímido, e o primeiro encontro que marcou a minha vida foi na escola. Minha turma (eu tinha 8 ou 9 anos naquela época) foi convidada a plantar um pau-brasil, depois de ter estudado o estrago que os portugueses fizeram ao desmatar a espécie durante a colonização. Hoje, ele ainda me faz sorrir cada vez que passo na frente da escola e vejo suas folhas que querem alcançar a rua por sobre o muro. 

O tempo passou, e eu pensei que a minha relação com as árvores se esfriaria no fim da adolescência. Ainda que me desse bem em biologia (das biológicas, biologia era a minha preferida, porque não há como amar química ou física), detestava com todas as minhas forças ter que saber a diferença entre uma briófita, uma pteridófita, uma gimnosperma e uma angiosperma (tanto é que na minha memória ficaram apenas os nomes de sons curiosos e não as suas definições). Ralei para conseguir nota naquele bimestre e não esquecer as diferenças entre elas até o vestibular. E com esse esforço, lá se foi o encanto. 

A poesia voltou com a universidade. Digo poesia, porque meu amor pelas árvores é daqueles contemplativos, que gera muitos versos na minha cabeça (versos que muitas vezes se dispersam antes de virarem palavras no papel). Era no trajeto entre o metrô e a faculdade que eu sempre parava lá no parque da Mooca, me sentava em um banquinho, para me aquecer no sol de inverno do meio da tarde, e passava um bom tempo observando a minha árvore preferida da região. 

Sim, o amor arbóreo é bandido. Ele não sabe o que é fidelidade e se multiplica como o pólen ao vento. Há árvores preferidas quase em cada esquina, em cada parque, em cada bairro, em cada cidade visitada. E há também as espécies preferidas, como aquela do parque da Mooca (que também é a mesma da rua de trás da pós-graduação), e que, claro, não sei o nome. Árvore, para mim, tem que ser assim: não pode ser nomeada, tem que ser descrita. No caso da espécie em questão, é aquela que vai perdendo a casca do tronco desde o início do outono, até que ele fique branquinho no inverno. Coisa linda de se ver e de se sentir. Aliás, já disse que sou dessas que abraçam árvores? Pois é, eu sou. 

Tudo começou um dia no Ibirapuera. Soltei um “ai que árvore linda!” e meu pai, fanfarrão como ele só, retrucou com um “duvido você fazer uma foto abraçada com ela”. Nunca desafie uma virginiana, porque desafio feito é desafio aceito, e nesse caso, com a foto indo parar nas redes sociais. Deste então, o clique se tornou um hábito. Hoje tenho foto com jabuticabeira de Campinas, com um pau-brasil do Jardim Botânico do Rio, com árbol de Palermo, em Buenos Aires, com a magrelinha da avenida Paulista. Diz a ciência que abraçar árvore faz bem à saúde (é sério, tem pesquisa sobre isso! Google it!), eu digo que é reconfortante. Só de passar um minutinho em silêncio nessa vida corrida, já vale a pena. 

Mas por que esse papo todo sobre árvores? Porque estava caminhando, na volta para casa, e vi uma pequena flor em uma delas – dessas novinhas, de tronco fininho. Aquela flor era a única que havia em toda a copa, a única que resistiu a este início de inverno rigoroso, a única em meio ao barulho dos carros e pedestres que tanto correm. Branca, plácida e bela, ela só era vista por quem olha para o alto.

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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

{Vou por aí | Achados fotográficos} A fotografia habitada de Helena Almeida

quarta-feira, agosto 09, 2023 12
Arte feita por mulheres sempre me anima! (Série Dentro de Mim, de Helena Almeida)


Eu adoro descobrir artistas que não conhecia. Sendo assim, fiquei feliz demais com a surpresa que tive ao visitar o Instituto Moreira Salles de São Paulo e me deparar com a exposição Fotografia Habitada: Antologia de Helena Almeida, 1969-2018, que apresenta o trabalho da fotógrafa e artista portuguesa Helena Almeida.

Nota biográfica sobre a Helena Almeida. O texto está na abertura da exposição.
(Clique na imagem para ampliá-la).


Pintura habitada, 1975, Helena Almeida

Esta moça desconhecida por mim estava realmente concentrada vendo Tela Habitada
(Helena Almeida, 1976). Achei tão bonito que fiz a foto.


Ouve-me, 1979. Obra de Helena Almeida.

Obra Ouve-me, 1979, de Helena Almeida e sua audiodescrição.


As imagens misturam fotografia, pintura, costura, desenho, som e imagem, de modo a provocar os sentidos. O modo como tudo se integra desperta a curiosidade de quem vê cada peça. Me chamou a atenção de que todas as fotos são retratos da artista mesma. Com cada autorretrato, Almeida provoca e questiona seu observador a perceber o sentir. Pensando que muitos destes trabalhos foram feitos numa época de ditadura, em que mulheres não podiam quase nada, o trabalho da artista fica ainda mais potente! Quem não ama uma mulher que quebra as regras em nome da arte?

Saída negra, 1981.
Helena Almeida construiu a peça usando um livro com fio de crina de cavalo e papel translúcido.


A exposição abre com o primeiro trabalho da autora e termina com o último. Então, é interessante andar pelos corredores tendo em mente esta trajetória que é também temporal. Há conjuntos de pequenas imagens e fotografias do tamanho de uma pessoa adulta. Esse contraste também é interessante ao provocar nossas perspectivas.

Tela rosa para vestir, 1969, Helena Almeida e sua versão tátil.

A curadoria é de Isabel Carlos. As obras têm audiodescrição e, algumas delas, uma versão tátil em relevo, de forma a serem acessíveis a todos.

Seduzir, 2002, Helena Almeida.


Para visitar:

Onde: IMS Paulista 
Avenida Paulista, 2424 São Paulo/SP
Próximo às estações Consolação (Linha 2-Verde) e Paulista (linha 4-Amarela)
Tempo em cartaz: de 8/6 a 24/9/2023 
Ingressos: Entrada gratuita
Funcionamento: de terça a domingo e feriados (exceto segunda) das 10h às 20h. 
Última admissão: 30 minutos antes do encerramento. 

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domingo, 6 de agosto de 2023

Receita

domingo, agosto 06, 2023 6
📍Jardim da Casa das Rosas.


É a doçura que me faz lembrar daquela que um dia fui...
É a doçura.

Ela me pega pela mão
E me joga no abismo de ser vulnerável.
Não sou obrigada a ser forte o tempo todo,
A ter resposta para tudo,
A personificar a perfeição.
Só quero poder voltar a chorar sem ter motivos,
A gargalhar sem medo de ser reprovada por ter um riso que se expande e reverbera.

É a doçura.
Ela que é a culpada por esse nó no peito,
que me obriga a olhar de frente
Os meus medos todos
Inclusive o de amar.
Com a doçura não há controle que resista.
É com ela e por ela que eu me rendo.

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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

{Fotografia} Pausa para respirar #5

quarta-feira, agosto 02, 2023 8
Pausa para fazer uma foto no caminho.


Lá em janeiro de 2019, eu criei uma coluna aqui no blog chamada Pausa para respirar, cuja ideia era retomar a minha relação com a fotografia e documentar um pouco do que vejo por aí. Ela teve quatro edições, duas em 2019 e duas em 2020, e depois ficou parada. Sabe como é: o mundo acabou e recomeçou. Eu estava focada em sobreviver e em lançar um livro. Agora, quero dar mais uma chance a esse desejo de apresentar para vocês o mundo através das minhas lentes.

Sobre o processo e as escolhas de câmera

Neste meio tempo, os xóvens redescobriram as câmeras analógicas e as digitais do início dos anos 2000. Eu, que tenho as 2, resolvi comprar um filme, recarregar as baterias, formatar o cartão de memória. Resolvi entrar na tendência não só para resgatar a nostalgia de fotografar com uma câmera que não tem tantos recursos nem tanta parafernália, como a minha velha Nikon ou como o meu celular, mas também aproveitar esse tempo diferente. 

Sempre achei que é diferente fotografar com câmera, pensar na imagem (principalmente quando se tem um cartão com pouca memória ou um filme com apenas 10 ou de 36 possibilidades). Na câmera, não há notificações e distrações. Normalmente não há filtros. É preciso pensar na luz, na sombra, na composição. E pensar, leva mais tempo do que só sair apertando botões e compartilhando.

Outro ponto que me fez querer seguir a tendência de tirar as minhas câmeras nada tecnológicas do armário é a vantagem que vejo em termos de segurança. Quem vai querer roubar uma câmera que está longe de ser ultratecnológica? Quem vai se interessar por um aparelho que não se conecta à internet (e muito menos não tem acesso pix ou qualquer outra transação bancária)? Ninguém. De certa forma, fico menos preocupada em andar com a câmera velha na mão do que com o celular — ainda mais porque eu fiz a maior parte das fotos andando sozinha por aí.

Como dito, a minha câmera mais profissional é uma velha Nikon, que tem mais de 10 anos e é grande e pesada. Apesar da falta de recursos, tanto a cyber-shot, quanto a canon saboneteira são pequenas, leves e bem mais discretas. De novo, isso facilita no uso delas na rua.

Sobre as pausas e os respiros de hoje

As fotos que vou compartilhar com vocês hoje foram feitas ao longo do primeiro semestre, com a já citada Sony Cyber-shot, segunda máquina fotográfica digital que tive na vida (a primeira era uma a pilhas que usei até não sobrar nada. hehehe). Diz o Google que ela é de 2012, ou seja, tem 11 anos de existência. Ela funciona bem, mas notei que se coloco um cartão de memória que tenha mais de 4GB, ela trava — será que existia cartão maior que isso naquela época? 

Para o post de hoje, escolhi imagens em preto e branco. A edição foi simples, feita no editor de fotos do Windows, nada que exigisse muito conhecimento técnico. Espero que gostem (fotógrafos de plantão, lembrem-se: eu não sou fotógrafa. hehehe).

Poesia em um dia de preguiça.

De uma manhã no CCSP.

"We still find no aubergines, no aubergines, no aubergines!"


Avião sobre o inverno seco.


Vida.

Um domingo lendo o Só Garotos, da Patti Smith.

Ao sol e à sombra.

Poesia na aula de Pilates comigo.

Casa das Rosas.


Fotografar é uma pausa para respirar e encontrar beleza ao meu redor. 
Vocês vêm comigo nessa?

Veja também: outras edições do Pausa para Respirar:
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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.