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Você conhece a Po.Ex? |
Eu quase não tenho saído, embora já esteja com as duas doses da vacina em dia, mas quando o faço, busco locais que sejam, por natureza, arejados. Sendo assim, resolvi matar a saudade do Centro Cultural São Paulo, principalmente do café, da biblioteca e do jardim suspenso. Fui sozinha e, para a minha surpresa, ao chegar lá me deparei com uma exposição bem bacana que apresenta ao público brasileiro a poesia experimental portuguesa. É sobre ela que quero falar hoje.
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O movimento que ficou conhecido como poesia concreta no Brasil ganhou o nome de poesia experimental em Portugal. |
A exposição é a primeira aqui no
Brasil panorama da poesia experimental escrita em Portugal desde os anos 1960
até 2018 e percorre as diferentes formas do fazer poético — desde
textos impressos passando por pinturas,
caligrafias, fotografias, objetos, áudios e vídeos.
O movimento Po.Ex (apropriação das
primeiras sílabas de Poesia Experimental), nasceu na década de 1960, quando foi lançada uma revista de mesmo nome em dois volumes — o primeiro datado de 1964 e so segundo, de 1966. Apesar de não ser tão conhecido no Brasil, o Po.Ex nunca se viu como algo fechado, pelo
contrário, absorveu muito da poesia concreta brasileira (é notável a semelhança
de alguns trabalhos com a forma da poética de Haroldo de Campos, por exemplo),
como é possível perceber em alguns dos trabalhos abaixo:
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E.M. de Melo e Castro. Tontura, 1962. |
Essas formas artísticas de fazer poesia nasceram num de modo a transgredir e ser resistência. Os artistas sobreviveram ao autoritarismo que regia a vida dos lusitanos por meio da radicalização da linguagem que a poesia concreta portuguesa — por lá chamada de experimental — lhes possibilitou no processo de criação. Ao longo dos anos muitos foram se modernizando a ponto de começar a incorporar diferentes tecnologias em suas artes.
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E.M. de Melo e Castro. "Geografia humana", 1962-2018. Publicado em Ideogramas, 1962. |
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E.M. de Melo e Castro. Duplicado/Anulado, 1966. Coleção Galeria Superfície.
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Obras de E.M. de Melo e Castro. |
Estão expostos cerca de 80 trabalhos realizados por 18 artistas (Abílio-José Santos; Américo Rodrigues; Ana Hatherly; António Aragão; António Barros; António Dantas; António Nelos; César Figueiredo; E. M. de Melo e Castro; Emerenciano; Fernando Aguiar; Gabriel Rui Silva; Jorge dos Reis; José-Alberto Marques; Nuno M. Cardoso; Rui Torres; Salette Tavares; Silvestre Pestana).
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António Aragão. Poesia encontrada, 1964-2018. Publicado em Poesia Experimental nº1, 1964.
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Abílio-José Santos. Ditador, Atchim, Rasgado. sem data. |
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Obras de Abílio-José Santos. |
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António Nelos. Consciência, Devotos. Ali é Nação. Pri Mata. |
A Poesia Experimental vem se modernizando ao longo dos anos, mas seu objetivo principal mantém-se o mesmo da sua criação: mostrar que tudo pode ser trabalhado e apresentado de forma poética.
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Obra de Salette Tavares. |
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Salette Tavares. Aranha. 1963-1978. Coleção Espaço Líquido. |
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Fernando Aguiar. Soneto digital. 1968-2018. |
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Fernando Aguiar. Ensaio para uma nova expressão da escrita. 1968-2018. |
Esta exposição tem a idealização e a produção do
Espaço Líquido, o apoio do Consulado Geral de Portugal em São Paulo é uma realização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – por meio do
ProAC Editais.
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Silvestre Pestana. Atómico Acto. 1968-2018. |
Vale a pena conferir. 😍
Para visitar:
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Se visitar, compartilhe nas redes com a hastag #PoexNoBrasil. 😉 |
Exposição: Poesia Experimental PortuguesaOnde: Centro Cultural São Paulo - CCSP (Piso Flávio de Carvalho)
Quando: de 18 de setembro a 14 de novembro de 2021
Horários: terça a sexta, das 10 às 20 horas | sábados, domingos e feriados, das 11 às 18h
Quanto: gratuito
Endereço: Rua Vergueiro, 1000
— CEP 01504-000
— Paraíso
— São Paulo
— SP (para quem for de metrô, basta descer na estação Vergueiro).
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Acesso para pessoas com deficiência.
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Publicação muito interessante!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Foi bacana conhecer mais da literatura produzida em Portugal!
ExcluirUm beijo :*
Oi Fê,
ResponderExcluirQuando eu era mais nova não gostava de poesia, mas hoje em dia eu amo, acho que poesia não deve ser apenas lida, mas sentida, e quando se trata de poesia artística/visual isso é ainda mais importante, por que os olhos também são estimulados. Amei essa exposição, e sem dúvida, se eu estivesse em SP, a visitaria, ainda mais sendo gratuita... Cultura e conhecimento nunca é demais.
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
Literatura foi feita pra ser sentida mesmo!
ExcluirEu fico feliz que você tenha gostado de ver um pouco da exposição aqui no blog.
Quando vier a São Paulo, não deixe de me avisar. ;)
Um beijo
Oi Fernanda,
ResponderExcluiramei a exposição e também não estou me sentindo segura e confortável ainda para sair, gostei do lugar ser arejado. Achei bacana a sua escolha e amei a exposição, amo visitar lugares assim.
Beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Ah, o CCSP é uma delícia de lugar. Visitar locais mais arejados assim tem sido um respiro bem maravilhoso! :)
ExcluirFico feliz que você tenha gostado do post.
Um beijo :*
Oie, tudo bem?
ResponderExcluirQue legal, parece ser uma exposição muito interessante, adorei as fotos!
Blog Entrelinhas
Olá, Felipe!
ExcluirFico feliz que você tenha gostado.
Um beijo :*
Great post ♥ Thank you
ResponderExcluirI invite you to take a look at my blog
Shkvo Space | Instagram
Thanks :)
ExcluirOi Fê, tudo bem?
ResponderExcluirParabéns pelo post super explicativo. Não manjo nada de poesia mas consegui entender o panorama geral. A exposição parece ótima e gostei muito das fotos!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi, Priih!
ExcluirFico muito feliz por ter te aproximado um pouco da poesia! :)
Um beijo :*
Muito interessante este post.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Que bom que você gostou! :*
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