No hibridismo entre poesia e jornalismo nasce uma crônica. O problema, talvez, seja que estou longe de ser jornalista — além de ouvir, gosto igualmente de falar. E, embora seja poeta, não ando flanando por aí. Tem sido difícil coletar miudezas.
Desde que terminei
a grande faxina, tenho vivido no meu quarto. Durmo, acordo, trabalho, estudo e me exercito entre as quatro paredes e sua pequena janela. É difícil tirar grandes narrativas dessa rotina.
Já se foi um semestre inteiro de quarentena. Seis meses, alguns dias e um aniversário em casa. Meu carrinho da montanha russa das emoções continua em seu looping star eterno de alternância entre dias incríveis e terríveis. De qualquer forma, sigo.
Às vezes penso no futuro. Como seremos nós no final de tudo isso? Digo o final real e falo em um nós coletivo. Como seremos daqui alguns anos, depois que a população mundial for vacinada e o planeta estiver ainda mais quente (por conta dos biomas cada vez mais destruídos) e os sistemas econômicos atuais em ruínas?
O dito popular afirma que em pouco tempo "muita água corre por debaixo de uma ponte". Resta saber qual é o estado dessa água. (A sensação que tenho é de que há cada vez mais lodo. É impossível ver o fundo.)
A vida muda o tempo todo. E eu, que tenho tentado sair do quarto ao menos para ver os telejornais na sala, hoje pulei esse momento. A falta da verdade me dói. Eu não vivo no mesmo país que foi descrito na reunião da ONU.
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Oi, Fernanda como vai? Excelente o texto, pois gera uma reflexão importantíssima para todos nós! O que será da humanidade quando tudo isto cessar? Será que aprenderemos? Ou continuaremos a definhar neste mundo cada vez mais famigerado por nossa incapacidade de cuidar do que nos foi dado pela Criação? Prefiro crer na primeira opção, embora às vezes a Realidade me mostra o contrário, infelizmente. Adorei o escrito, parabéns! Fique bem. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com
Acho que, se a gente não tentar ver o copo meio cheio, a gente pira, não?!
ExcluirEspero que tudo fique bem no final.
Fico feliz que tenha gostado do texto!
Um beijo
Incrível seu desabafo. Realmente o mundo está mudando muito com essa pandemia. Espero que saiamos ilesos de tudo isso e aprendamos a viver o novo normal que nos está imposto.
ResponderExcluirBom fim de semana!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Acho que ninguém vai sair ileso, mas que podemos sair mais maduros e cheios de aprendizados. O desafio é esse (além, claro, de sobreviver).
ExcluirUm beijo!
Oi Fernanda,
ResponderExcluirBela reflexão!
Para mim, esse tempo está servindo para ver direitinho quem se importa com os outros, e quem só pensa no próprio umbigo. Mesmo com tantos problemas vejo gente cooperando para o grupo enquanto outros insistem em tentar convencer de não vale à pena ter empatia. A conta uma hora vai chegar. Na verdade já estamos pagando uma parcela.
Até mais;
Mente Hipercriativa & Universo Invisível
Helaina, eu super concordo com você: uma hora a conta vai chegar. Tudo o que a gente planta, a gente colhe e bem colhido.
ExcluirPor isso mesmo que eu tomo tanto cuidado com o que ando plantando.
Um beijo!
Uma coisa tenho certeza Fe o tempo passa rápido...
ResponderExcluirO tempo voa, Rê!
ExcluirO tempo voa!
Uau!! Que texto.
ResponderExcluirEstou somente no meu quarto e não saio tanto para sala, mas ando muito tempo na cozinha.
Difícil continuar a rotina de exercícios, esse mês foi bem intenso pra mim, uma montanha russa de emoções mas, é normal.
Não sei se consigo enxergar a água o lodo está cada vez mais espesso e só basta esperar e fazer a nossa parte.
Beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi, Vanessa!
ExcluirÉ respirar e tentar viver o hoje. Se a gente olha para trás e vê quanto tempo já se foi, dá agonia. Se a gente olha pra frente, ainda não vê o fim do túnel. É tentar focar no hoje e seguir vivendo.
Um beijo
Ai Fernanda, tem sido difícil, mas seguimos! Esse texto me faz voltar ao questionamento que vem me assolando: como vai ser o futuro? Sou tão otimista que vivo acreditando que tem saída, mas dentro desse meu otimismo sempre tem alguns momentos de dúvida. Elas estão cada vez mais constantes. Está sendo difícil manter o otimismo, mas tento manter pra continuar agindo positivo!
ResponderExcluirEssa quarentena tem sido uma montanha russa de emoções mesmo!
ExcluirEu total te entendo.
O lance é a gente fazer a nossa parte e torcer pra dar certo.
Um beijo!