Imagem por Premnath Thirumalaisamy. Sob licença creative commons. |
- O que você está fazendo sozinha?
Estava distraída quando a voz daquele desconhecido me chamou para a realidade. Não contente com a minha cara de interrogação, ele repetiu ainda mais alto e articulando melhor cada fonema:
- O que vo-cê está fazendo so-zi-nha?
Fiz uma cara de desdém, como se minha expressão facial lhe respondesse um "me deixe em paz". O fato é que todos os dias me perguntava a mesma coisa. Não sei por qual motivo estava sozinha. Buscar a resposta sempre foi motivo de dor, então acabei fugindo, deixando isto para lá.
- O que...
- Olha, pare de me perguntar algo que eu não sei. Vá encher o saco de outro! - interrompi a insistência de maneira feroz e, claro, senti-me mal com a minha ignorância. Ficamos em silêncio, então, abaixei a cabeça, como forma de mostrar a vergonha que sentia da minha reação tão abrupta. Para a minha surpresa, ele não desistiu:
- Olhe o céu... Ele está bem azul hoje. Ele expressa a vastidão do que eu quero...
- E o que você quer?
- Que você me queira.
E foi assim que ele pegou em minha mão.
E foi assim que eu perdi o medo.
E foi assim que eu perdi o medo.
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