quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Buscando um sentido

Foto feita por mim em Puerto Madero, Buenos Aires.

"Onde está o amor?"

A frase era a única inscrição dentro do envelope que ele carregava em suas mãos. O conteúdo precioso não continha assinatura; tão pouco, remetente. Entretanto, aquilo lhe despertou uma inquietude que ele nunca sentira. 

André era um jovem rapaz, no auge dos seus vinte e poucos anos. Quem o conhecia, bonito como era, não imaginava que seus olhos verdes e seu cabelo repleto de cachinhos fossem tão solitários. Agora, quem o via andando por aquela avenida movimentadíssima, assustava-se com sua cara de doido. Estava transtornado, querendo desvendar aquele mistério. Será que finalmente teria a sua resposta?

"Onde está o amor?"

Aquele que sempre fora decidido e objetivo, agora caminhava sem rumo, esbarrando nas pessoas. Sua urgência misturava-se com aquela sensação de que já conhecera aquela grafia tão bela e delicada no papel. Aquele perfume familiar... Aquela dúvida constante. O amor sobrevive ao caos dos escritórios se esvaziando ao fim do horário comercial?! Muitas pessoas. Muitos carros. Buzinas e um coração disparado. "AMOR". Quatro letras que, de uma hora para outra, queriam ganhar sentido na vida do tal nerd garanhão...

Amor. Ele ainda não sabia se era este sentimento que o guiava. Uma vez que não havia nenhuma direção, seguiu o seu instinto: fez o caminho de sempre, atravessando a multidão engravatada, rumo ao por do sol. 

Chegou à Consolação, entrou na livraria. Então a viu ali parada, em meio às obras poéticas. Sua grande amiga tinha um papel - talvez o mais importante nesta história -, o de segurar uma capa que dizia: "o amor sempre esteve aqui".

Este texto faz parte do Projeto Escrita Criativa, que reúne escritores e blogueiros para colocarem no “papel” suas ideias. Quem quiser conhecer mais, acesse a página ou o grupo do projeto. Lá há a lista de todos os blogs participantes. Um dos exercícios deste mês era fazer uma descrição (física e/ou psicológica) de um personagem que estivesse andando na rua com um envelope nas mãos. Meu texto ficou um híbrido de descrição e narrativa, mas eu gostei mesmo assim. E você, o que achou? Deixe a sua opinião nos comentários.
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2 comentários:

  1. Oiee!!
    Como sempre, você escreve divinamente. Tenho pensado nisso e acho que deveria escrever um livro... Seria sucesso!
    Eu estou meio enrolada, vou ver se agora em setembro consigo escrever para o projeto.

    Beijos
    Meu Meio Devaneio

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu preciso criar vergonha na cara mesmo!
      Quem sabe... quem sabe...

      Beijokas!

      Excluir

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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.