Reflexões sobre aprender a perder quem se ama
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Imagem por Kaboompics, via Pexels. |
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Meu minibuquê de sempre-vivas. |
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25 de julho é o dia de celebrarmos as pessoas que escrevem! |
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Compre os meus livros autografados aqui. |
A vida é feita de momentos agridoces. (Foto tirada no Conjunto Nacional, em São Paulo.) |
Ainda antes de sair da cama, alimento meu novo hábito das manhãs de sábado e leio a crônica do Fuks. Fuks foi meu professor e, embora ele não saiba, é muito importante para mim. Fico com as palavras dele na cabeça. A gente nunca está sozinho, mesmo quando está sozinho — há uma capsula interna que "guarda a memória dos toques alheios que alguma vez recebeu", ele diz. Esse é um conceito bom de se ter em mente nos momentos agridoces. A vida é feita de momentos agridoces.
Passo a manhã brincando com as
gatas no quintal. Vê-las correndo atrás do ratinho de brinquedo me faz sorrir e
me relembra que alguns sonhos demoram para se concretizar, mas acontecem.
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Bono no Simon Christimas Busk. |
Reflito no impacto que as pessoas deixaram em mim. Reflito sobre o impacto que tenho na vida dos outros. Ser amor, exemplo, paz, abrigo, generosidade, amplitude, conhecimento. Será que já fui dor e melancolia para alguém? Será que é possível passar uma vida sem fazer mal a outras pessoas?
Penso no impacto de uma década, no Natal sem duendes ou magia, no quanto eu venho lutando para ressignificar essa data que havia morrido em suas decorações vazias de um coração partido. Não compreendo muito bem o porquê de tentar entender tudo isso agora, mas como Alice sigo, adentro à toca do coelho.
No WhatsApp muitos votos de Feliz Natal. No Instagram, fotos de reunião de família. Na minha revisão anual, a pergunta derradeira: “Você é feliz?”. O que é ser feliz? Talvez o Natal venha para lembrar justamente isso: ressignificar é importante. Ressignificar não só os laços de amizade e fraternidade, mas também as dores, as mágoas, as angústias, as esperanças.
Natal é tempo de reaprender a viver. Não à toa, apesar dos pesares, essa continua sendo a minha data preferida do ano.
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Foto do lançamento, por Patricia Rodrigues. |
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Um dos marcadores de página do livro, com o poema "Maravilhamento" (página 14). Foto por Anna Carolina Ribeiro. |
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Criadora e criatura — dois anos depois. 💙 |
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Um dos poemas do livro A Intermitência das Coisas. |
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O tema da blogagem coletiva de junho de 2021 foi: Aquilo que eu vi.... Para saber mais sobre o Projeto Escrita Criativa, clique aqui. |
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Foto do entardecer de 15 de fevereiro de 2021. |
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Foto por Estée Janssens, via Unsplash. |
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Salve esta imagem para sempre se lembrar dessa pergunta. ;) |
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O tema da blogagem coletiva de outubro de 2020 é: Dentro de mim. Para saber mais sobre o Projeto Escrita Criativa, clique aqui. |
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Foto por Nick Morrison, via Unsplash. |
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Chandler na 5ª temporada de Friends, episódio 2 (Aquele com todos os beijos) |
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Com os Backstreet Boys. Foto por Justin Segura. |
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Com os Backstreet Boys. Foto por Justin Segura. |
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Que tal responder a essas perguntas no seu blog/site também? |
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(Imagem e texto por Fernanda Rodrigues) |
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Foto por Florencia Viadana, via Unsplash. |
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O tema da blogagem coletiva de junho de 2020 foi: ninguém solta a mão de ninguém.
Para saber mais sobre o Projeto Escrita Criativa, clique aqui. |
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Céu mudando de cor, visto do meu quintal. Imagem: Fernanda Rodrigues |
Passo os dias trabalhando sem sair. Entre um digitar e outro, uma leitura e outra, vou da sala à cozinha, coloco a água para ferver na chaleirinha velha e solto o berro em direção ao quintal:
— Mãããããããe, quer café?
A tarde se esvai enquanto a água segue seu caminho entre o pó e o filtro até fazer morada no fundo da caneca. Observo a fumaça quente e o cheirinho que se espalha por toda a casa. A moradia se converte em aconchego do lar.
Saio para o quintal com minha caneca na mão. Sorvo o líquido quente aos poucos. As gatas dormem em suas caixas de papelão depois de terem corrido muito atrás de seus brinquedos. Estou só — minha mãe já voltou para algum de seus muitos afazeres — mas não estou. Sinto um calorzinho por dentro, que sei que não é só o efeito do café quente. Então, olho para cima.
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Céu mudando de cor, visto do meu quintal. Imagem: Fernanda Rodrigues |
O fim do dia sempre foi o meu horário preferido. Agora, em quarentena, ele ganhou um novo significado. Olhar para cima é a minha forma de respiro, o meu sair de casa sem sair, a minha resistência. Ver o céu mudando de cor me lembra de que há vida acontecendo — dentro e fora de mim. O sol se põe me lembrando de que o mundo — ah, o mundo! — ele continua a girar.
De algum modo esta pausa me faz esquecer das incertezas, me afasta do que me dói. A vida não é mais sobre o caos político ou sobre um vírus que mata por onde passa. Não. Durante aquele espaço de tempo de meia hora, quarenta minutos, em que o azul claro se transforma em laranja, em rosa, em roxo até que se escurece de vez, a vida é sobre estar presente e honrar o próprio silêncio.