sábado, 31 de outubro de 2015

{#aophotoaday} Conversa sobre a vida e temas de novembro

sábado, outubro 31, 2015 2
Temas de novembro, 2015.

Hey, pessoal!
Tudo certo por aí?

Aqui, outubro foi longo, bem longo, mas feliz. Depois de crises existenciais, de rever gente que eu amo ♥ e de conhecer gente nova que já se tornou especial e que eu quero que fique na minha vida, novembro bateu às minha porta dizendo: olha só, daqui a pouco falta um mês para o seu feriado preferido. Não sei quanto a vocês, mas para mim será difícil dizer adeus a este lindo chamado 2015.

Como já virou tradição, os últimos posts do mês são para divulgar a lista do mês seguinte do #aophotoaday. Mal consigo acreditar, mas neste novembro completarei dois anos de fotos diárias, com os meus amigos do facebook e do instagram. Alguns deles, estão desde o comecinho, outros fazem por um tempo, param e depois voltam, e há ainda os recém-chegados! Contudo, todo mundo que resolveu embarcar nessa ao menos uma vez, não deixou de acompanhar e incentivar. Queria ter palavras para agradecer todo mundo! Sério, vocês são incríveis! ♥

Eu sei que eu mesma às vezes tenho deixado alguns meses incompletos. Às vezes muitas vezes, sendo bem sincera, eu me sinto mal com isso. Primeiro, porque eu AMO fotografar com todas as forças do meu ser. Segundo, porque acho que tenho que dar exemplo. Terceiro - e talvez, o mais importante -, porque eu tenho consciência de que a falta de fotos relaciona-se diretamente como a forma um tanto deprê que eu ando vendo o mundo. O cansaço e o estresse do dia a dia andaram me consumindo de tal maneira, que não consegui transformar esta energia ruim em algo positivo e prazeroso como as fotos. Aliás, isso também se reflete a esta postagem saindo nos 45 do segundo tempo. Quando comecei em 2013, prometi para mim mesma que não deixaria para postar tão em cima da hora assim... Pois é, não consegui e peço que vocês, por favor, me perdoem. 

A ideia deste bate-papo é, de alguma maneira, desabafar. Prometo que mesmo sabendo da loucura que novembro será - com o fechamento do ano letivo e o NaNoWriMo - que me esforçarei para acompanhar o projeto mais de perto. 

Como sempre acontece todos os meses, abaixo segue o calendário para impressão. A diferença deste para os outros está no fato de que eu inclui um espaço para notas. Assim, você pode fazer as suas observações sobre o que quer fotografar e/ou onde deseja fazer isso.

Clique em download para baixar a sua cópia.

Para quem está chegando agora, a participação funciona da seguinte maneira:
  1. Veja o tema do dia;
  2. Tire uma foto que represente a sua interpretação do tema;
  3. Publique nas redes sociais com a tag #aophotoaday;
  4. Interaja com outros participantes, acesse o grupo do facebook. *opcional, mas divertido!*
Vale lembrar que os dias em cores diferentes são finais de semana e feriados nacionais. :)

Você será muito bem-vindo(a) a se juntar a nós nesta jornada!
Beijos e queijos,

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terça-feira, 27 de outubro de 2015

{Resenha} Um bom professor faz toda a diferença, de Taylor Mali

terça-feira, outubro 27, 2015 2
Você já parou para pensar o que os professores fazem?! Como você se sentiria ao ouvir quase a todo instante e em todos os lugares que as pessoas são loucas ao escolher a profissão que você escolheu? Um bom professor faz toda a diferença, de Taylor Mali, nasceu justamente destas reflexões.

O que me levou a comprar este livro foi justamente o fato de já ter passado pela mesma situação de desdém vivida por Mali. A obra nasceu certo dia, depois de um churrasco em que o autor esteve. Lá, ele ouviu a seguinte afirmação de um advogado: "Os professores são tão explorados e desrespeitados que qualquer pessoa que escolha essa profissão hoje deve ter sua inteligência questionada e, portanto, não poderia nem mesmo ser autorizada a ensinar". É claro que Mali ficou mal com isso e a forma que encontrou para desabafar foi escrevendo um poema sobre o valor dos professores. Seus versos logo se tornaram um viral, espalhando-se na internet, tamanha a identificação do sentimento que ele despertara não apenas nos docentes, mas também em admiradores da profissão.


Taylor Mali declamando o poema What teachers make (O que os professores fazem)
escrito em resposta ao comentário feito durante o churrasco.

Partindo do que ouvira no churrasco e da surpresa pelo alcance de seu poema ao redor do globo, Mali escreveu Um bom professor faz toda a diferença em que compartilha suas experiências de sala de aula de forma poética e bem-humorada. Ao longo do livro, os capítulos explicam praticamente todos os versos de "What teachers make", com os exemplos das relações estabelecidas entre Mali e seus alunos. Sendo professora, é incrível ler um livro com tantas histórias permeadas pela dificuldade da profissão, sendo contadas de maneira tão inspiradoras. Taylor Mali vê a escola como um espaço de oportunidades, que deve ser vivo e intenso - repleto da felicidade que é o processo de descoberta do novo conhecimento.

Ao ler esta obra, os novos professores percebem que sim, eles fizeram a escolha certa e que sim, devem lutar pelos seus direitos para garantir condições de trabalho e de remuneração mais dignas. Já os docentes veteranos se lembram do quanto a fagulha do conhecimento é mágica e incrível e do quanto a experiência acumulada por eles é importante para quem está chegando à profissão (ela pode e deve ser compartilhada com os novatos!). Além disso, os exemplos dos projetos que ele desenvolveu com seus alunos nos desperta para ideias de ações que nós, professores, podemos desenvolver com os nossos.

Mas e se você for um leitor que não é professor? Certamente você mudará a visão negativa de uma carreira que é tão desvalorizada tanto aqui no Brasil, como nos EUA. Esta mudança de visão se deve ao próprio pensamento defendido pelo autor em toda a sua obra, que afirma que a função do professor é fazer "os alunos trabalharem mais duro do que eles imaginam ser possível" - uma vez que esta dureza vai além de fixar o conteúdo das disciplinas, mas no aprendizado dos valores de amizade, trabalho em equipe, justiça, cooperação, empatia, respeito, cordialidade e tantos outros. Afinal, são todos eles que dão sentido à vida.

Livro: Um bom professor faz toda a diferença 
Título original: What teachers make
Autor: Taylor Mali
Tradução: Leila Couceiro
Páginas: 128
Editora: Sextante
Sinopse: Todo mundo sabe que vida de professor não é fácil. Os baixos salários, as longas jornadas, a falta de treinamento e recursos, o sistema educacional ineficiente, tudo isso colabora para que cada vez menos pessoas optem por essa profissão tão importante para a nossa sociedade.
Convocando todos os que compartilham dessa vocação a não desistirem da luta, Taylor Mali decidiu escrever Um bom professor faz toda a diferença. Relatando casos do tempo em que lecionava no ensino fundamental, ele oferece ótimos insights sobre a carreira, o processo de aprendizado, a postura dos pais e a realidade do ensino nos dias de hoje.

Clique aqui para ler o trecho disponibilizado pela editora. | Livro no skoob.

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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

{Vamos falar sobre escrita?} Como participar do NaNoWriMo em 7 passos

segunda-feira, outubro 26, 2015 6
Olá, pessoal!
Pretendo escrever uma série aqui no blog sobre escrita. Não que eu seja uma super referência no assunto; mas, além de ser formada em Letras e de querer muito fazer uma pós sobre escrita criativa no ano que vem, escrevo por aqui há quase 10 anos e ando devorando muitos livros sobre o assunto (algo que será tema de outro post)... Acho que tenho algum gabarito, não? Espero, portanto, ajudar quem quiser escrever a melhorar de alguma forma as suas habilidades. Vamos lá?  

Página Inicial do National Novel Writing Month.

Para começar, vamos falar sobre o National Novel Writing Month, também conhecido como NaNoWriMo (ou, em bom português, o Mês Nacional da Escrita de um Romance, em tradução livre)?

O que é o NaNoWriMo?

O NaNoWriMo é uma iniciativa coletiva, um desafio para todos que um dia sonharam em escrever literariamente. Tudo começou em 1999, com um grupo formado por 21 americanos de São Francisco. De lá para cá, o desafio cresceu e, atualmente, estimula seus escritores de redigir um romance de 50.000 palavras durante o mês de novembro. A proposta é valorizar o entusiasmo, a determinação e prazo para que qualquer pessoa escreva o seu próprio livro.

É uma meta grande? É. 
É desafiadora? Sim, muito. 
Mas fica a pergunta: por que não tentar?

Como participar?

1. Faça o seu cadastro no site, completando os seguintes dados: 

  • Crie um nome de usuário;
  • Escreva um e-mail válido;
  • Confirme (reescreva) o e-mail válido;
  • Crie uma senha;
  • Confirme (reescreva) a senha;
  • Desmarque aquele "yes" e escolha o seu fuso horário (para quem está no Horário de Brasília é o "GMT -3:00 Brasilia");
  • Marque que você tem mais de 13 anos;
  • Marque que você concorda com os termos de uso;
  • Clique em "sign up".

  • Abra o seu e-mail e clique no link que há lá;
  • Faça o login com o usuário (ou e-mail);
  • Escolha a sua região (Central & South America :: Brazil) e clique em "next";
  • Complete o seu cadastro clicando no item 1. Fill out your profile (acesse esta parte clicando em "complete your profile"). Lá você pode colocar uma foto no perfil e acrescentar informações sobre suas preferências e ver todas as suas conexões com outros autores e os dados sobre a sua história.

2. Crie a sua história

Fala sério, esta é a melhor parte desse cadastro todo: registrar a história! Clicando em Announce your NaNoWriMo novel now!, abrirá uma tela para você preencher com o título do romance (Novel title), escolher o gênero do seu romance (Novel Genre), escrever uma sinopse (Short synopsis) e um excerto (Novel excerpt). Preencheu tudo? Clique em "Create a novel".

3. Escolha a sua região

Clicando em choose a home region, aparecerá uma tela escrita Central & South America :: Brazil. Ao clicar ali, você terá acesso aos fóruns, a maior parte deles em português (aaaaaeeeee!)
Vale dizer que os fóruns aparecem na parte inferior da tela, então, use a barra de rolagem para que eles apareçam!

4. Ganhe insignias


Conforme você vai completando os dados no site e avançando na escrita da sua história, vai ganhando insignias para celebrar! Elas são divididas em três categorias: de participação, de escrita e de conquistas pessoais.

5. Inspire-se!

Se você sabe inglês, uma boa dica é olhar os recursos do próprio NaNoWriMo e o seu grupo oficial no facebook. Se você não sabe, pode procurar apoio nas comunidades do facebook (aqui, aqui e aqui) e no tio Google (clique aqui para ver o que ele diz sobre).

6. Escreva
Pode ser do estilo que se planeja ou do estilo que apenas senta e escreve. Independentemente de qual grupo você faça parte, escreva! Você pode se expressar na língua que quiser, desde que coloque no papel todo o fabuloso universo que está na sua mente.

Na parte superior da tela, haverá um contador de palavras, indicando o seu progresso. Lembre-se: a meta é de 50.000 palavras.


7. Faça o upload da sua história

A partir do dia 20 de novembro, você pode fazer o upload da sua história completa e conquistar a insignia de "missão cumprida"! Quando você receber este badge, deve clicar nele para constar no seu perfil que você terminou o seu romance.


Palavras finais

Eu já participei do NaNoWriMo por três anos (2015 será o quarto). E não, não consegui atingir a meta. Falando assim, sei que você deve se perguntar: "se ela não conseguiu, porque está dizendo para que nós tentemos?". Pelo desafio, pela criatividade, pela experiência. Escrever cerca de 1667 palavras diárias com qualidade é algo que exige muito de quem se propõe, e isso nos leva a crescer não apenas como autores, mas como pessoas.

Novembro já está batendo à porta, então, inscreva-se e tente. Será trabalhoso, mas igualmente divertido, lhe garanto! 

Beijos e queijos! :*
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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

{Resenha} O menino que chovia, de Cláudio Thebas

quinta-feira, outubro 22, 2015 4
O projeto gráfico e a linguagem poética são os primeiros atrativos de O menino que chovia. A história narra a trajetória de um menino que "por qualquer coisa, coisinha" relampejava de nervoso. Por não ter um nome próprio, a identificação com o personagem acontece de forma natural, uma vez que as atitudes do garoto podem minhas ou suas.

A questão da alimentação também vem à tona: é mesmo necessário torcer o nariz para tudo o que vemos no prato?! Sem usar a palavra "choro" ou verbo "chorar", o autor leva as crianças a refletirem sobre a sua postura nesse sentido - de uma maneira divertida, sem sermão.

A obra é interessante não apenas por ensinar as crianças que não vale a pena ficar só reclamando de tudo, como serve de alerta aos pais que sedem a todas as vontades de seus filhos. A chatice e consequência destes comportamentos são expressas por meio da metáfora que os compara à dias chuvosos.

A solução - genial - para o problema surge de forma planejada e é fruto do trabalho em equipe familiar. Quando todos se reúnem para acabar com a chuvarada, a narrativa nos demonstra o quanto é importante a construção coletiva de ideias e a união dos membros da família.

O menino que chovia é uma leitura gostosa porque nos leva a dias mais ensolarados!

Livro: O menino eu chovia
Autor: Cláudio Thebas
Ilustrações: Iran Zigg
Páginas: 32
Editora: Companhia das Letrinhas
Sinopse: Quem não conhece o menino que leva a bola do jogo para casa quando seu time está perdendo? E aquele que faz careta quando vê um prato de sopa ou torce o nariz quando a mãe põe na mesa a salada que faz tanto bem à saúde?
Pois o protagonista desta história era assim, só que ia muito além da cara feia: quando contrariado, quando ouvia um não, ele chovia. E não era qualquer chuvinha, não. Era temporal, tempestade, com raios e trovões de verdade. O pai, a mãe, os avós, a empregada, ninguém sabia o que fazer, ficavam todos apavorados, e todos tentando de tudo para o menino parar de chover. Um dia veio a gota d'água: ele simplesmente inundou a casa, e o que aconteceu é que a calamidade acabou sendo providencial. Foi ali, no meio da inundação, que os adultos encontraram a solução para o aguaceiro, para ajudar o menino mimado a ver o mundo com outros olhos e deixar a chuva só para os dias em que acordava muito mal-humorado.
Cláudio narra a história do menino das lágrimas sem usar em nenhum momento o verbo "chorar" ou o substantivo "choro". Ágil, divertida, sua narrativa em versos revela com sutileza todo o jogo de contradições emocionais que agita o cotidiano das personagens. O enredo se arma como uma seqüência de cenas curtas e expressivas, o que pode inspirar, em sala de aula, um bom exercício de teatralização.

Livro no skoob.

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A última vez que chorei

quarta-feira, outubro 21, 2015 2
Foto por Timothy Allen.

A última vez que chorei,
Chorei pensando em você.
Você que aqui me deixou,
Deixou sofrendo de amor.

De amor solitário me afoguei,
Afoguei na dor que sobrou.
Sobrou sofrimento latente,
Latente de saudade crescente.

Crescente as lágrimas rolaram,
rolaram rosto à fora.
Fora de cogitação a felicidade,
Felicidade que nunca se aflora.

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Uma carta de amor para quem já se foi

terça-feira, outubro 20, 2015 4
Puerto Madero, Buenos Aires, Argentina. 

Olá, 
espero que tudo esteja bem por aí.

Não sei bem como começar esta carta, mas a necessidade de conversar com você falou mais alto. Sabe, eu esperei. Esperei que você voltasse, que rompesse o silêncio. Tive a esperança de que você desistisse desta ideia maluca de se afastar. Espera inútil, em vão, que fez meu mundo girar e girar... Onde foi que eu errei?

Resolvi tentar encontrar os culpados. Esbravejei contra o mundo, revoltei-me. Como poderia errar tanto assim? Não sei se a responsabilidade era sua ou minha, mas a necessidade de encontrar uma explicação me afogava de tal maneira, que pensei que jamais voltaria a respirar. Você ainda respira? 

A falta de consciência, o aperto no peito, a sua falta. Isso tudo me move a lhe escrever. Como você estaria hoje? O que tem feito? Gostaria de sentar novamente naquele café em que tudo começou para termos uma conversa franca. Queria olhar nos seus olhos novamente, sentir aquela paz de outrora. Sobretudo, queria desabafar.

Desabafo? Sim, sei que isso lhe pegou de surpresa. A verdade é que queria olhar nos seus olhos e dizer que não sinto mais raiva. No fundo, talvez eu sinta apenas pena. Pena porque tudo terminou repentinamente. Pena porque não tivemos a chance de falar. Pena por tudo o que poderia ter sido e não foi.

Talvez eu esteja vivendo um passado. O fato é que a luta contra o luto é constante por aqui. Idiotices, eu sei. Depois de tanto tempo, o seu sorriso já deve autêntico, enquanto o meu ainda resiste a se formar no meu rosto. Viver para você sempre foi tão fácil...

Espero que tudo esteja lindo na sua vida, que o seu aniversário tenha sido incrível e que sua atual namorada lhe dê o amor que você merece ter. Quanto a mim, bem, eu seguirei o meu caminho, seja ele qual for.

(Ainda) Com amor...
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O dia dos professores e outras observações

segunda-feira, outubro 19, 2015 8
Selfie com um desenho que a minha aluna fez de mim.


15 de outubro. Para muitos, uma data qualquer; para mim, um dos dias mais especiais do ano, o dia em que celebro a minha profissão.

Ser professora era um sonho de infância que foi conquistado a duras penas. Crescer e se desenvolver sendo aluna de escola pública foi (e acredito que ainda seja) uma tarefa árdua. Nos idos dos anos 90 as dificuldades eram muitas e não havia tecnologia suficiente disponível - mal tínhamos a chance de usar o tal do laboratório de informática e, quando tínhamos, éramos divididos em duplas, uma para cada computador. Logo, meus professores se viravam com aquilo que apelidamos de kit GLS (Giz, Lousa e Saliva). Alguns eram muito comprometidos, outros nem tanto, mesmo assim consegui crescer pensando que os sacrifícios do ofício valeriam a pena. Será mesmo? Foi durante os ensinos fundamental e médio que aprendi como gostaria de ser e tudo o que definitivamente não gostaria de fazer em uma sala de aula.

Comecei a lecionar em uma ONG, ajudando a educadora que me abriu as portas do que é ter acesso às tecnologias de informação e comunicação a ensinar os educandos que vinham estudar no Projeto Conexão Digital. Foi assim que descobri o quanto eu amo trabalhar com a terceira idade. Ver o brilho nos olhos de quem estava desvendando o mistério de como se digita a lista de compras do mercado ou se manda uma mensagem virtual, era mais mágico para mim do que para eles. Os senhores e senhoras que apreendiam o conhecimento com garra e coragem, que me ensinavam muito mais do que poderiam se quer sonhar. Foi nesta época que refleti muito sobre os mistérios da vida que normalmente não são se quer pensados por uma pessoa de 18 anos de idade. Aprendi com a experiência deles e a recompensa foi muito maior do que o meu salário em dinheiro.

Presentes do dia dos professores. <3

O sonho continuava de ser professora continuava a bater no peito; contudo, faltava dinheiro. Depois de comparar os currículos, percebi que não valeria a pena o sacrifício de estudar na universidade pública, quando os meus objetivos não estavam relacionados ao que a grade do curso propunha na época. Já a particular, bem, faltava o dinheiro das mensalidades. 

Esperar. Talvez este verbo defina muito o que vivo em diversas áreas da minha vida. Esperar para amadurecer. Esperar para aproveitar. Aguardei e a graduação veio quando a maioria dos meus amigos já estavam se formando. Ingressei no curso de Letras aos 21 anos, com muitas ideias na cabeça e moedas contadas no bolso. Foram cinco anos (três de bacharelado e dois de formação de professores), muito aprendizado e muita satisfação.

Este foi o meu quinto dia dos professores (o terceiro depois de formada) e a sensação de realização é gigantesca. É claro que ainda tenho muito o que aprender - por isso, continuo estudando. Tenho consciência de que não sou a melhor professora, mas que dou o meu melhor todos os dias. A cada dia busco vencer os desafios e adversidades, as torcidas contra, a falta de reconhecimento. Espero, de verdade, que eu consiga transformar as vidas dos meus alunos, como os meus mestres transformaram a minha. Espero que eu ajude a transformar a sociedade de alguma maneira.

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sábado, 17 de outubro de 2015

{Vou por aí} El Jardín Japonés, de Buenos Aires

sábado, outubro 17, 2015 4
O texto abaixo faz parte da série Buenos Aires - season 1 e relata o que vivi na capital argentina durante as férias de julho de 2015.

Parte do Jardim. Letrinhas bonitinhas, não? *_*

Olá, pessoal!
Mais um post sobre Buenos Aires (ai que saudades de lá!), desta vez sobre o Jardim Japonês, localizado em Palermo. Quando fui, desci na estação Plaza Itália e caminhei até lá. Não achei longe (fica a alguns quarteirões depois do Zoo de Buenos Aires).

Vista do lago. Ao fundo a administração e um pequeno restaurante.

Ao pesquisar sobre ele na internet, achei que o espaço era muito maior do que na verdade é. Talvez isso se deva porque eu esteja acostumada com a grandeza do Ibirapuera. Mesmo assim, vale a pena passar algumas horas por lá. O lugar é um pedacinho da paz oriental no meio do espaço urbano e transmite uma sensação incrível de felicidade.

Sakura: uma cerejeira, ainda tímida, por causa do inverno.

O jardim é composto por um grande lago, pequenas ilhas, algumas pontes, gatinhos e parinhos que ficam tomando sol e tsurus pendurados nas árvores. Além disso, há outros elementos da cultura japonesa, como um restaurante, uma casa de chás, um viveiro e uma sala de leituras.

Ele foi construído pela comunidade japonesa em 1967, quando o Príncipe Heredero Akihito e a Princesa Michiko saíram da Terra do Sol Nascente, para visitar a capital argentina.

Ache o tsuru.

Sua administração está a cargo da Fundación Cultural Argentino Japonesa e do Governo de Buenos Aires, responsáveis pelo parque desde 1989. Além da manutenção do espaço, eles também respondem pelas atividades de difusão da cultura japonesa que acontecem no local.

Uma das ilhas presentes no lago.


Eu, pagando de turista, em uma das pontes sobre o lago.

Em 2004, o Jardim Japonês foi declarado Bem de Interesse Histórico e Artístico Nacional. Em 2014, a Fundación Cultural Argentino Japonesa completou 25 anos e o Jardim Japonês de Buenos Aires foi reconhecido com o maior neste estilo fora do Japão.

Este é um passeio que você faz em duas horas (ou um pouco mais que isso) e que merece uma máquina fotográfica a tira-colo, para registrar os encantos do local.

No jardim há 3 exemplares de árvores que sobreviveram ao bombardeio atômico de Hiroshima.

Quer visitar também?
Então, anote aí:

Jardín Japonés
Av. Casares 2966. CABA
(5411) 4804-4922 / (5411) 4804-9141
Int: 19 / 23
E-mail: informes@jardinjapones.org.ar
Site (em espanhol, português, inglês e japonês) | Facebook (em espanhol) | Twitter (em espanhol)
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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Achados fotográficos #9: Max Pinckers

quinta-feira, outubro 15, 2015 4
Foto por Max Pinckers.

Quando estive em Buenos Aires, fui a uma exposição com 12 fotógrafos, na Universidade de Palermo. A instalação era diferente: ao invés de andarmos entre as imagens, elas eram projetadas em duas paredes. Além disso, havia um DJ e alguns músicos fazendo música ao vivo durante a mostra - o que tornava a vivência muito mais intensa do que uma mostra nos moldes tradicionais.

Alguns dos trabalhos me chamaram muito a atenção. Uma das séries que me deixaram um tanto apaixonada foi a do fotógrafo belga Max Pinckers, intitulada Will They Sing Like Raindrops or Leave Me Thirsty (algo como Eles cantarão como gostas de chuva ou me deixarão com cede, em tradução livre).

Foto por Max Pinckers.

A série de fotografias se transformou em um fotolivro em 2014 e retrata uma extensa viagem feita pelo fotógrafo à Índia, em que ele pôde capturar a tensão entre a tradição e a modernidade da sociedade indiana, mostrando a dualidade do amor naquele país.

Foto por Max Pinckers.

Segundo o site do fotógrafo, a ideia deste fotolivro é a de documentar e capturar "as múltiplas facetas do romance e do casamento dentro do contexto contemporâneo indiano. Inspiradas e influenciadoas pelos paradigmas de Bollywood, a indústria cinematográfica local, estas fotografias oferece um espectro de cenários que combinam o humor, a caricatura, a alegoria e o drama de produzir para produzir uma representação elegíaca e cheia de nuances da concepção do amor, com todos os seus paradoxos e ironias, na Índia de hoje".

Foto por Max Pinckers.

O que mais gostei deste trabalho - além do fato que ele me fez mergulhar em outra cultura - é que ele trabalha com a relação de expectativa e realidade. Se a expetativa é viver o que se vê nas telas do cinema e nas mídias, a realidade é muito mais trágica e proibida, por conta das relações religiosas e sociais (que envolvem as castas). 

Foto por Max Pinckers.

Gostaram?
Para conhecer todos os trabalhos de Max Pinckers, acesse: site (em inglês) | facebook | newsletter.

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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

{Tag} Complete a frase

quarta-feira, outubro 14, 2015 8
Oi, pessoal!

Fui retribuir uma visita e encontrei esta no blog da Diário da Anny, escrito pela Viviane Silva. Gostei muito, porque ela é simples e, ao mesmo tempo, objetiva. Para respondê-la, basta completar a frase. Vamos lá?

Segue lá no snapchat: fe_notavel

Sou muito persistente, perfeccionista, romântica e determinada.
Não suporto gente que diz que não consegue, sem ao menos ter tentado.
Eu nunca estive em um país cujo idioma nativo fosse o inglês (não ainda).
Eu já briguei porque disseram que só namoraria se alisasse o meu cabelo. Nunca ouvi tanta besteira junta em um único dia...
Quando criança queria ir com a Xuxa na nave, mas nunca quis ser paquita. Desde a infância queria ser professora.
Neste exato momento estou ouvindo pela terceira vez consecutiva o álbum novo do Chris Cornell (tem lá no spotify, para quem quiser ouvir também).
Tenho medo de injeção.
Eu sempre gostei de escrever, de patinar e de chocolate.
Se eu pudesse acabaria com a pobreza e viajaria o mundo (sem ter que me preocupar se teria dinheiro na volta).
Fico feliz quando dou presentes, quando vejo os meus alunos se esforçando para aprender, quando vejo todo mundo bem ao meu redor.
Se eu pudesse voltar no tempo teria me perdoado mais cedo pelas minhas falhas.
Adoro fotografar, dormir, viajar, ler, sonhar e escrever.
Quero muito viajar para Aracaju, Vitória, Pompeia e voltar a Buenos Aires.
Eu preciso de encontrar uma forma de ter tempo para mim (preciso me colocar como prioridade).
Não goste de ver pessoas, animais e árvores sofrendo (sim, você leu árvores!) e de ver pessoas que têm potenciais desistindo por pouca coisa.
Blog que indico para fazer a tag: fica aberto para quem quiser fazer ;)

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Diálogo do querer

terça-feira, outubro 13, 2015 0
Imagem por Premnath Thirumalaisamy. Sob licença creative commons.

- O que você está fazendo sozinha?

Estava distraída quando a voz daquele desconhecido me chamou para a realidade. Não contente com a minha cara de interrogação, ele repetiu ainda mais alto e articulando melhor cada fonema:

- O que vo-cê está fazendo so-zi-nha?

Fiz uma cara de desdém, como se minha expressão facial lhe respondesse um "me deixe em paz". O fato é que todos os dias me perguntava a mesma coisa. Não sei por qual motivo estava sozinha. Buscar a resposta sempre foi motivo de dor, então acabei fugindo, deixando isto para lá.

- O que...
- Olha, pare de me perguntar algo que eu não sei. Vá encher o saco de outro! - interrompi a insistência de maneira feroz e, claro, senti-me mal com a minha ignorância. Ficamos em silêncio, então, abaixei a cabeça, como forma de mostrar a vergonha que sentia da minha reação tão abrupta. Para a minha surpresa, ele não desistiu:

- Olhe o céu... Ele está bem azul hoje. Ele expressa a vastidão do que eu quero...
- E o que você quer? 
- Que você me queira.

E foi assim que ele pegou em minha mão.
E foi assim que eu perdi o medo.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Se eu fosse criança

segunda-feira, outubro 12, 2015 6
Balanços da obra Mas que as asas enraizem e as raizes voem, por Ursula Tautz, em exposição no Palácio do Catete (RJ).


Se eu fosse criança
sofreria menos.
Olharia o mundo como
um novo despertar.

Se eu fosse criança
distribuiria sorrisos.
Brincaria com as incertezas
de toda uma vida.

Se eu fosse criança
reclamaria menos.
Os sonhos tornam a vida mais doce...

Porque se eu fosse criança
ensinaria os adultos a viver.

Se eu fosse criança,
não deixaria a juventude falecer.

Se eu fosse criança,
a infância se tornaria uma constância,
um doce de magia,
uma eterna alegria.

Este texto faz parte do Projeto Escrita Criativa, que reúne escritores e blogueiros para colocarem no “papel” suas ideias. Quem quiser conhecer mais, acesse a página ou o grupo do projeto. Lá há a lista de todos os blogs participantes. O tema da blogagem coletiva de outubro é "Se eu fosse criança".

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domingo, 11 de outubro de 2015

{Vou por aí} Palácio do Catete - Rio de Janeiro

domingo, outubro 11, 2015 6
Palácio do Catete visto do Jardim.
Em setembro, visitei o Rio de Janeiro e aproveitei para conhecer alguns lugares que sempre tive vontade, mas que nunca havia tido a oportunidade. Choveu o fim de semana todo, então não deu praia. De qualquer maneira, me diverti bastante conhecendo os espaços culturais lindos que há por lá. 

(Aliás, penso que as pessoas - cariocas e turistas - deveriam aproveitar mais os centros culturais que há no Rio. Nem só de praia e boemia vive o homem...)

Fiquei hospedada na casa de uma amiga carioca - Gi, sua linda, obrigada de novo! - e ela foi uma guia incrível! Acho o Rio meio confuso no sentido de locomoção (principalmente porque aqui em São Paulo eu faço tudo de metrô e o de lá não vai a todos os lugares), então estar com uma carioca o tempo todo foi uma mão na roda! 

O primeiro lugar que visitamos foi o Palácio do Catete. Lá há um jardim incrível, o Museu da República, um café, uma biblioteca e um cineclube. Nós visitamos o jardim e o museu e valeu muito a pena! :)

O Jardim


Obra: Caminhos mais claros, por Marcos Duarte. Madeira e fibra de vidro cromada.

Começamos a nossa visita pelo jardim. Além de lindo, ele estava com uma instalação artística em que várias obras de arte contemporânea contrastavam com as esculturas já existentes desde a construção do Palácio de Nova Friburgo (antigo nome do Palácio do Catete).

Obra: Walk in ball, por Felipe Barbosa. 135 bolas de futebol abertas e recosturadas e estrutura metálica

O jardim serve como refúgio ao caos urbano. Cercado de comércio, prédios, carros e movimento, várias pessoas vão até lá para descansar, ler, ter um momento para si. Com a chegada da primavera, os passarinhos estavam cantando felizes, o que trazia uma sensação de paz muito grande ao local. Recomendo a visita para quem quiser relaxar.

Escultura representando O Nascimento de Vênus.

Depois de darmos uma volta no jardim, entramos no museu abrigado dentro do palácio que serviu de cede da República, quando a capital do Brasil ainda era o Rio, e que também é conhecido por ser o lugar em que o presidente Vargas faleceu.

Piso térreo/1º andar

Logo na entrada temos noção da suntuosidade do lugar. Somos recebidos por duas esculturas que representam a Leitura e a Escrita, cada uma de cada lado da grande escadaria que nos leva aos pisos superiores.


Obra: A escrita.

Obra: A leitura.
No andar térreo, conhecemos um pouco da história do Palácio, construído entre 1858 e 1867, pelo Barão de Nova Friburgo, Antônio Clemente Pinto. À época o local foi considerado o símbolo do poder da elite cafeicultora. Vinte anos após o falecimento do Barão, o local foi vendido para uma companhia hoteleira - mas não chegou a se transformar em um hotel, porque foi comercializado novamente, sendo comprado pelo conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Em 1896, o palácio foi adquirido pelo governo federal para servir de sede da Presidência da República.

Linha do tempo com os governantes brasileiros.
Ao visitarmos a sala de reuniões ministeriais somos recebidos pelo poema de Fernando Pessoa, Eros e Psiquê:

Poema localizado ao lado da entrada da sala ministerial.

Sala ministerial em que o presidente e seus ministros de reuniam. Ao centro da mesa, a estátua simbolizando a Justiça.


2º andar - Piso Nobre

Este é o andar que fora destinado às festas e recepções. Cada uma das salas tem uma decoração temática em que o visitante é submergido por arte: as paredes, os tetos, os vitrais, até as maçanetas são artísticas. A vista de acesso que a escada principal nos dá, já nos faz ter noção do que nos espera nos andares superiores.

Detalhes na escada principal.

Vista que temos da escada aos andares superiores.

É no piso nobre que temos acesso às salas de jantar (Salão de Banquetes) e de jogos (Salão Mourisco). Nele também há um espaço para a recepção de visitas e bailes (Salões Pompeano, Nobre e Veneziano) e uma capela. Consta na história que realizava-se saraus no salão Veneziano e foi lá em que aconteceu o sarau com as músicas de Chiquinha Gonzaga. Foi neste evento em que a elite pode conhecer um novo ritmo, o Corta-jaca, fato que escandalizou a sociedade da época. Este evento foi realizado pela D. Nair de Teffé, segunda esposa do presidente Hermes da Fonseca.

Salão de Banquetes.
Detalhe do teto do Salão de Banquetes.
Selfie no Salão Veneziano.

Neste andar também há a sala do presidente, com detalhes do escritório de Getúlio Vargas. Tudo está tão conservado que dá a impressão que ele pode aparecer a qualquer momento. Vejam só:

Manuscritos do presidente Getúlio Vargas.
Vista do Escritório.
Selfie no elevador presidencial.

3º andar - Habitações

Este é o andar em que estavam os quartos dos moradores do palácio - e o local em que Getúlio Vergas se suicidou em 24 de agosto de 1954. Infelizmente, não pude visitá-lo, porque esta parte do museu está fechada para restauração. Segundo nota no site do museu:
Devido a problemas estruturais e reformas, o terceiro andar do Palácio do Catete, Museu da República, onde se encontra o quarto do Getúlio e a Exposição “Res publica”, está fechado para visitação.
No entanto, o “Pijama do Getúlio” e a arma utilizada no suicídio estão em exibição no andar térreo, como parte da exposição “Saio da vida para entrar na História”.
Sem dúvida, esta é uma visita que vale muito se feita!
Para ver mais fotos e sentir mais deste lugar, visite o álbum no flickr.

PALÁCIO DO CATETE
Jardim: entrada gratuita
Museu da República: R$6,00 (estudante e professor pagam meia entrada)
Local: Rua do Catete nº153 - Catete - Rio de Janeiro | R.J.
Telefone: +55 21 2127-0324

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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Adeus

segunda-feira, outubro 05, 2015 4
Foto por: Sadie Hernandez.

O fim chegou decerto...

Por mais que não queira,
a hora é agora:
"remover conexão",
foi a escolha da razão.

Adeus.

A Deus eu rogo
Com força e devoção:
Que Ele te tire da minha cabeça
e de todo o meu coração.

Adeus.

Depois de tanto tempo,
o sofrimento veio apenas na hora.
Depois de tanto tempo,
foi a hora de te ver ir embora.

Adeus.

Depois de tanto tempo,
chegou o momento
de seguir em frente,
novo futuro em mente.

Cinco letras
tão significativas,
todas elas
retratando a sua partida:

ADEUS!

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