segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Nostalgia

Saudades daquilo que não volta mais.
Não fui à aula hoje. Deveria ter ido, mas a combinação frio mais dente do siso dando o ar da graça me fez perder o pouco de coragem que me resta depois de trabalhar dez horas/aulas seguidas. Não fui à aula, voltei no tempo.

Há dias estava com vontade de ouvir umas músicas velhas da Thalia. Acho que o desejo veio desde que comecei a dar aulas particulares de espanhol para uma amiga. Aliás, fazia muito tempo que eu não me divertia tanto. Espanhol é a minha segunda língua do coração. Enquanto o inglês é a da necessidade de expressão, o espanhol é a que me traz esse sentimento de liberdade. Pois bem, fui atrás do meu cd da Thalia — sim, da Thalia — e entrei no túnel do tempo.

Eu sei, já disse isso. O fato é que eu encontrei um monte de músicas da época em que tinha mais amigos do que livros, mais sonhos do que preocupações, mais romantismo do que dor. Com Thalia, Juanes, Shakira, Sanz e todos os meus álbuns do Audioslave, voltei aos 15 anos. Em primeiro impulso, quis ouvir todos, principalmente o Audioslave. Quis ouvir, mas o coração ficou pequeno. Ainda não consegui me despedir do Chris Cornell. Aliás, deve ser por isso também que o meu projeto da pós anda arrastado. Antes, escrevia meu livro ao som do Higher Truth. Agora, não consigo enfrentar a perda, não consigo escrever sem ter o nó no peito de saber que o meu companheiro de criatividade se foi. Acho que meu eu criativo morreu naquele dia também.

Venho pensando muito nisso, digo, nas pessoas que se vão. Será que, em meio da minha neurose, tenho me isolado ou será que as pessoas estão cada vez mais vazias e individualistas? Entro nessa espiral de pensamentos por horas a fio e não chego à conclusão alguma. Estar no limbo é algo que tem acontecido com frequência e que me sufoca. Afinal, não bastam os problemas, ainda isso.

Sei — se é que posso dizer que sei algo — é que eu fico cada vez mais perplexa com os amigos que crescem na carreira e se tornam arrogantes, com aqueles que entram em uma área e se esquecem das pessoas que estão fora daquele nicho, das pessoas que querem dar palpites sem fazer ideia do que passa, dos que só procuram quando precisam de ajuda... Tudo isso tem se tornado cada vez mais frequente (ou eu estou cada vez mais saturada, que noto mais desses comportamentos?). Voltei no tempo e queria mesmo a ingenuidade dos amigos que se viam todos os dias e juravam fidelidade eterna. Bons tempos.

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8 comentários:

  1. Linda
    seu post quase me fez chorar hehehhe
    sempre quando escuto músicas antigas eu choro, me remeto para um lugar distante onde só os meus pensamentos podem me levar.
    Nostalgia, adoro essa palavra, ela me deixa melancólica.
    beijão
    Karina Pinheiro

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    1. Oi, Karina!
      Obrigada por ser uma leitora tão sensível! ♥ Sempre fico feliz quando chega alguém assim no meu blog :)
      Também amo o som e o significado de "nostalgia". É poético e tão verdadeiro ao mesmo tempo.
      Beijos :*

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  2. Mas tu sabe que eu passo pela mesma coisa? Sinto muita falta daquelas amizades que pareciam ser eternas e que nada separaria, em hipótese alguma. Tenho passado por isso em relação a minha melhor amiga e eu até pensei em escrever sobre o que tenho sentido. Adorei teu texto, me vi muito nele!

    mariasabetudo

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    1. Sté, escreva. Mesmo que você não publique, escreva. Isso vai fazer com que você ordene melhor o que você está sentindo. Talvez te ajude a chegar a alguma conclusão.

      Espero que tudo fique bem por aí!

      Beijos :*

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  3. Poxa, que reflexão bacana, Fê! Música também me faz voltar no tempo, mas comigo é com o pop em inglês, é muito bom viajar nas minhas memórias ouvindo artistas que eu adorava quando era menor. Sobre perder alguém: é muito complicado, e cada um lida com isso de um jeito, mas tenho que concordar que as pessoas estão cada vez mais vazias e individualistas, chega a ser triste demais isso! De qualquer jeito, é importante que não deixemos essas pessoas nos influenciarem, né?
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

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    1. É triste, mas a gente não pode deixar de ter esperança. Um dia, a gente encontra alguma amizade em que se possa confiar.

      Beijos :*

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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.