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domingo, 30 de março de 2025

Registro

domingo, março 30, 2025 8


sentar e ouvir os próprios pensamentos:
tudo ecoando no papel,
materializando — em eterno gerúndio — as ideias.

pausar.

sentir.

inspirar e respirar:
contínua
mente.  

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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Essência

domingo, fevereiro 16, 2025 6


Não sei se veria os seus olhos ou se sentiria a sua mão sobre a minha cintura.
É noite.
Mar ou floresta?
Qualquer caminho que nos leve ao desconhecido serve.
Amor e desamor são dois lados da mesma moeda.
Estou com você.
Estou sozinha.
Nos dois casos, sempre estive.
Queria ter sonhos bons com fadas e unicórnios que me levassem a uma Terra sem Fim.
Queria tanto.
(Meu coração sempre transborda.)
Não sei se veria os seus olhos ou se sentiria o hálito do seu sorriso próximo ao meu.
Seus cachorros se dariam bem com as minhas gatas?
Sonho acordada, porque dormir me leva ao nada.
Sonhar é um verbo infinito, a reticência do seu corpo que me aquece.
Faz frio. Muito frio.
A distância é um átimo que nos afasta.
Será que você existe?
Ainda não sei se é você que procuro ou se é a minha essência.
É possível renascer várias vezes?
(Morrer eu sei que é.)
Nossa cozinha ganha cheiro de café passado na hora.
Nossos risos se misturam aos nossos fluidos.
O tempo não existe.
Sol e chuva se equilibram ao som da vitrola que ecoa,
O som da nossa dança preferida forma um arco-íris.
Não sei se sonhar acordada é ler Drummond ou qualquer poeta desconhecido.
Clarice me encara oblíqua como se dissesse “não desista!”.
As folhas das árvores despencam com o vento,
Elas me abraçam enquanto sorrio.
Faz frio. Ar sem água.
As árvores estão secas. Eu, também.
Penso demais e não saio do lugar.
Penso demais e mato os meus sonhos.
Penso em você e em como poderíamos nos encaixar:
Juntos e perfeitos, trocando a existência da vida.
Você, cheio de verso.
Eu, Hécate, poesia.
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domingo, 15 de setembro de 2024

Corrida

domingo, setembro 15, 2024 8
Imagem por Studio-72, via Pixabay.

a noite corta o fio de Morfeu com sua navalha.
deveria focar na tentativa de regresso, mas rolo a timeline infinita de vídeos coloridos.
são duas e cinquenta e três, faz frio e eu me sinto paralisada:
não há amor no mundo que me console,
mas tento encontrar gentileza comigo mesma.
o calmante não me acalma.
o chá não me acalma.
a respiração não me acalma.
o ciúme é fruto da sensação da falta
de alguém que, no passado,
perdeu todo mundo que já amou.
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sábado, 29 de junho de 2024

Eterno

sábado, junho 29, 2024 4
Fotos feitas por mim, no Centro Cultural São Paulo.


a arte de um tempo sem medo.
o medo da arte do tempo.
a arte dá medo ao tempo.
tempo. tempo. tempo.
areia fixa em ponteiros. 
ponteiros que giram em um eixo sem sentido:
voltas e mais voltas ao redor do infinito
inventário da invenção que articula
nascimentos, encontros, fecundações e mortes.

vida escoando a cada tic-tac:
infinitas possibilidades de caminhos,
eterno gerúndio em arte:

a muda de um tempo desejoso de ser sem medo.

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domingo, 5 de maio de 2024

A química

domingo, maio 05, 2024 4

Toda linha começa em busca de uma falta.

É verdade,
a crônica consegue algum estilo sobre coisa alguma.
O excesso atrapalha, ao mesmo tempo, se perde:
Mundo sem porteira. 

A primavera. 
O velho.
O sonho.

Me lembrou a função:
seu único objetivo: somente permanecer.

Ideias contrárias convivem.
O conceito como ponto de partida indica
parte substancial:
suas consequências.

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domingo, 28 de janeiro de 2024

Aqui e agora

domingo, janeiro 28, 2024 18


as palavras estão sendo escolhidas
cultivadas a ferro e fogo na fornalha
vejamos todas elas se debaterem na lenha que se consome
calor que forja o metal faz dele espada afiada 
quando a delicadeza lhe é roubada, o que sobra?

silêncio!

elas, as palavras, vêm quente, mas eu volto fervendo
vocês assistem a este espetáculo ao vivo e acessível à palma da mão
tanto nas pequenas e quanto nas grandes telas é possível ver:
palavras e eu, em língua materna, nós duas nos debatendo
desde o útero, nos aniquilando

assim seguimos, sempre em silêncio
até que nada (nos) reste


Este texto nasceu da proposta de escrita do Projeto Escrita Criativa,
cujo tema é: as palavras que ninguém diz. Para conhecer mais do Projeto, clique aqui.

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domingo, 8 de outubro de 2023

Descaminhos

domingo, outubro 08, 2023 14
Imagem por StockSnap, via pixabay.


não sei se há motivos, mas escrevo. 
recrio universos onde existem nós:
sempre desejo mais:

há fome e fúria e fogo em cada um dos meus sonhos, 
todos ávidos ao devastarem caminhos por onde passam. 

escrevo, 

ainda que sem motivos,
palavras surdas que talvez nunca sejam bem pronunciadas
— sussurradas ou em ditas em alto e bom som.

de qualquer forma, pé ante pé, dou meus rugidos.
de qualquer forma, insisto e ainda brado o meu encanto:

 sigo amando sem ao menos ter te conhecido.

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domingo, 20 de agosto de 2023

Fissuras

domingo, agosto 20, 2023 8
Imagem por Pexels, via Pixabay.


tudo aparentemente tem a sua fissura.
ela é tão tênue, que muitas vezes não a vemos.
tão brutal, que muitas vezes desmorona.
a vida é feita de fissuras,
rachaduras provocadas por quem menos esperamos e mais amamos.
amargo veneno que nos traz à realidade:
a tal perfeição não existe.
a tal perfeição é exigida justamente numa tentativa de esconder as rachaduras.
apontar o dedo para as falhas do outro e rir delas
é muito mais fácil do que sentar e resolver os próprios incômodos.
quando a gente acha que terapia é só blá blá blá,
muitas vezes é porque falta coragem de se encarar no espelho que revela
todas as nossas falhas.
ninguém é deus,
mas é possível ser honesto.
(por que você não foi?)

meu coração partido me traz crises de ansiedade.
acordo com o coração acelerado à meia-noite, às três da madrugada, às cinco da manhã.
não consigo dormir pensando no quanto as suas inverdades me afetam
e no quanto isso pode mudar a vida de quem mais amo.
mais uma vez é um homem que me mostra que amor e decepção são lados da mesma moeda.
mais um rasgo que fica tatuado na minha pele para eu ter que me virar e cuidar sozinha (ou gastando a fortuna que não tenho em terapia).
eu não aguento mais ter que lidar com as fissuras que os outros deixam em mim.
tento respirar e,

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domingo, 6 de agosto de 2023

Receita

domingo, agosto 06, 2023 6
📍Jardim da Casa das Rosas.


É a doçura que me faz lembrar daquela que um dia fui...
É a doçura.

Ela me pega pela mão
E me joga no abismo de ser vulnerável.
Não sou obrigada a ser forte o tempo todo,
A ter resposta para tudo,
A personificar a perfeição.
Só quero poder voltar a chorar sem ter motivos,
A gargalhar sem medo de ser reprovada por ter um riso que se expande e reverbera.

É a doçura.
Ela que é a culpada por esse nó no peito,
que me obriga a olhar de frente
Os meus medos todos
Inclusive o de amar.
Com a doçura não há controle que resista.
É com ela e por ela que eu me rendo.

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quarta-feira, 19 de julho de 2023

Para ouvir a minha tormenta

quarta-feira, julho 19, 2023 2
Imagem por Ankush Dawar, via Pexels.


ergo a cabeça:

postura ereta.
vermelho-sangue nos lábios.
pernas descobertas pela saia curta,
dançando mesmo que não haja música.

afronto os ouvidos:
do macho que diz que a beleza dura apenas 10 anos,
do macho que fotografa por debaixo dos vestidos sem permissão,
do macho que só enaltece outros machos,
do que se faz de desconstruído, mas só pensa em mulher quando é pra foder.

me ouço rompendo os limites:
eco que se expande lado a lado com outras tormentas.
ano a ano passando a mão no cabelo da Medusa.
juntas seguimos,
transformando em pedras todas as dores que ficaram entaladas no meio do caminho.


Este conto foi escrito a partir da proposta do Desafio Criativo para o mês de junho de 2023, cujo tema é Estrela-do-mar: Rompendo os limites. O Desafio Criativo é organizado todos os anos pelo Projeto Escrita Criativa, que está desde 2015 reunindo na internet pessoas que amam escrever. Para saber mais e participar, acesse www.projetoescritacriativa.com.

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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Cosmopolita mandibulado

quarta-feira, julho 05, 2023 4
Imagem por Subim Pumsom.


poderia ser apenas mais um caubói 
— solitário e isolado, como costumava reiterar —
um rei ausente, sem crime incomum.

filiava-se às colmeias:
era com os bichos que se ajuntava.
ele e milhares de insetos
insignificantes produtores aprazíveis...
assim era possível se mapear existente.

sabendo evitar picadas na hora do roubo,
o coração palpitante no domínio da técnica de encantamento:
— resultados doces lhe espera —
é possível amar em todos os continentes.


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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Tentativa inevitável de travessia

quarta-feira, maio 24, 2023 14
Imagem por Kostina, via Pexels.

descoberta tátil
desequilíbrio corporal  
— face idêntica a uma das avós —
sabores na casa da tia
bolhas de sabão

vento no rosto ao descer a ladeira de patins
sol com o vô na calçada
tartaruga que caminha vagarosa
letras esparsas

primeiro beijo
primeiro show
uma nota baixa
— garrancho, rascunho ou mal-entendido? —
muitas notas altas
saque que não passava da metade da quadra
professor racista
professoras mães
um poema
¿hablas español?

descoberta da autora favorita
desilusão amorosa
primeiro emprego
desilusão amorosa
segundo emprego
coração verdadeiramente estilhaçado
escrita de um livro
what’s goin’ on?

cruzar fronteiras
adotar um gato
ser leoa
adotar outro gato
mais um passo
enfrentar o mundo

erguer a cabeça
— jogo de equilíbrio —
reaprender a amar
— sobretudo a si mesma —
caminhar em busca de sonhos para não esquecer

[toda ferida exposta um dia se cicatriza]


Este poema foi escrito a partir da proposta do Desafio Criativo para o mês de maio de 2023, cujo tema é Leão: Para não esquecer. O Desafio Criativo é organizado todos os anos pelo Projeto Escrita Criativa, que está desde 2015 reunindo na internet pessoas que amam escrever. Para saber mais e participar, acesse www.projetoescritacriativa.com.

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domingo, 14 de maio de 2023

Gênese

domingo, maio 14, 2023 3
Imagem por Irina Iriser, via Pexels.

colho no fogo o material a ser talhado
me queimo por inteira
— fênix retornada —
dos encontros, a matéria-princípio:
luz, areia, mar, cosmos, fria-quentura

seguimos

muito e nada em frações de nanossegundos
disponibilidades que se desfazem e se renovam
no valor do vento, equilíbrio-oxigênio combustível das entranhas
e seus volumosos corpos de moléculas
— nem sempre tão poéticas ou contundentes —

seguimos

no alento destas ambidestras incertezas
frases ganham importância mesmo que não tenham sentido
— orações que outrem ouve e interpreta —
a visão da vasta vida e de seu parto
período composto por eternos recomeços
recomendados pelos cinco sentidos humanos
aprovados por mais outros dez ou quinze divinos
fé sendo confiança no reconhecimento da pureza

seguimos

na devoção há fome e dicionários de etimologias devorantes
me queimo por inteira já que sempre me disponho
nua corro vestida somente por vocábulos
significantes robustos de traduções e de significados
velhos descendentes de uma morte-vida latino-americana escancarada
potencial ponte, fonte fonética e frutífera
útero construindo gerúndios que se renovam e multiplicam

seguimos

num outono-inverno frio e poente
sou esculpida por vulnerabilidades sinceras
marcadas no tempo pelas ousadas páginas de telas e celuloses repletas de grafismos
rabiscos-rascunhos curiosamente curados de segredos sitiantes
conjunto que se lança em registros intergalácticos sem datações
metonímia de parte que é todo que se reparte

existo

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quarta-feira, 19 de abril de 2023

Invariável quando existir

quarta-feira, abril 19, 2023 4

Foto de Javier Allegue Barros, via Unsplash.

Haver é um verbo vindo do ventre da esperança que se questiona sobre o infinito expandido na minúcia particular. O que há de vir vai realmente chegar em forma de matéria ou de sorriso?

Haver verte o eco sonoro sincero de quem equilibra pureza e esperança como quem engole as lágrimas do medo para seguir em frente. Adiante, diante do mundo.

Haver é veste da deusa tríplice: Hécate poderosa que tem em si a donzela, a mãe e a anciã, que há e que por haver basta.

Haver é direto, transitando intransferível. Cena tragicômica de quem sente que é transporte de um coração que bate.



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domingo, 19 de março de 2023

Correspondência

domingo, março 19, 2023 4
Foto de Andrew Dunstan, via Unsplash.


tenho escrito cartas de amor e pedidos de encerramento.
tenho me lançado à minha própria guilhotina e nos braços do vácuo alegre do porvir.
vivo nesse estado entre mundos, na suspensão do pensamento.

— Você sabe prever em qual segundo tudo muda? Se há um momento de respiro?

embora eu siga escrevendo palavras que se puxam, umas às outras, desfiladeiro acima,
o sol se põe e leva consigo os últimos instantes de verão.
o limite está pra lá da estratosfera, distante das estrelas,
escondido em algum recanto do longevo infinito.

o mistério só é mistério quando desconhecido:
na mudança de estações, deixo o velho descansar, troco de pele, termino esta vida.
independentemente de recomeço, nunca abandono a missão:
as cartas de amor, por mais que ridículas, um dia serão lidas.

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domingo, 12 de março de 2023

Clandestina

domingo, março 12, 2023 2
Foto de Fox & Otter, via Unsplash


troco a cor das unhas
coloco os cachos, outrora rejeitados por outro, na touca de cetim
leio séculos disponíveis na cabeceira

deixo a pele velha morrer
melancolia se convertendo em luto
fogo que inflama e consome o terreno

evoco a força vinda da revolta
na cama de um dia chuvosamente tranquilo me lanço

e silencio
e como
e me deito
e gargalho

numa pequena troca de afetos entre noite e dia, sou versada
dou adeus às marcas passadas e mergulho
desgarrada oniricamente sigo
em pequeninos goles de felicidade.



Este poema foi escrito a partir da proposta do Desafio Criativo para o mês de março, cujo tema é "Felicidade Clandestina". O Desafio Criativo é organizado todos os anos pelo Projeto Escrita Criativa, que está desde 2015 reunindo na internet pessoas que amam escrever. Para saber mais, acesse www.projetoescritacriativa.com



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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Nós ficaremos bem

quarta-feira, fevereiro 01, 2023 8
Foto de Geoffrey Baumbach, via Unsplash.


angústia e rancor na eterna sinfonia
de prazeres suspensos e dores inacabadas
todos seguem
para sempre camuflados no final feliz

performance diária
tijolos ruem
silêncio no estrondo
há uma infinidade de certezas
na linha fina, no gramado molhado
no frame que congela instantes
todos seguem
para sempre engolidos, afogados no pântano imaculado

cirurgias transformadoras deixam pedras sobre pedras
no aquário que explode
peixes voam libertos.
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domingo, 22 de janeiro de 2023

Enredo

domingo, janeiro 22, 2023 12
Foto de Luke Southern, na Unsplash.



Intriga o desejo,       
           o sonho também.

Uma realidade se esparrama e jorra pelas sarjetas.
[O infinito do verbo haver é o mesmo do existir?]
Não há suspiro quando a morte passa. Não há nada.
[Para onde vão as gélidas gotas agudas da chuva de verão?]

Pessoas se protegem do granizo. Eu luto contra meus próprios pensamentos. Sou, ao mesmo tempo, Davi e o gigante Golias, atirando e me defendendo das minhas próprias pedras. Todas elas ficam no meio do caminho. A intriga é o sonho. O sonho é o desejo.

Netuno espalha ilusões por onde passa.
Netuno bagunça o inconsciente por onde passa.
Em meio ao caos, a onda descortina cada uma das pretensões.

Não sei como vou morrer. Gostaria que fosse dormindo, sem dor. De repente. Enquanto o calendário não é assinalado, há suspiro nascido dos pulmões cansados da percepção dos ciclos.

[É preciso navegar com a maresia.]


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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Tudo sobre o meu mais novo livro: Rasgos dentro da minha própria pele

segunda-feira, novembro 07, 2022 14


Oi, pessoal!
Estou muito feliz em contar para vocês que finalmente o meu segundo livro está chegando para todo mundo. YAAAAAAAAAAAAAY! 
Quem acompanha as minhas redes sociais e/ou assina a minha newsletter já está por dentro da novidade. A obra se chama Rasgos Dentro da Minha Própria Pele e é publicada pela Editora Penalux. 

Você já está superconvidado!


Assim como o meu primeiro, o Rasgos Dentro da Minha Própria Pele é um livro de poesia. Desta vez, os poemas apresentam um flerte com a cíclica epopeia da autodescoberta de seu eu lírico. Confrontando todas as dores da vida social e amorosa, essa voz mergulha no si mesma em busca de respostas ou daquilo que considera um modo de seguir em frente. Por meio de cada verso, esse eu lírico provoca o leitor a pensar na própria jornada e nos possíveis rasgos que há em suas peles.


Os poemas foram escritos, editados e revisados entre fevereiro de 2020 e julho de 2022. O trabalho contou com uma equipe maravilhosa, tendo, entre outros nomes, a revisão da Aline Caixeta, o texto da orelha assinado pelas escritoras Ane Venâncio e Ayumi Teruya e a quarta capa pela escritora e poeta Elizza Barreto.

Eu e meu livro juntos, pela primeira vez *_*


Lá no meu canal do YouTube, há uma playlist em que mostro algumas etapas desse trabalho, como a edição, a revelação de capa, conhecer um dos poemas e, claro, o unboxing do livro. Para ver, vocês podem clicar aqui ou apertar o play abaixo: 

Aproveitem para deixar o seu like e se inscrever no canal. ;)


O livro está em pré-venda na loja do meu blog, mas se você for ou estiver em São Paulo, eu adoraria te encontrar. Bora ir me ver no lançamento?  

Lançamento:

Data: Sábado, 12 de novembro de 2022
Horário: das 16h30 às 19h.
Local: Canto Madalena (@cantomadalena)
Rua Medeiros de Albuquerque, 471
Vila Madalena, São Paulo - SP, 
CEP: 05415-300 (Próximo ao Beco do Batman)

Abaixo segue o mapa para a localização:


Salve o Wallpaper para o seu computador. :)

Adicione o livro nas suas estantes virtuais: Skoob | Goodreads.

Quer saber mais sobre o livro? Seguem as informações técnicas:

Livro: Rasgos dentro da minha própria pele
Autora: Fernanda Rodrigues
Edição: França & Gorj
Editoração eletrônica e capa: Karina Tenório
Revisão: Aline Caixeta
Revisão dos poemas em espanhol: Ayumi Teruya
Foto da autora: Patricia Rodrigues
Publicação: Editora Penalux
ISBN-13: 9786558623779
ISBN-10: 6558623773
Páginas: 158
Sinopse: Rasgos dentro da minha própria pele, da autora Fernanda Rodrigues, é uma coletânea de poesias que abrange temas dos mais diversos e abre, no peito do leitor, um local de autoaceitação e autoconhecimento. Os escritos de Fernanda são sensíveis, íntimos, cortantes e — como o próprio título diz — rasgam a carne, abrindo espaço no íntimo para as poesias se alojarem e gerarem mudanças.

TE ESPERO NO LANÇAMENTO
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domingo, 25 de setembro de 2022

Avesso

domingo, setembro 25, 2022 2
Nebulosa. Foto por NASA, via Unsplash.


hoje o dia nasceu estranho, 
rastejando,
confinado.
hoje o dia nasceu querendo não nascer.

faz sol,
mas as horas anseiam por retornar ao útero,
ventre cósmico em que tudo é silêncio-semente.

hoje o dia nasceu de parto a fórceps:
obrigado,
compelido a se arrastar.

e arrastado segue arrastando tudo por onde passa.
e arrastando tudo, o dia desnasce.

hoje o dia não nasceu:
ele se despediu tragado na escuridão.

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