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domingo, 25 de agosto de 2019

4 poemas de Paulo Leminski que você precisa conhecer | BEDA agosto/2019 #25

domingo, agosto 25, 2019 2
Paulo Leminski.
Ontem foi aniversário de nascimento do poeta curitibano Paulo Leminski e como ele é um dos meus poetas preferidos nesta vida, resolvi fazer deste sábado e domingo um final de semana leminskiano aqui no Algumas Observações. 

Fala de Paulo Leminski sobre os poetas, publicada na edição 248 da revista Cult.
Se no post de ontem eu abri o meu coração em uma carta, no de hoje eu resolvi separar quatro poemas do autor para que vocês possam conhecê-lo um pouco melhor. Selecionei parte dos meus textos preferidos, então espero que vocês gostem. Os poemas apresentados abaixo estão no livro Toda Poesia, publicado pela Companhia das Letras, entre parenteses seguem as páginas onde estão cada texto.



pareça e desapareça

      Parece que foi ontem.
Tudo parecia alguma coisa.
      O dia parecia noite.
E o vinho parecia rosas.
       Até parece mentira,
tudo parecia alguma coisa.
      O tempo parecia pouco,
e a gente se parecia muito.
      A dor, sobretudo,
parecia prazer.
      Parecer era tudo
que as coisas sabiam fazer.
      O próximo, eu mesmo.
Tão fácil ser semelhante,
      quando eu tinha um espelho
pra me servir de exemplo.
      Mas vice-versa e vide a vida.
Nada se parece com nada.
      A fita não coincide
Com a tragédia encenada.
      Parece que foi ontem.
O resto, as próprias coisas contem.
                                      (página 207)

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     um bom poema
leva anos 
     cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
      seis carregando pedra, 
nove namorando a vizinha,
      sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
     três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
     uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
                                      (página 245)

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ouverture la vie en close

     em latim
"porta" se diz "janua"
     e "janela" se diz "fenestra"

     a palavra "fenestra"
não veio para o português
     mas veio o diminutivo de "janua"
"januela", "portinha"
     que deu nossa "janela"
"fenestra" veio
     mas não como esse ponto da casa
que olha o mundo lá fora,
     de "fenestra", veio "fresta",
o que é coisa bem diversa

     já em inglês
"janela" se diz "window"
      porque por ela entra
o vento ("wind") frio do norte
      a menos que a fechemos
como quem abre
     o grande dicionário etimológico
dos espaços interiores
                                      (página 248)

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Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo 
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui.
                                      (página 356)

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E você? Conhece o trabalho do Leminski? Gosta das produções dele? Me conte nos comentários! Vamos conversar. ;) 

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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

BEDA agosto/2018 #24 — 3 coisas que você precisa saber sobre o curso de Biomedicina, por Ane Venâncio*

sexta-feira, agosto 24, 2018 0
Vamos falar das biológicas neste blog? Vamos!

Não se estranhe, você não entrou no blog errado. Eu sei o título pode parecer um pouco diferente do que você está acostumado a ver por aqui, mas garanto que vai valer a pena separar alguns minutinhos para ler essa postagem até o final. Bom eu sou a Ane, do Blog Profano Feminino, e a convite da Fernanda estou aqui no Algumas Observações para tirar algumas dúvidas sobre o curso de Biomedicina.

Aposto que você já deve ter ouvido falar sobre o Dr. Bactéria, o biomédico Roberto Martins Figueiredo ganhou popularidade e ficou conhecido por suas aparições na televisão ensinando de forma simples e divertida como se livrar das bactérias e manter o lar sempre higienizado. Porém ainda existe muitas dúvidas sobre a profissão e sempre surge aquela pergunta: mas afinal o que faz um biomédico?

1. O curso

Acredito que 99% dos estudantes de Biomedicina já estão cansados de ouvirem perguntas como: Mas você estuda o quê? O que faz um biomédico? O curso é tipo Medicina? Você vai ser médico? Você faz Biomedicina porque não conseguiu entrar em Medicina? Estou com uma dor aqui o que pode ser? Qual medicamente eu devo tomar para dor? Vou parar por aqui para não ficar uma postagem gigante, mas acho que deu para entender. Em meio tantas perguntas às vezes a gente acaba até se perdendo tentando explicar tudo o que podemos fazer, uma vez que as pessoas na maioria das vezes enxerguem o biomédico como uma mistura de médico, enfermeiro, farmacêutico e biólogo.

O curso de Biomedicina tem normalmente a duração de 4 anos, sendo que no último ano do curso, é preciso escolher uma área específica para fazer estágio, que é obrigatório, e escrever uma monografa.

O objetivo do curso é formar profissionais Biomédicos, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual, capacitando-o ao exercício de atividades referentes às análises laboratoriais, análises moleculares, produção e análise de bioderivados, acupuntura e análise por imagem, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade.

Imagem: rawpixel.

2. Grade Curricular

Se você procura neste curso uma opção para fugir das áreas de exatas, você está fazendo isso muito errado e já vou te explicar o porquê. A grade curricular do curso de Biomedicina não é a mesma em todas as faculdades. Por isso é muito importante ter em mente qual a sua área de interesse e buscar uma faculdade que oferte matérias que mais combine com o perfil que você se busca dentro do curso. 

Dentre as matérias que você vai estudar terão matérias comuns como: Anatomia Humana, Química, Genética básica, Farmacologia, Fisiologia, Patologia, Citologia e Histologia, Estatística, Epidemiologia, Microbiologia, Parasitologia, Biologia Molecular e Celular, Toxicologia.

Por exemplo na grade curricular da USP (lá o curso aparece com o nome de Ciências Biomédicas), são ofertadas matérias como: Introdução à Programação de Computadores, Introdução à Análise de Dados, Biotecnologia e Engenharia Genética, Bioinformática e Genômica, Empreendedorismo, Inovação e Propriedade Intelectual. Enquanto na UFPR em sua grade temos matérias como Representação e Análise de Dados e Fenômenos, Introdução a Sistemas Computacionais, Fundamentos de Programação, Tópicos de Pesquisa em Informática, Métodos Analíticos para Biomedicina e Biomarcadores de Contaminação Ambiental.

Já na UFRN temos matérias como: Química Orgânica para Biomedicina, Entomologia Médica para Biomedicina, Bioinformática Básica, Uroanalise, Deontologia Aplicada a Biomedicina, Processos Fisico-Quimicos nas Ciências da Vida e Fundamentos da Acupuntura. Por sua vez na UFPA entre as matérias ofertadas temos: Inglês Instrumental, Administração Laboratorial e Hospitalar, Metodologia de Pesquisa e História da Ciência, Redação e Textos Científicos. Já na UFMT (onde eu formei) a grade incluí matérias como: Fundamentos da Matemática, Zoologia Básica, Sociologia e Antropologia, Bioética, Biossegurança e Primeiros Socorros, Administração Laboratorial e Controle de Qualidade, Acupuntura e Análises Bromatólogicas. No penúltimo semestre o aluno pode optar em estudar matérias Aprofundamento em Imagenologia ou Análises Clinicas (no meu caso escolhi a segunda opção por apresentar mais possibilidades em relação ao mercado de trabalho).

Como vocês puderam perceber listei uma faculdade de cada região do país e listei algumas matérias que cada uma oferece que se diferencia das demais. Por exemplo na USP o foco é mais voltado para a área saúde e tecnologia, na UFPR vemos um incentivo a tecnologia, porém apresenta um foco nos cuidados ambientais também. Na UFRN temos um mix de áreas biológicas, exatas e humanas. Já UFPA vemos um destaque para a metodologia de pesquisa, enquanto na UFMT a abordagem é mais generalista com foco em saúde, porém apresentando uma abordagem mais humanista. Por isso é importante pesquisar bem sobre o lugar que você deseja estudar ainda que já tenha decidido seu curso. Às vezes não é que o curso não seja bom, mas a sua escolha não foi boa para as suas expectativas no mercado de trabalho.

Imagem: Mathew Schwartz.

3. Mercado de Trabalho

Talvez esse seja o tópico que mais interesse as pessoa. Uma das vantagens da Biomedicina e as várias opções de atuação, porém ter tantas opções assim pode causar dúvidas sobre que área. Antes de mais nada é importante pesquisar como é o mercado em sua região por exemplo em grandes centro o a área da analises clínica pode estar saturada, porém a de biomédica estética e citologia oncótica são promissoras. Enquanto no interior se carece se profissionais com visão em análises clínicas e imagenologia

O biomédico pode atuar nas áreas de:
Análises Clínicas, Análises Ambientais, Indústria, Análises Bromatológicas, Biologia Molecular, Genética, Reprodução Humana, Citoligia Oncótica, Banco de Sangue, Imagenologia.

É ampla a área de atuação do biomédico. No entanto, para o desenvolvimento de suas atividades, o biomédico deve ter o reconhecimento de habilitação na área específica em que atua. Segundo o CFBM são reconhecidas 35 habilitações do biomédico e o Conselho Federal de Biomedicina não estipula limites para a quantidade de habilitações do profissional biomédico. Abaixo segue uma imagem listando quais são elas.

Fonte: Conselho Federal de Biomedicina

A área da saúde é um campo que sempre está em expansão no mercado de trabalho, desse modo, o profissional que se formar em Biomedicina terá sempre uma boa oportunidade de emprego podendo trabalhar no setor público, setor privado ou no exterior.

Agora chegamos na parte em que todos querem saber, mas quase ninguém fala sobre. Afinal quanto ganha um biomédico?

Não existe um piso salarial nacional unificado para os biomédicos. O salário mínimo profissional recomendado varia de acordo com as convenções e acordo coletivo entre sindicato patronal e sindicato da categoria dos biomédicos de cada estado.

O salário pode varias de acordo com a carga horária e a qualificação do profissional. Por exemplo, o Sindicato dos Biomédicos no Estado de Goiás estabelece os seguintes pisos salariais (Convenção Coletiva de Trabalho 2017/2018), de acordo com a carga horária:
  • R$ 1.549,95 para 24 horas semanais
  • R$ 2.322,57 para 36 horas semanais e para escala de revezamento 12x60
  • R$ 2.838,04 para 44 horas semanais e para escala de revezamento 12x36
Bom pessoal espero que você agora vocês tenham aprendido um pouco mais sobre o curso de Biomedicina e o trabalho do biomédico, e entendido o porquê é complicado às vezes explicar sobre a atuação profissional e o curso em si, como vocês puderem vez são várias opções de atuação, assim como diferentes opções de grande curricular, consequentemente cada intuição forma profissionais com perfis diferenciados para o mercado de trabalho.

Espero ter ajudado de alguma forma a solucionar algumas dúvidas e quem sabe despertar o interesse para esse campo de atuação!


*Sobre a Ane Venâncio:

Ane, pisciana, mato-grossense de sotaque duvidoso, adora conhecer novos lugares e histórias. Tem sempre uma teoria para tudo. Adora ficar analisando fatos e pessoas, mas detesta ser analisada. É distraída, tímida, geniosa, indecisa e tem uma terrível mania de escrever em terceira pessoa. Escreve no blog Profano Feminino.

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domingo, 4 de fevereiro de 2018

{Vou por aí} Coleção Brasiliana, do Itaú Cultural, em São Paulo

domingo, fevereiro 04, 2018 4
Coleção Brasiliana, do Itaú Cultural.
Semana de carnaval... Que tal aproveitar aquele momento em que você está à toa entre um bloquinho e outro para conferir uma super exposição? A sugestão do dia é dar um pulo no Itaú Cultural e percorrer os dois andares da Coleção Brasiliana, instalada no Espaço Olavo Setubal. Dividida em 9 módulos, a mostra apresenta a história do Brasil por meio de pinturas, fotografias, numismática, cartografia e literatura, trazendo ao visitante a multiplicidade da nossa cultura.

Este é um dos primeiros mapas em que o Brasil foi retratado.

O acervo parte de um Brasil desconhecido, cujo território foi desbravado e moldado por intermédio de relatos que partiam de um viés um tanto exótico-fantasioso. O canibalismo e o índio como figura européia são temas predominantes destas narrativas deste lugar que ninguém sabia ao certo que rumo teria. 

Do desconhecido o visitante é conduzido ao período de colonização holandesa e o pelo registro deixado pelo legado de Maurício de Nassau. Há, portanto, certa predominância de obras que retratam o Nordeste e sua paisagem durante estes oito anos.

Livros dos autores árcades Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Durão e Basílio da Gama.
A seguir, passa-se ao período em que os portugueses resolveram fechar as fronteiras, após a derrotarem os holandeses. Foi na mesma época também que os lusitanos descobriram o ouro da região de Minas Gerais. Além de retratar a tensão política, foi neste momento em que eu tive o meu primeiro impacto literário durante a minha visita: vi ali as primeiras edições dos livros dos dois principais autores árcades: Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Ao lado das edições, ainda pude observar documentos assinados pelos inconfidentes — incluindo o Tiradentes — e a imagem de Nossa Senhora das Dores, esculpida por Aleijadinho.

Deste impacto, o visitante é conduzido ao Brasil dos Naturalistas. O que mais me encantou neste módulo foram as cromolitografias: pássaros e plantas da nossa fauna e flora feitos com toda a delicadeza e precisão.

Observando as gravuras do Brasil dos Naturalistas. Uma imagem mais linda que a outra.
As capitais e as províncias são registradas nos módulos 5 e 6 da exposição, assim como o império, no módulo 7. Contudo o que mais expressa a nossa realidade é a oitava parte da exposição, O Brasil da Escravidão, que escancara o modo com que os diversos artistas viajantes retrataram, em contextos rural e urbano, a escravidão no Brasil.

Nem tudo são flores. A escravidão vista pelos diversos artistas que aqui passaram e deixaram estas imagens como documento histórico.
A viagem histórica termina no módulo 9, que ressalta o Brasil dos brasileiros. Ali, mais uma vez, meu coração pulsou com a coleção literária que inclui obras — algumas delas com dedicatórias ou autografadas — dos cânones Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Jorge de Lima e Manuel Bandeira.

Grande Sertão: Veredas, com dedicatória do Guimarães Rosa a Gilberto Amado.
E Sagarana, dedicado a José Lins do Rêgo. 
Dedicatória de Clarice Lispector, no livro Laços de Família.
Meu coração quase parou ao ver o livro do Drummond (meu divo, meu muso, meu amor). ♥

Visitar a Coleção Brasiliana foi, sem dúvida alguma, uma experiência enriquecedora. É sensacional poder, de algum modo, ver tudo o que estudamos sob outro olhar. Vale a pena conferir!



Exposição Coleção Brasiliana
Funcionamento: Terça a sexta das 9h às 20h. Sábado, domingo e feriado das 11h às 20h.
Endereço: Itaú Cultural — Espaço Olavo Setubal (Pisos 4 e 5)
Avenida Paulista, 149
São Paulo — SP
CEP: 01311-000
Telefone: +55 11 2168 1777
E-mail: atendimento@itaulcultural.org.br
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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Amor e Resiliência — a Primeira Antologia do Projeto Escrita Criativa

quinta-feira, janeiro 11, 2018 12
Vem conhecer este projeto muito amor! ♥
Oi, pessoal!
Hoje eu vi contar uma novidade que deixou o meu coração realmente quentinho. 💚 Logo no começo do mês, mais precisamente no dia 7, foi o dia do leitor e nada mais justo do que acontecer algo bem especial nesta data. Para isso, escolhemos — Ayumi, Ane e eu — este dia para lançar a primeira antologia do Projeto Escrita Criativa, chamada Amor e Resiliência

O livro, disponível na Amazon, reúne textos escritos entre 2015 e 2017, por nove autoras participantes do projeto no período (o que inclui textos meus!). Os textos estão organizados em ordem cronológica, ainda que o leitor possa escolher a sua própria forma de organizar a sua leitura. Embaixo do título de cada texto, ele também encontrará o nome da autora e, no final do volume, uma minibiografia com o contato de cada uma delas.

Amor e Resiliência está disponível na Amazon, para leitura em todos os dispositivos eletrônicos.

Disponível na Amazon.


Amor e Resiliência é um orgulho sem tamanho para mim. Foram três longos anos de trabalho, escrevendo, coletando textos e revisando um material rico de diversas temáticas e gêneros. O livro é composto por cartas, contos, crônicas e poemas que refletem a essência de cada autora. Partimos todas dos temas das Blogagens Coletivas e dos Desafios Criativos e conseguimos compôr um material de leitura agradável para os leitores.

Além disso tudo, pretendemos doar o dinheiro arrecadado para algum projeto social que incentive a leitura. É ou não é para morrer de amor?

Livro: Amor e Resiliência: Cartas, Contos, Crônicas e Poemas

Autoras: Ana Paula, Ane Carol, Ayumi Teruya, Fernanda Besagio, Fernanda Rodrigues, Jade Maranhão, Lenise Battisti, Melissa Moreira, Patrini Vieiro.
Páginas: 123
Editora: publicação independente pela Amazon
Sinopse: A primeira antologia "Amor e Resiliência: Cartas, Contos, Crônicas e Poemas" reúne textos dos escritores e blogueiros que participaram ativamente do Projeto Escrita Criativa, entre maio de 2015 e abril de 2017, transformando temas específicos do dia a dia em literatura.
Livro no skoob. | Clique aqui para comprá-lo.

PS: com essa de ter a antologia no Skoob, eu consegui fazer o meu perfil de autora lá. Agora vocês podem me seguir e me avaliar com 5 estrelas. 😍

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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

{Vamos falar sobre escrita?} Entrevista com o escritor Reinaldo Fontes

segunda-feira, dezembro 11, 2017 61
Vamos falar de escrita com o escritor Reinaldo Fontes

Olá, pessoal!
No post de hoje, da coluna Vamos falar sobre escrita?, trago a entrevista com o jornalista e escritor Reinaldo Fontes, que está lançando o seu primeiro romance, Volte Amanhã.

Algumas Observações: Comente um pouco como foi o seu despertar para a escrita. Como foi que você se descobriu escritor e em qual momento você passou a ver a escrita como trabalho?
Reinaldo Fontes: Sempre gostei de escrever. Talvez o Jornalismo tenha sido a porta de entrada para que a escrita se tornasse um hábito. A questão é que trabalhar no meio jornalístico nem sempre te dá tanta liberdade para criar, falar e escrever sobre coisas que você gosta ou se identifica. Claro que no trabalho você acaba encontrando histórias, pessoas e coisas que te inspiram, mas ainda há aquele entendimento de que se trata do seu dever profissional. Nos últimos anos, comecei a pensar em como mudar isso. Foi dessa forma que a escrita mais livre se tornou um hobby.

AO: Como surgiu o desejo de migrar do jornalismo para a ficção e de onde veio a ideia do seu primeiro romance, Volte Amanhã?
RF: Em 2013, fiz um intercâmbio de estudo e trabalho no Canadá e na volta comecei a pensar no roteiro de uma história. Escrevi o primeiro capítulo, mas acabei não desenvolvendo mais. Ficou aquele sentimento de algo inacabado e senti que precisava de algo novo para me tirar da zona de conforto. Antes, escrevia em terceira pessoa, então me propus a adotar a primeira, em uma história totalmente diferente. Em junho de 2016, uma ideia começou a martelar a minha cabeça. Foram algumas noites sem sono que me fizeram correr para os primeiros rabiscos de roteiro. Não sei dizer exatamente de onde veio a motivação, mas acredito muito que o que nos leva a escrever é o nosso repertório de vida, as coisas que vivemos e o mundo que observamos. Comecei a me dar conta de que a história de Volte Amanhã não era algo convencional e acho que isso me fez ter ainda mais vontade de escrevê-la. Gosto da ideia de falar sobre coisas que talvez as pessoas não estão tão acostumadas a conversar, pois é daí que as reflexões começam a surgir.

AO:  Por que você escolheu dar voz a uma mulher no seu livro?
RF: Parte disso foi realmente essa vontade de me tirar da zona de conforto. Aí vem: pensar na forma de agir de uma mulher, perfil, gostos, atitudes etc. A segunda principal motivação foi o desejo de falar sobre como a mulher é vista na sociedade em que vivemos. Eu fui criado por uma mãe viúva (meu pai faleceu quando eu tinha 2 anos de idade) e ela me ensinou muito com a sua força para superar inúmeras adversidades. Eu posso dizer com segurança que nunca senti falta da figura paterna por tê-la por perto. Ela me permitiu ter uma visão ampla sobre a força da mulher como um todo, pois eu vivi em casa esse exemplo. Essas virtudes femininas sempre estiveram claras para mim, ainda que eu as tenha percebido de forma natural. Nós estamos em 2017 e a mulher ainda é subjugada, subestimada e pouco valorizada. Eu não sou um feminista, mas um homem que acredita que estamos extremamente atrasados em relação a igualdade de direitos e tudo que se deriva disso.


AO: O seu livro traz a questão da busca de identidade, em uma sociedade em que a mulher busca ganhar cada vez mais espaço, qual é o papel da literatura nesse sentido?
RF: A questão da busca pela identidade que eu trato no livro não é tão direcionada a mulher especificamente, embora a protagonista tenha essa condição. É algo que vai um pouco além, pois visa mostrar como a forma que nos enxergamos impacta no modo que vivemos. E quando digo isso, falo sobre a percepção da sociedade para as escolhas que fazemos, como somos notados e tratados e o que isso influencia na nossa autoestima e maneira de viver. Eu acho que o papel da literatura é justamente esse, trazer temas contemporâneos para o debate, promover conexões e reflexões, abrir espaço para o diálogo. Ao apresentar uma história ao público, você inicia um processo de empatia, tanto no ato de construir esse enredo como no momento em que o leitor o absorve. A literatura para mim é um intercâmbio de ideias e sentimentos.

AO: Como você vê o mercado editorial para os novos autores? Quais são os principais desafios para quem quer publicar?
RF: Durante esse processo de construção do livro eu estudei um pouco o mercado editorial. E confesso que vi algo menos encorajador do que esperava. O mercado brasileiro é muito competitivo e dá uma contrapartida muito baixa ao autor, especialmente aos novos. Isso, claro, de modo geral. É inevitável a comparação com outros países e isso também desanima um pouco. Apesar dos desafios, a nossa literatura é muita rica e diversificada. Para os novos autores que desejam publicar um livro, acho que o principal de tudo é saber administrar o tempo. É preciso disciplina para pesquisar, escrever, revisar. Você tem que ter a consciência de que está desenvolvendo um projeto, por isso terá que prever etapas, avaliar possibilidades e tomar decisões. Dependendo da modalidade que você escolher, esperar pelo sim de editoras pode ser um pouco frustrante. Contudo, ver sua obra ganhar forma é algo incrível e bastante motivador.


AO: Quais dicas você daria para as pessoas que também querem escrever um livro?
RF: Tenha muito claro na sua cabeça o que você quer escrever e as suas ambições com a obra em questão. Com base nisso, procure criar algo que você terá orgulho. Esse é o primeiro e mais importante aspecto se você busca prioritariamente a satisfação pessoal. O processo criativo é prazeroso, mas também tem seus momentos de dúvida. Escreva, apague, recomece. É algo normal e saudável para sua obra. Leia em voz alta os trechos de sua publicação, isso fará com que você avalie o encadeamento e o sentido do texto. Seja paciente na hora de publicar, é um momento decisivo e você pode se precipitar (como eu já fiz). Avalie as editoras, estude suas propostas, entenda os benefícios que você terá.

AO: Quais são os seus planos futuros? Já pensa em um próximo projeto?
RF: Eu me senti muito bem escrevendo Volte Amanhã, mas não tenho nada concreto para o futuro. No próximo ano, pretendo me capacitar mais na área da escrita criativa e quem sabe tirar do papel algumas ideias que volta e meia me tiram o sono! rss

AO: Deixe o seu recado para os leitores do Algumas Observações.
RF: Antes de mais nada, quero agradecer à Fernanda por abrir espaço para eu falar um pouco da minha experiência. Também a parabenizo pela qualidade e sucesso do blog. Imagino o quão desafiador deva ser administrar um portal de conteúdo, que dirá por mais de 10 anos. Aos que optarem viajar pelas páginas de Volte Amanhã (você pode encontrá-lo aqui), sejam muito bem-vindos. Espero que gostem do livro e estou à disposição para feedback.


Conheça o livro do Reinaldo Fontes, Volte Amanhã:
Editora: Autografia
Páginas: 158
Você pode se esconder de tudo e todos, mas não pode fugir de você mesma, essa é a reflexão diária de Gabí, uma mulher moderna que carrega, do salto aos óculos escuros, a convicção de que se não for para lacrar, não vale a pena sair de casa. E se a vida é feita de sonhos, ela vai querer, desde cedo, ser a primeira da fila.
A jovem de 22 anos, aspirante a advogada, sabe se impor em meio a uma sociedade que fervilha crise de valores e julgamentos na maior cidade do Brasil, em pleno século XXI. Acostumada a estar sob os holofotes que desafiam seu jeito de ser, até mesmo dentro da própria família, ela lida, desde cedo, com as dúvidas sobre sua capacidade.
Gabí segue fielmente seu propósito até conhecer o desajeitado e intrigante Cadu, um formando em Direito que a faz rever conceitos e dar uma chance a um amor desconhecido, capaz de fazê-la frear seus medos, potencializar seus desejos e até mesmo completar a melhor projeção de si mesma.

Entre em contato com o autor por meio dos e-mails: livrovolteamanha@gmail.com,  reinaldofontes2@gmail.com ou pela página do livro no Facebook.

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

{Vamos falar sobre escrita?} Entrevista com a escritora Ju Farias

sexta-feira, janeiro 27, 2017 4
Vamos conhecer a Ju Farias! ♥

Oi, pessoal!

O primeiro post de 2017 da coluna Vamos Falar sobre Escrita está para lá de especial. Como vocês viram aí no título, ataquei mais uma vez de entrevistadora para mostrar para todo mundo um pouco do trabalho da Ju Farias. A Ju é jornalista, escritora em três projetos virtuais (como ela mesma contou na nossa conversa) e terá o seu primeiro livro, Com licença, posso entrar?, lançado nos próximos meses.

Quer saber mais? Então confira o nosso bate-papo. 😉

Ju Farias.

Algumas Observações: Comente um pouco como foi o seu despertar para a escrita. Como foi que você se descobriu escritora e em qual momento você passou a ver a escrita como trabalho?
Ju Farias: Acho que esse despertar nasceu comigo, não sei bem como explicar, mas é a minha missão de vida, com certeza. Eu sou jornalista e trabalho como assessora de imprensa. Escrever é muito mais minha missão do que um trabalho.

AO: Como surgiu o convite para a sua colaboração no A soma de todos os afetos? Conte um pouco do seu trabalho neste site.
JF: A Soma de todos os afetos é um portal incrível que a Fabíola Simões, que é uma escritora espetacular, criou com muito carinho. Eu enviei um texto para publicação e acabei ficando como colunista oficial. Parte de quem acompanha minhas crônicas me conheceu no site e eu sou muito grata aos responsáveis por esse projeto, que dá visibilidade e espaço para artistas, escritores, poetas e jornalistas.

AO: Você também escreve no Demasiado Humano e no O segredo. Como é o seu trabalho nestes portais?
JF: Demasiado Humano é um projeto muito especial e também sou muito feliz em fazer parte dele. Os primeiros textos são postados exclusivamente lá e depois é que são direcionados aos outros portais. Tenho um carinho muito especial pelo site e espero continuar escrevendo para eles durante muitos anos. O portal O Segredo tem uma proposta diferente, onde as pessoas têm acesso aos mais diversos colunistas e conteúdos que visam uma nova forma de ver a vida.

AO: Nos seus textos você costuma falar sobre o amor e outros sentimentos nobres. Como você vê a relação do seu público com a obra que você produz, uma vez que vivemos em um mundo tão caótico e violento?
JF: Sempre digo que estamos vivendo tempos difíceis e que a única solução é amar. O amor transforma tudo e é base para uma vida plena, pelo menos eu acho. Esse mundo caótico precisa de amor urgente para que possamos estar mais felizes, mais saudáveis, mais bem educados e mais assistidos como seres humanos e como país. As pessoas que me seguem são muito especiais, viram amigos e participam comigo de todos os desafios e conquistas da minha vida. O meu público são meus amigos, grande parte deles nunca vi e talvez nunca veja, mas estão sempre no meu coração. Nossa relação é de esperança e é isso que tento passar pra eles a cada mensagem que me enviam.

AO: Como você vê o mercado editorial para os novos autores? Quais são os principais desafios para quem quer publicar?
JF: O mercado editorial brasileiro não beneficia o autor e o que paga o escritor é o amor que recebe dos leitores. A maioria dos autores, aliás, precisa ter outra fonte de renda, pois ninguém sobrevive escrevendo livros, ou quase ninguém. O primeiro (e maior) desafio é achar uma editora que tope tua arte, pois os caras precisam apostar na ideia e só assim o projeto acontece. É um longo processo até que você receba um sim e possa publicar uma obra.


Capa e sinopse do Com licença, posso entrar?, em pré-venda a partir de fevereiro de 2017.

AO: Em fevereiro o seu livro de crônicas, Com licença, posso entrar?, entrará em pré-venda. De onde surgiu a ideia de escrevê-lo e o que você pode adiantar sobre ele para os nossos leitores?
JF: Esse projeto é um convite muito sincero à reflexão. Sem frases difíceis ou palavras muito complicadas, o Com licença, posso entrar? fala com todo tipo de gente e está aberto a qualquer pessoa que queira falar sobre a vida, o amor, os problemas e as várias formas de recomeçar. O que posso adiantar é que quem topar esse encontro vai ser muito amado e cuidado por mim.

AO: Quais são os seus projetos futuros? Já pensa em um site próprio ou no próximo livro?
JF: O meu trabalho como assessora de imprensa segue firme e forte e vai ser assim por muitos anos. 2017 vai ser um ano dedicado ao projeto do livro e vamos fazê-lo “andar” pelo Brasil. A próxima obra já tem até nome, mas o foco agora é o Com licença e todo carinho está sendo dedicado a ele. Não penso em ter um site só meu, gosto mesmo é de estar em vários lugares ao mesmo tempo.

AO: Deixe o seu recado para os leitores do Algumas Observações.
JF: Esse blog é muito bacana, pois fala com um tipo de público muito inteligente, que busca saber sobre os livros do momento, as entrevistas com autores e tudo mais que a Fernanda proporciona a todos nós. Convido aos leitores a conhecerem o livro e fecharem comigo nessa loucura linda que é viver e compartilhar.

Com licença, posso entrar? estará em pré-venda a partir de fevereiro, no site da Editora Autografia e na Livraria Cultura.

Para encontrar a Ju Farias por aí, acesse:

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quarta-feira, 27 de abril de 2016

{Vamos falar sobre escrita?} Entrevista com a escritora Soraya Abuchaim

quarta-feira, abril 27, 2016 6
Olá, pessoa!
Depois da entrevista linda que fiz com a Ayumi Teruya, chegou a vez de compartilhar a minha conversa com a escritora e blogueira Soraya Abuchaim. Em nosso bate-papo, ela falou um pouco do seu blog, Meu Meio Devaneio, do seus livros disponíveis na Amazon e da novidade que chegará ao público na Bienal do Livro de São Paulo. Confira! 

Soraya Abuchaim, escritora no Meu Meio Devaneio
e autora de Até eu te possuir.

Algumas Observações: Quando você sentiu vontade de começar a escrever e em qual momento você passou a ver a sua escrita como arte?
Soraya Abuchaim: Comecei a escrever há alguns anos, quando percebi que poderia expressar em palavras tudo o que estava na minha cabeça. Sempre li muito, mas achava-me incapaz de colocar no papel as minhas ideias. No começo, eram escritos muito confusos e modestos, de caráter absolutamente pessoal, como pensamentos e sentimentos (bons e ruins); com o tempo, percebi que poderia criar personagens, que poderiam tanto ter características minhas quanto ser completamente fictícios, e, então, a minha escrita tomou um outro rumo, muito mais artístico.

AO: O que te fez querer ter um blog?
SA: O que me levou a começar um blog foi a necessidade de escrever (mostrando para as pessoas o que eu produzia) e, em especial, a vontade de compartilhar ideias sobre minhas leituras. Não tenho muitas pessoas para conversar sobre livros (confesso que a quantidade aumentou depois do blog), e saber que eu teria um espaço para dar minha opinião sobre o que lia me incentivou nesse processo.

AO: Por que publicar só no blog não te satisfez como artista?
SA: Quando descobri que eu conseguia escrever histórias mais longas (não apenas contos, mas esse foi um processo que levou tempo), percebi que apenas o espaço do blog não seria suficiente para o que eu tinha em mente — eu queria mais, um público maior, deixar de ser apenas blogueira para me relacionar nesse meio de outra forma: com meu trabalho, fazendo parcerias, etc.

AO: Em qual momento você decidiu escrever um livro? Como foi este processo de escrita?
SA: Eu estava me aprimorando cada vez mais em contos, mas achava a escrita de um livro um bicho de sete cabeças. Não conseguia concatenar ideias, não tinha a mínima noção de como esquematizar uma história longa. Admirava os escritores que começaram a fazer parte de minha rede de contatos, mas não sabia por onde começar o meu próprio trabalho.
Até que comecei a escrever um livro em parceria com uma já estabelecida escritora. E aprendendo e vivenciando o processo dela, descobri que não era assim tão difícil, eu só tinha que começar.
Então, tive uma ideia inicial e simplesmente comecei a escrever, desenvolvendo passo a passo cada cena, meticulosamente.
Ao mesmo tempo, fiz um curso de escrita criativa e me aprofundei nos conhecimentos de Stephen King (mas essa é uma outra história); pronto! Meu enredo estava formado e eu comecei a desenvolver minha própria técnica, até culminar na missão cumprida.

AO: O que te fez querer publicar seus contos na Amazon? Por que escolheu publicar na e não em outra plataforma? O que você viu de bacana lá?
SA: A Amazon, hoje, é uma das melhores ferramentas para o escritor divulgar seu trabalho, em especial aqueles que estão começando. Como é gratuita, ela oferece muitos recursos para a publicação de um livro de forma fácil. Além disso, há um ranking de leituras por categoria, seu livro pode ser indicado em mailings da Amazon, etc.
Claro que simplesmente publicar ali e esperar que o milagre de ter milhares de leitura aconteça é utopia, mas fazendo um bom trabalho de divulgação, é possível atingir muitos leitores.
Acredito, também, que a Amazon acabou se tornando uma vitrine para muitas editoras. Há exemplos de autores que hoje fazem sucesso e que começaram de forma independente.

Os três livros da Soraya que estão disponíveis na Amazon: O vizinho suspeito, O forasteiro e Cotidiano.

AO: Como foi escolher entre e-book e livro físico? Você pretende trabalhar com os dois formatos?
SA: Pretendo trabalhar com os dois formatos, pois acho que há espaço para ambos. Começar com a Amazon facilita a vida, porque você se lança como escritor e começa a fazer seu nome. Ainda demorará muito tempo para os e-books tomarem o lugar dos livros físicos, por isso, o ideal é que o escritor abocanhe esses dois nichos. Há até casos de leitores que leem em e-book mas compram o livro físico para ter na coleção.

AO: Você procurou alguma editora renomada/tradicional antes de publicar de forma independente? Como foi essa escolha?
SA: Optei por não mandar meu trabalho para nenhuma editora renomada. Hoje, existe uma quantidade enorme de novos escritores, e conseguir um contrato com uma editora grande sendo completamente anônimo é muito difícil e pode demorar meses. Então, não foi uma escolha difícil. Eu tracei meu caminho: farei meu nome de forma independente e, posteriormente, se conseguir que meu trabalho ganhe espaço, posso mostrá-lo a alguma editora que se interesse.

AO: Em agosto você lançará um livro de forma tradicional, via editora. Você acredita que lançar de forma independente te ajudou a conquistar uma editora tradicional?
SA: Com certeza. Só tive a oportunidade de lançar esse livro de forma tradicional porque a editora tomou conhecimento do meu trabalho. Não é uma editora grande, mas ela está fazendo um trabalho muito lindo junto a novos escritores brasileiros.

Capa da obra cujo o lançamento será na Bienal do Livro de São Paulo.

AO: Como você vê o cenário para os novos escritores no Brasil?
SA: O Brasil ainda tem muito que caminhar para ser uma pátria que se interessa por cultura, infelizmente. Entretanto, vemos que o gosto pela literatura nacional vem crescendo, e muitos bons autores têm surgido com o passar dos anos. Acho que o cenário, apesar da concorrência, que torna-se mais acirrada com a grande oferta, só tende a melhorar. Espero que as novas gerações tomem mais gosto pela leitura, e também acredito que há espaço para todos, desde que se saiba para quem se escreve, ou seja, deve-se encontrar o seu nicho, o seu público.

AO: Quais foram os maiores desafios que você teve tanto em publicar os contos, quanto na publicação do livro?
SA: O maior desafio de um autor quando publica alguma obra é se fazer conhecido. É um trabalho de formiguinha, dia a dia. Há profissionais que auxiliam nesse processo, mas a fama não vem da noite para o dia, é preciso tempo e dedicação para atingir o público certo.
Outro desafio é lidar com as críticas, que podem tanto ser construtivas quanto colocar o escritora para baixo. É preciso muito discernimento e equilíbrio para se manter firme.

AO: Quais são os conselhos que você daria a um escritor que nunca publicou, mas que deseja fazer isso?
SA: Publique! Não tenha medo. Vivemos em uma era onde não dependemos mais de uma editora gostar do que escrevemos, e essa liberdade é maravilhosa. A Amazon e o próprio Wattpad estão aí para mostrar que há muitas maneiras de fazer o mundo saber que, dentro de você, existe um grande talento.
Desafie-se, mostre seu trabalho, dê a cara a tapa!

AO: Quais são os seus projetos para o futuro?
SA: Pretendo escrever mais livros, mesmo que o resultado nunca chegue a ser o que almejo. Escrevo por amor à escrita, e espero conquistar mais pessoas a cada dia, mas se eu puder fazer a diferença na vida de um leitor, já estarei feliz. Estou no meu segundo projeto, e as ideias só afloram mais e mais; é uma sensação maravilhosa, porque só fica mais fácil.

Gostou da nossa conversa?
Então acompanhe o trabalho da Soraya Abuchaim mais de perto:
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segunda-feira, 4 de abril de 2016

{Vamos falar sobre escrita?} Entrevista com a Ayumi Teruya, do blog Pandinando

segunda-feira, abril 04, 2016 12
Oi, pessoal!
Hoje, na Vamos Falar sobre Escrita, trouxe um bate papo gostoso. Como vocês sabem, às vezes eu ataco de jornalista e entrevisto pessoas cujo trabalho admiro. ♥ Desta vez, conversei com a minha colega de projeto Escrita Criativa, Ayumi Teruya, que além de blogueira no Pandinando, é autora de livros. Nesta conversa, ela me contou um pouco de como é o processo de criação das suas obras e como foi a experiência de autopublicação. Confira!

Ayumi Teruya, autora do blog Pandinando e de E quem disse que eu sou normal?

Algumas Observações: Quando você sentiu vontade de começar a escrever e em qual momento você passou a ver a sua escrita como arte?
Ayumi Teruya: Desde bem pequena eu sentia essa necessidade de estar criando e imaginando mundos novos. Tamanha era essa necessidade que com cinco anos pedi para minha prima adolescente escrever uma história que eu estaria contando para ela, claro que ela desistiu no meio do caminho. Com sete anos aprendi a escrever e a partir desse momento não parei mais, a escrita parecia me completar de uma forma que nada mais podia e com onze anos já tinha acumulado 14 caderninhos de 96 folhas cheios de histórias infantis. Comecei a enxergar a escrita como arte quando percebi que as minhas colegas e inclusive os coordenadores se interessavam pela minha escrita. Na época nós tínhamos os paradidáticos obrigatórios e eu acreditava que poderia me tornar uma Ruth Rocha ou Tatiana Belinky no futuro.

AO: O que te levou a abrir um blog?
AT: Antes de escrever no Pandinando, eu já tinha tido outras experiências com blog na infância. Adorava a interação e respostas dos leitores, mesmo quando criança. Criei o meu blog atual porque me sentia saturada de ideias que não tinham para onde fluir. Eu queria compartilhar tudo com o mundo, desde fotos, textos, DIYs e qualquer outra coisa que viesse a minha mente.

AO: Por que publicar só no blog não te satisfez como artista?
AT: O meu blog possui uma plataforma boa, porém eu não consigo ver quando alguém me deixa um comentário ou até mesmo o tráfego de pessoas, então às vezes é como se eu estivesse escrevendo para fantasmas. Isso faz do meu blog pessoal algo um pouco distante das pessoas que estão do outro lado da tela, eu queria que elas tivessem um contato maior e talvez uma pequena parte de mim perto delas.

AO: Em qual momento você decidiu escrever um livro? Como foi este processo de escrita?
AT: Eu sempre tive o sonho de ter algum livro publicado, desde quando eu escrevia histórias infantis quando criança. No final de 2009 eu percebi que já não conseguia mais escrever histórias curtas e infantis, eu queria algo mais adolescente e resolvi escrever um livro de verdade.
Foi um processo bastante complicado, eu tinha doze anos e não fazia ideia de como usar as ferramentas do word, as únicas referências de livro que eu tinha na época eram os infantis e Crepúsculo, mas continuei escrevendo com o incentivo da minha melhor amiga. Na época era tudo muito simples e bobinho, não havia tanta descrição e o texto só era composto de falas. Depois desse, continuei escrevendo continuações e percebi que a cada ano que passava eu melhorava algum aspecto, as aulas de português me ajudaram muito e por incrível que pareça, as normas dos trabalhos da ABNT também!
No início de 2013 eu decidi que iria reescrever o primeiro livro, foram dois anos e aproximadamente quatro versões diferentes da mesma história. Eu tirei grande parte dos erros e organizei a lógica que antes não fazia sentido, mudei algumas personalidades de personagens que antes eram irritantes e tentei manter aspectos da primeira versão para não quebrar completamente o meu “link” com o passado. Eu não queria mudar completamente a história, só queria que ela fosse compreensível e agradável para futuros leitores. Foi um longo caminho de adaptação.

Você pode comprar o primeiro livro publicado da Ayumi acessando o Clube de Autores.

AO: O que te fez querer publicá-lo?
AT: Sempre escrevi rascunhos dos meus livros em cadernos pequenos e isso chamava um pouco a atenção dos meus amigos, às vezes eles me pediam para que eu os deixasse ler algum trecho, eles ficavam interessados e diziam que eu deveria publicar. Depois de muito tempo eu percebi que havia passado cinco anos devotando a minha vida a história de uma personagem e eu queria que ela fosse compartilhada com outras pessoas, além disso, meus amigos e professores sempre me apoiaram. Juntei todo esse apoio, a obra praticamente terminada e mais um pouco de coragem para poder publicá-lo.

AO: Você procurou alguma editora renomada/tradicional?
AT: Fiz uma pesquisa com as editoras que acolhiam o estilo literário do meu livro, algumas estavam lotadas de livros para avaliar e só avaliariam o meu daqui dois anos, outros não estavam aceitando originais e alguns nem tinham informações quanto ao envio. Cheguei a enviar para uma editora de nome que nunca me respondeu, mas eu não desisti. Continuei à procura e encontrei uma que me deu assistência e recebi uma proposta, claro que eu fiquei muito feliz, mas como uma adolescente sem renda própria e com familiares não tão incentivadores, tive que recusar. Foi então que eu decidi que não dependeria de ninguém para poder mostrar a minha arte.

AO: Como foi escolher publicar de forma independente?
AT: Foi uma escolha complicada, eu não estava certa de nada e sabia que se conversasse com meus familiares eles diriam que estava muito cedo para eu tomar essa decisão, eles acabariam barrando a publicação. As editoras se tornaram de difícil acesso, mas eu não queria que meu sonho acabasse por conta de um contrato de alto custo. Fiz uma pesquisa sobre as plataformas de publicação, conversei com uma menina que já havia publicado dessa forma e me animei. Eu estava decidida a publicar e fiz tudo o que foi necessário, diagramação, capa, contracapa e revisão (que é a parte mais complicada até hoje).

AO: Como foi escolher entre e-book e livro físico? Você pretende trabalhar com os dois formatos?
AT: Sempre gostei mais do livro físico, é algo mais pessoal e há toda aquela sensação de sentir o papel. Mas acredito que com a chegada dos e-books nós temos que nos adaptar e inserir essa funcionalidade também. Atualmente disponibilizo o livro nos dois formatos, mas a procura maior é pelo livro físico.

AO: Por que escolheu o Clube de Autores? O que você viu de bacana nele?
AT: Muitas das plataformas que pesquisei não tinham livros conhecidos ou sequer publicados na época, em algumas havia casos de plágio e outras pareciam não dar muita assistência ao autor. Então lembrei da conversa que tive com uma menina que havia publicado por lá e fui em busca do site para me informar melhor. Era tudo muito bem explicado e especificado, havia uma grande organização e a equipe do site respondia rápido. O site sempre mostra autores em destaques e indica livros em sua página inicial o que ajuda muito os autores, além disso, há promoções constantes para os leitores. Há também uma ramificação do site que oferece ajuda de profissionais que podem estar diagramando, revisando e até fazendo a capa do seu livro. Sem falar que a versão em e-book pode ser vendida em livrarias parceiras como a própria Livraria Cultura.

Autora e sua obra.

AO: Publicar de forma independente valeu a pena? Você faria novamente?
AT: Publicar de forma independente exige muito esforço do autor, principalmente se você estiver na transição de colégio para faculdade, mas de certa forma valeu a pena. Só o fato de saber que há pessoas lá fora que gostaram do meu livro e que se interessam em tê-lo já é uma grande vitória. Cada pessoa que diz “adorei seu livro, vai ter continuação?”, “adicionado na listinha para ler”ou “seu livro tem um potencial muito grande”, já faz com que todos esses anos desde 2009 tenham valido a pena. Eu com certeza faria novamente!

AO: Agora que o livro está disponível para todos, nos conte um pouco sobre ele. O que você pode nos dizer sobre E quem disse que eu sou normal?
AT: O livro conta a história da Dolores que é uma adolescente de quatorze anos. Ela acabou de mudar de escola e conhece todo esse mundo diferente que nem imaginava que existia. Ela sempre se achou uma garota comum, meio nerd, tímida e com nenhum tipo de atrativo, até que ela descobre que tem poderes e um amigo famoso entra na sua vida. É uma história que pode parecer meio clichê no começo, mas tem muito mais mistério por trás: ela tem um passado desconhecido que parece querer tomar conta da sua vida atual, sombras estranhas parecem persegui-la e coisas inexplicáveis acontecem. Há muita fantasia e ficção envolvida, é realmente outro mundo, fora ela ainda ter que lidar com as crises da adolescência na parte da sua vida normal, como uma patricinha que fica pegando no seu pé e até uma quedinha que seu amigo tem por ela.
No início da minha escrita a Dolores era uma versão "melhor de mim", ou pelo menos como eu queria ser quando fosse mais velha, mas depois de tantas mudanças e versões, ela acabou se tornando uma grande companhia para mim durante a adolescência. Se eu não gostasse de algo, ela estaria ali me levando para outra realidade muito mais interessante que a minha.

AO: Quais são os seus projetos para o futuro?
AT: Atualmente eu pretendo continuar com a divulgação do livro, começar a faculdade e continuar com o blog. Estou reescrevendo o segundo e espero poder publicá-lo em um futuro próximo, mas sei que devo dar atenção ao primeiro livro antes de começar a publicar as sequências desenfreadamente. Também estou planejando reescrever outro livro, que tem uma história diferente, para estar concorrendo em concursos ou enviando para novas editoras independentes que estão surgindo. Quero buscar por novas oportunidades de poder mostrar a minha arte.

Gostou da entrevista?
Então acompanhe o trabalho da Ayumi Teruya mais de perto:
blog Pandinando | facebook | instagram | hotsite de E quem disse que eu sou normal?compre o livro aqui.

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