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Estar na Argentina é fantástico, porque as pessoas vivenciam o tango a todo instante. Ele serve de trilha sonora nos aeroportos, nos bares, nos restaurantes, nas apresentaçõesde artistas de rua, enfim, é trilha do cotidiano portenho, algo intrínseco a todos.
O fato de ser música ambiente em praticamente todos os lugares nos chamou muito a atenção. É como se os argentinos declarassem a quem quiser ouvir - literalmente falando - o seu amor por este elemento que faz parte da cultura de seu país.
Moni e eu escolhemos assistir ao show de tango do Café Tortoni e não nos arrependemos. O lugar é um ponto turístico clássico - sendo considerado um dos cafés notáveis, pelo governo argentino - e tem toda uma estrutura e tradição que nos faz querer permanecer lá por horas e horas. A fama vem por ele ter sido frequentado por pintores, jornalistas, escritores e músicos da cultura portenha. Além disso a localização era ótima! Super próximo do hotel em que nos hospedamos.
O espetáculo custou 270 pesos argentinos, mas poderia ter sido pago em reais (75) ou em dólares, e o visitante deve comprar o ingresso com certa antecedência (compramos por volta das 16h, para o show das 20h30 do mesmo dia)*. A mesa é compartilhada entre quatro pessoas (dividimos a nossa com mais dois brasileiros) e não inclui o consumo.
Nós não sabíamos o que esperar e olha, só foi felicidade! Ao chegarmos, fomos encaminhada para a Sala La Bodega, um ambiente que foi uma adega e que fica no subsolo. Muito bacana. :) Lá há um palco em que cantores e dançarinos se revezam cantando - ao vivo - e contando a história do Tango.
Para quem não sabe, este gênero musical nasceu em meio às prostitutas. Segundo o site História do Mundo, a história é a seguinte:
Vista da nossa mesa, antes do espetáculo.
De acordo com recentes pesquisas, no final do século XIX, só a capital Buenos Aires contava com mais de 200 casas de prostituição. A procura pelas prostitutas era tão grande que os homens faziam fila à espera de fácil prazer sexual. Foi quando, a grande circulação de pessoas nas casas de prostituição argentinas deu espaço para a encenação de números musicais enquanto os clientes esperavam a sua vez. Nesse instante, apareciam grupos que intercambiavam suas distintas experiências musicais. A polca européia, a havaneira cubana, o candombe uruguaio e a milonga espanhola firmaram o nascimento do tango argentino.
Em seus primeiros anos, o tango era formado por um trio musical executante de ritmos mais acelerados e os passos de dança tinham muita sensualidade. Só mais tarde que os tangos começaram a ganhar suas primeiras letras. Fazendo jus ao seu local de origem, as primeiras letras descreviam situações libidinosas sobre os prostíbulos e as meretrizes. Por isso, durante algum tempo, o tango era sinônimo de imoralidade. As pessoas de “boa índole” tinham verdadeira aversão à prática desse tipo de música dançante. No entanto, os imigrantes que voltavam para Europa tinham popularizado o estilo, principalmente na cidade de Paris.
O início do tango.
O início do tango.
Conforme o musical vai se desenvolvendo, os cantores trocam de roupas e encarnam outras épocas, até o estilo musical ganhar o status cultural que tem atualmente. Acho que os pontos altos do show foram a apresentação dos boleadores gaúchos, o cantor performando belissimamente El día en que me quieras (escrita por Alfredo Le Pera, gravada por Carlos Gardel, também famosa na voz de Luís Miguel) e os tangos mais famosos: Derecho Viejo, Quejas de Dandoneon, La Cumparsita.
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O show de tango foi o passeio mais caro que fizemos, mas valeu a pena cada centavo que pagamos. Estar em contato direto com a arte é de encher os olhos e acalentar o coração! ♥ Se você for a Buenos Aires, não pode perder!
Beijos e queijos! :*
*PS: Todos os valores do post estava vigentes entre 13 e 20 de julho de 2015. Como a inflação na Argentina deu uma disparada, confira antes de ir se ainda continua assim. ;)
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Fernanda Rodrigues é uma paulistana apaixonada por gatos e café. Atualmente é professora de escrita literária, escritora, revisora, preparadora de textos, leitora crítica, assistente literária, palestrante e cofundadora do Projeto Escrita Criativa. De formação, é especialista em Docência em Literatura e Humanidades (FMU) e em Formação de Escritores e Produção e Crítica de Textos Literários (ISE Vera Cruz), além de ser bacharel e licenciada em Letras — Português/Inglês (USJT) e pós-graduanda em Psicopedagogia (Universidade Anhembi-Morumbi). É autora dos livros de poesia A Intermitência das Coisas: sobre o que há entre o vazio e o caos (2019) e Rasgos dentro da minha própria pele (2022), ambos publicados pela Editora Litteralux (antiga Penalux), de La intermitencia de las cosas: sobre lo que hay entre el vacío y el caos (2024), publicado pela Caravana Editorial e do didático Narrativas Digitais: narro, logo existo! Registrar o meu mundo e construir histórias (2021), lançado pela Fundação Telefônica Vivo. É 3º lugar no Prêmio SESC Crônicas Rubem Braga (2017) e tem textos em diversas antologias. Também escreve no site Algumas Observações, no ar desde junho de 2006. Mais aqui.
Desde 24 de novembro de 2013, as imagens do Algumas Observações são de minha autoria. Anteriormente, as que aparecem nas postagens eram meramente ilustrativas. Na maior parte das vezes, elas foram retiradas do Google Imagens, do We ♥ It e/ou do Tumblr. Evidentemente, sempre que eu sei quem é o autor, dou os devidos créditos. Entretanto, se você viu alguma imagem de sua autoria, por favor, deixe um comentário ou entre em contato avisando para ser creditado ou ter sua imagem substituída. ;)
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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.
Esse show é famoso! Acho que foi o mesmo que assisti quando fui a BsAs em 2004.
ResponderExcluirO lugar é lindo! :D Super recomendo para quem for a BsAs! :)
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