domingo, 25 de maio de 2025

{Resenha} Também eu danço, de Hannah Arendt

domingo, maio 25, 2025 2
Você sabia que a Hannah Arendt também é poeta?


Também eu danço é um livro póstumos de poemas da filósofa e pensadora Hannah Arendt, publicado no Brasil pela editora Relicário e pelo Goethe Institut, em edição bilíngue — alemão e português. A tradução e o prefácio (“Arednt poeta”) ficaram a cargo de Daniel Arelli. A obra conta ainda com texto de orelha da professora Patrícia Lavelle e com um posfácio intitulado “Sobre os poemas de Hannah Arendet”, assinado por Irmela von der Lühe.

A maior parte dos poemas são curtos e alguns seguem uma estrutura que respeita esquemas de rima — muitos deles, com um tom bem-humorado. Muitos deles retratam o interior da poeta, de forma a relatar o que lhe era importante: as amizades e os seus amores.

51.
[Sem Título]
O poema espesso adensa
salva a essência contra o infenso.
Casca, quando irrompe a essência
mostra ao mundo um dentro denso.

(Hannah Arendt, Também eu danço, página 119)

Sua lírica foi escrita em 2 ciclos — o primeiro, vai de 1923 a 1926; o segundo, de 1942 a 1961 — tendo um hiato entre 1927 e 1941. Como dito, os amores e as amizades foram importantes para a produção. Há poemas dedicados/escritos para o amor jovem que ela sentiu pelo professor casado Martim Heidegger, antes de ele se relacionar com o Nazismo. Ainda dentro dos poemas de amor, há os versos ao seu primeiro marido Günther Anders, e ao filósofo Heinrich Blücher, com quem dividiu o segundo matrimônio. No hall dos amigos, temos poemas dedicados a grandes nomes, a exemplo de Walter Benjamin e Hermano Broch; já no das leituras, Arendt cita Goethe e Platão.

Tanto o texto de abertura, de Daniel Arelli, quanto os textos que vêm ao fim dos poemas, ajudam demais na compreensão dos poemas. Além disso, há notas no fim do livro que apoiam a leitura dos versos.

A leitura de Também eu danço é fluida, mas que nos coloca para pensar em muitos momentos. Há um tom existencialista em muitos dos versos que coloca o leitor para refletir sobre a poética do livro e a poética vista no dia a dia atual. Em muitos momentos, há a provocação de onde mora a poesia e como essa poética é um lugar. Prato cheio para os leitores amantes da leitura lírica. 😉

63.
[Sem título]
Felicidade é ferida
e seu nome é estigma
não cicatriz. É o que diz
a palavra do poeta.
O dizer da poesia
é lugar, não lar.

(Hannah Arendt, Também eu danço, página 119)

Capa.


Livro: Também eu danço: Poemas
Título original: Ich selbst, auch ich tanze: Die Gedichte
Autora: Hannah Arendt
Tradução: Daniel Arelli
Edição: Relicário e Goethe Institut
Páginas: 228
Apresentação: “Pela primeira vez o público leitor de língua portuguesa tem acesso à totalidade da produção poética de Hannah Arendt. Embora estejam disponíveis traduções ao português de alguns poemas esparsos da autora, não raro em artigos acadêmicos e como suporte de interpretações de sua produção teórica, só agora vêm a público em português, coligidos, todos os 71 poemas produzidos por Arendt no decorrer de sua vida. Esse aparente atraso – afinal, a pensadora faleceu há quase meio século – não é uma singularidade do mercado editorial brasileiro ou lusófono. Mesmo na Alemanha, terra natal da autora e em cuja língua foram escritos os poemas aqui traduzidos, a produção poética de Arendt só encontrou em 2015 sua edição definitiva (que serve de base a este livro).
Esse fato se deve a uma série de razões, não por último a procedência e o destino incerto de vários desses textos. Com efeito, a produção poética de Hannah Arendt se deu de forma bastante intermitente e irregular no decurso de sua vida. Dos 71 poemas que chegaram até nós, Arendt compôs os 21 primeiros entre 1923 e 1926, quando mal entrara na idade adulta – ela nasceu em 1906 – e se encontrava em intensa relação (e correspondência) com o filósofo Martin Heidegger, o destinatário ideal e provavelmente também grande inspirador dessas composições de juventude. Já as demais 50 peças poéticas de Arendt foram compostas de forma mais esparsa entre 1942 e 1961 e acompanharam diferentes momentos da vida e da produção intelectual da autora. De 1961 a 1975, em seus últimos 14 anos de vida, portanto, a filósofa não mais escreveu poemas.” (Do prefácio de Daniel Arelli)
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domingo, 18 de maio de 2025

Expectativas desleais (um bom encontro é de dois)

domingo, maio 18, 2025 11
Imagem por Rattanakun.



“Não tenho o que dizer e mesmo se tivesse, são só palavras.”


Que diferença faria? Fátima olhava para a tela do celular meio incrédula. Depois de tantos anos, aquele inferno se repetia: sempre que ela criava um perfil numa rede social nova, Álvaro aparecia. “Recomendações”, “Talvez você conheça”, “Pessoas que seus amigos seguem” ou quaisquer outras versões a que ela chamava de “trago uma porcaria de volta para a sua vida com um click". Não adiantou excluir o número dele do celular, não adiantou apagar todos os e-mails dele do contato, não adiantou destruir todas as trocas. Quase 15 anos depois ele continuava reaparecendo. Ora se gabando do próprio trabalho, ora com um perfil vazio, sem publicação alguma além da foto e do texto do perfil. Um fantasma que se materializava por meio de bytes na rede mundial de computadores. Já Fátima? Bem, ela continuava pesquisando como bloqueá-lo da tal nova rede social do momento. Movimentos cíclicos. Assim a vida seguia. Ou seguiria, porque desta vez foi diferente. Não deu tempo de Álvaro aparecer para ela, não deu tempo de Fátima fazer a pesquisa. O block tão necessário não foi feito com a antecedência preventiva.

Era uma tarde de sábado bem chuvosa, dessas que fazem a cidade toda alagar, transformando tudo em puro suco do caos. Depois de horas entre leituras e séries, Fátima parou para tirar o celular da tomada e foi ali que ela viu a notificação de uma mensagem de alguém que a quem não seguia.


“Oi… Desculpa escrever assim… do nada…. Tem jeito… de a gente… conversar?”


Quase 15 anos depois. Almost fifteen fucking years later. Por quê? O nome de Álvaro parecia brilhar mais do que o comum na tela, embora não tivesse nada de especial. Não deveria ter. Fátima sabia que ninguém ressuscitaria daquela conversa, não haveria milagre saindo das catacumbas. Por mais que ela tenha sonhado com esse momento por anos. Por mais que ela tenha ensaiado mentalmente o que diria em looping. Fátima conhece Álvaro como ninguém. E ele a conhecia a versão dela, que ele matou quando a abandonou, como ninguém.

“Acho melhor não.”


Fátima andou por todo o pequeno apartamento, celular na mão relendo a mensagem de Álvaro, palavra por palavra, sabendo que não havia paz. Mesmo quando o mundo se transformou, e as vidas online e offline passaram a caminhar juntas, nunca houve paz. Não houve paz quando Álvaro nunca quis assumir o relacionamento. Nunca houve paz, quando ele a deixou na mesa sozinha para cumprimentar o amigo, como se ele não estivesse acompanhado. Nunca houve paz quando ele pedia para que ela alisasse o cabelo. Nunca houve paz quando ela abriu mão do sonho de ter gatos só porque ele ama cachorros ou quando disse que teria filhos, mesmo quando ela nunca quis crianças. O ar saiu ruidoso de seus pulmões. Não, não tem mais jeito.

O corpo de Fátima tombou no sofá desolado. Há tempos não pensava nele ou na intervenção divina que os colocasse em contato novamente. Agora ela estava ali, diante das palavras de Álvaro, um Álvaro que estava perguntando se ainda tinha jeito.

“Não tem mais jeito. It's over.

Seria mais fácil bloqueá-lo e sumir do mapa mais uma vez. Mas, onde estava a bendita função de bloqueio? Por que raios as redes sociais não deixam isso às claras? Abriu o Google e iniciou a já atrasada pesquisa, até que a notificação subiu outra vez:

“Eu sei… que você está chateada… eu fiz muita coisa errada… estou tentando corrigir… a vida mudou muito… queria te dizer… o que eu sinto…”

As reticências sem sentido – como sempre, infestando as mensagens como formigas de fogo – irritavam Fátima profundamente. A raiva rápida que corria pelo corpo a fez se levantar para mais uma ronda descontrolada pelo minúsculo espaço. Por que logo agora que a vida estava se ajustando? Por quê? Jogou o aparelho sobre a cama – It’s too much. Pesado demais. – Entrou no banheiro e fez xixi com a porta aberta, a gata a observando de soslaio. Voltou ao quarto, não preciso responder isso agora, pegou uma muda de roupa, retornou ao banheiro e entrou embaixo do chuveiro quente. É só bloquear. Por que tanto cuidado em não sumir do nada, quando o Álvaro sempre esteve cagando pra mim? Maldita responsabilidade afetiva.

Ao sair do banho, uma notificação e uma tentativa de ligação de vídeo fez com que Fátima retornasse à sua pesquisa. Coragem. A vida é feita de coragem.

“Há tantas pessoas especiais por aí, você não precisa de mim.”

“Você não entende… você nunca… entendeu…”

“Álvaro, é melhor que você se cure de mim.”


Finalmente ela encontrou um vídeo-tutorial de 30 segundos chamado “como bloquear um desquerido na nova rede social do momento”. Antes de seguir o passo a passo, voltou ao chat e completou:

“Boa sorte.”

Álvaro está digitando…


Conto inspirado na belíssima canção da Vanessa da Mata com o Ben Harper. 

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domingo, 11 de maio de 2025

{Resenha} Escrever sobre escrever poesia, de Eduardo Milán

domingo, maio 11, 2025 4


Escrever sobre escrever poesia é uma obra estruturada em três partes com sete ensaios que refletem vários pontos da escrita poética. Seu autor, Eduardo Milán, é um poeta e ensaísta uruguaio, filho de mãe brasileira, que atualmente vive no México. Seus textos têm, portanto, um olhar profundo sobre a arte produzida na América Latina, ainda que a poética latino-americana tenha influência de grandes nomes europeus.

Conforme aponta Teresa Arijón no prefácio "Eduardo Milán. Quando no pensamento/retumbam tambores e zumbam ventos", o livro de Milán nos traz "Escritos numinosos, rigorosos, rasgados, cometidos e acometidos por um dos mais nobres — no sentido de singular ou particular em sua espécie — poetas da América Latina. Um poeta que é argonauta, pedra-ímã, ocelo, eclipse". (página 7)

Como um erudito, Milán traz para dentro do seu texto o intertexto com grandes nomes, a exemplo de Rimbaud, Marllamé, Baudelaire, Walter Benjamin, Nicanor Parra, Ezra Pound, Pablo Neruda, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari. Ele também resgata o Simbolismo e as Vanguardas. Sendo assim, é importante ter o mínimo de conhecimento prévio sobre sobre os autores e os períodos referidos para tornar a leitura dos ensaios mais fluida. 

"Em todos poema há um cruzamento de caminhos. Em um grande poema há mais de um cruzamento de caminhos. A metáfora é ainda a de ir, a de ir indo. Não quero entrar no motivo da viagem porque entrar aí é realmente entrar: não saímos por qualquer porta na aventura do conhecimento. Ulisses, por mais dados. Em todo poema o maior prazer é perceber a eleição de um caminho, não de outro, a aposta pela direção única que nos guiará por onde só intuimos e não necessariamente sabemos". Eduardo Milán (página 12)

Os textos são gostosos de ser lidos por se comporem de uma escrita ágil em que o autor aborda temas como o que é ler e escrever poemas, a passagem (do poeta e do leitor) pelo intertexto que os versos trazem e como este intertexto proporciona o encontro, a suspensão que ocorre no tempo da leitura e o ritual de decomposição da poética lida, a importância do momento prévio (anterior) que remete ao conceito de antipalavra, a poesia como aproximação do que queríamos dizer (e cuja linguagem não acompanha o pensamento exato). Ele continua costurando como o processo de colonização interfere na produção poética dos modernistas, de como os temas catastróficos atuais (vírus, terrorismo, pandemias) são tidos como "as promessas da ordem atual do mundo que protege o mundo que se situa sob essa ordem, às margens da arte" (página 24) e como isso acaba criando a demanda do ofício do poeta.

"Escrever poesia é estar exilado antes de sair ao exílio. 'Sair ao exílio': eis aí uma quantidade abismal, uma vertical expressiva. É como ir caindo sem jamais tocar o chão 'um caindo que não encontra chão', uma expulsão ao éter, um parto ao domínio do imenso. Há que colocar maiúscula em 'imenso'? Prefigura uma porta de entrada à saída. Há um porteiro na saída? Um guardião na entrada? Não foram vistos. Talvez porque o exílio é um distanciamento, não só do país de origem; um distanciamento permanente, em uma constante 'linha de fuga' o exílio se distancia do exílio." Eduardo Milán (página 27)

O exílio, o fragmento, a suspensão. Como tudo isso faz parte do fazer poético (sobretudo, do latino-americano). É interessante notar como Milán apresenta tudo isso ao leitor com um olhar de quem também nasceu abaixo da linha do Equador e que, portanto, conhece as peculiaridades tanto da população leitora, quanto do seu fazer artístico como um todo. Nesse sentido, o exílio, o fragmento e a suspensão ganham potência na contradição: a especificidade se dá no "poder falar em forma múltipla", ainda que "dentro do olhar global" necessite do "reconhecimento de sua especificidade" (página 31). Neste ponto da obra, Milán reflete sobre as condições globais e como elas, de certo modo, impactam na coloquialidade adotada na poesia a partir das Vanguardas.

Livro Escrever sobre escrever poesia, de Eduardo Milán, caderno Bora escrever, do  Projeto Escrita Criativa, e canetas. Todos a postos para um momento de criatividade.


Então, ele aprofunda a ideia de vanguarda artística, da recusa, da mudança e da transformação social (e como a poesia abarca, abriga, se repagina e ajuda a repaginar o mundo). Literatura e sociedade caminhando de mãos dadas, recusando o sentido imposto, transmutando o dado numa garantia de humanidade frente o conceito de morte da arte da produtividade desenfreada. Poesia como forma de transgressão. Neste ponto entra o papel da crítica literária e de seus críticos que querem, cada um a seu modo, manter um status quo.

"A obra de um poeta não justifica nada. O erro não diz respeito aos poetas — na medida em que não podem ser valorizados pelo que não fazem —: a falha é responsabilidade de uma crítica corrupta que medra com seus instrumentos postos a serviço de uma ordem inamovível — inamovível porque as alternativas ao poder têm a mesma noção cultural que a ordem dominante —, uma crítica cuja degradação se tornou paradoxal: uma crítica que não é crítica. A situação não é a mesma em toda América Latina. No México é especialmente presente esse tipo de desgaste; não é assim na Argentina nem no Brasil, para dar exemplos claros do pensamento. (...) O que desarticula é ver a poesia latino-americana que se escreve desde algumas décadas circular sem valorização crítica e em mãos de um leitor que confunde uma escrita com outra porque já tinha confundido um pensamento com outro pensamento. Não é o acaso que definiu situações: há interesses — que na prática são desinteresses — pra que nada mude de lugar em termos culturais. Nossas culturas — e a poesia há muitos anos na América Latina entrou nesse jogo — herdam a eternidade, mas não se disctem o presente. As obras são escritas no presente e esperam — outra vez mesmo — ser julgadas pela eternidade". Eduardo Milán (páginas 71 e 72)

Após aprofundar o exílio, o fragmento e a suspensão, entram em cena a ausência e o esquecimento, a substituição e a emergência. De acordo com o autor, é assim que a poesia moderna se configura e que a contemporânea se compõe. Neste embate discute-se a quem pertence a palavra, como o leitor a ordena, como as retóricas se conversam (ou não). O leitor torna-se ponto de apoio fundamental para o entendimento da poética atual. Aparecem também a demanda exterior que leva o poeta em direção à linguagem, a desarticulação que leva a uma recaracterização da tensão dentro-fora, o controle social da linguagem e a repressão que também recai no campo poético, o como escrever a partir do que se sente e a escrita que vem a partir da criação do poema "do nada" — defendido pelos irmãos Campos e por Décio Pignatari, com raiz marllameana — e como isso esbarra ainda na poética de Octavio Paz.

A obra traz ainda a análise da poética latino-americana sob a ótica de algumas produções como Trilce, de César Vallejo e de Residencia en la tierra, de Pablo Neruda e as "visões de quatro e o poema que não está", em que Milán foca em falar sobre os poemas "Blanco", "Advertencia al lector", "El desierto de Atacama", "Hospital Británico" e "El poema que no está", em que estes pontos previamente discutidos são vistos em prática.

Como pode-se notar, Escrever sobre escrever poesia é um excelente livro para poetas e estudantes de poesia brasileira e latino-americana, justamente por abrir portas para reflexões profundas e mais direcionadas à nossa realidade.

Capa.



Livro: Escrever sobre escrever poesia
Autor: Eduardo Milán
Tradução: Cláudia Dias Sampaio
Páginas: 204
Editora: Circuito
Coleção: Nomadismos
Apresentação: Eduardo Milán é um dos poetas e ensaístas mais criativos, sutis e influentes da América Latina. Um “raro”, como os que descrevia o nicaraguense Rubén Darío. Nasceu no Uruguai em 1952, numa cidade pequena chamada Rivera, separada por uma rua de outra cidadezinha: Santana do Livramento, no Brasil. Sua mãe, brasileira, morreu quando ele tinha dois anos. Dela herdou a primeira língua, e de sua própria e tenra orfandade a urgência de “escapar em direção a outras latitudes imaginárias”, a iniciação na poesia. Seu pai, uruguaio, foi perseguido pela ditadura que corroeu o país nos anos setenta. Desde o final dessa década (ou quase) Eduardo vive no México, no Distrito Federal. Disse a respeito: “O México me deu as palavras com as quais escrevo. Teria escrito o que escrevi fora do México? Seguramente não”.


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domingo, 4 de maio de 2025

10 anos de Projeto Escrita Criativa

domingo, maio 04, 2025 8


Este 4 de maio é, particularmente falando, um dia muito especial para mim, porque foi em 4 de maio de 2015 que Ayumi Teruya, Ane Venâncio e eu nos encontramos numa comunidade do Facebook e resolvemos criar um grupo para escrevermos juntas. Assim, nessa simplicidade, nasceu o Projeto Escrita Criativa. YAY! 🎈🎉🎊

Naquela época, eu era uma professora formada, em busca de um sonho. De lá pra cá, busquei me profissionalizar (fiz as pós-graduações em escrita e crítica literária e em ensino de literatura e humanidades), passei a dar as caras no YouTube, publiquei os meus livros e amadureci em todos os sentidos. Além disso, ganhei duas amigas para a vida e fomentei uma comunidade maravilhosa! 

Trabalhar com a Ane e com a Ayu é um deleite e um presente! Eu sou muito grata por esse encontro (que é, sem dúvida, um dos mais bonitos da minha vida). 

Olhar para os mais de 200 artigos no site, mais todo o conteúdo do YouTube, me orgulha. Me orgulha porque nós três começamos a falar de escrita, criatividade e mercado editorial, quando ninguém popularizava esse assunto. Me orgulha porque publicamos 2 antologias, 2 planners e muitos outros materiais. Me orgulha porque recebemos vários comentários de como o Projeto ajudou pessoas a realizarem o sonho não só de publicar o livro, mas também de abrir editora. Me orgulha por saber que pessoas de toda a comunidade falante de língua portuguesa nos acompanha. E me orgulha porque demos acesso a esse conteúdo para pessoas que não têm condições de pagar cursos caríssimos, com a qualidade que elas merecem. Democratização da informação, sou feliz porque democratizamos a informação.

Sei que este post pode soar prepotente. Não era a minha intenção. O meu objetivo aqui é dizer que se você tem um desejo, alimente-o. Alimente-o, porque nunca se sabe o que o futuro lhe reserva. Nós começamos de um modo muito despretensioso, e isso virou uma forma criativa de viver. Que venham mais 10 anos! 



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