I am alive at thirty-three
Fernanda Rodrigues
quarta-feira, fevereiro 12, 2020
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U2 na Joshua Tree Tour, em SP. |
Penso nos dois encontros que tive, nas duas vezes em que pude ver o Edge. Estávamos ali: ele no palco; eu, na plateia. Focados no som, trombávamos um no outro, por meio daquelas ondas. As mesmas que ele via nas praias do sul da França dos anos 90.
Uma nova década começou. 2020: o ano do Sol, segundo os místicos. Ano de renascer e das novas criações (para criar, busco as minhas origens, mas não alimento as expectativas. Aprendi que a prática é o que importa aqui: trabalho duro, como na execução de um concerto).
A porta range novamente me lembrando do quanto os meus sentidos captam o mundo. Os caminhos se abrindo. Algo eleva a minha alma de uma maneira aparentemente inexplicável. Quero vibrar com o solo de guitarra. Quero viver com a força de quem sabe que está cantando a sua última canção. Hold me, thrill me, kiss me, kill me, performando na minha memória, fazendo as células do meu corpo se balançarem agora tem ao ritmo da bateria. A voz do Bono seduzindo tal qual o meu desejo, a minha sede do que frutificará por aí. Às vezes sou dor de cabeça. Sempre sou uma estrela. You're a star.
Pergunto-me como pode haver uma conexão universal tão rica, tão profunda, com pessoas de outros fusos, de outras geografias, de outras línguas... It must be art.
(A intuição também é uma resposta.)
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