quarta-feira, 17 de julho de 2013

Reflexões da Madrugada III: Motivos

Memórias...


"Quantos motivos e por quanto tempo o sentimento perdurará?", peguei-me pensando sobre isso nos últimos dias... Na verdade, tudo começou com o encontro que tive com as minhas amigas de infância. Antes de sairmos, já havia avisado que não queria falar de nós dois, porque falar de nós, hoje, é falar do nosso fim. De qualquer forma, a curiosidade falou mais alto que a camaradagem, e elas acabaram tocando no assunto do "por que que vocês terminaram?". Naquele momento, aquilo me irritou; mas, sobretudo, doeu-me a alma. De qualquer forma, fiz um resumo, pedi que elas mudassem de assunto; e, graças a Deus, elas respeitaram. 

O fato é que este episódio me fez pensar muito sobre mim, sobre quem eu era antes e durante você na minha vida e quem sou depois de todo esse maremoto que você me causou. Sempre fui de enfrentar os problemas de frente, então, por que me doeu tanto ter que falar sobre isso? Será que quis fugir pela primeira vez na vida? A reflexão de algumas noites em claro me fez perceber: não quero falar do fim, porque ele me faz ter raiva de tudo o que aconteceu. Prefiro enterrar este fim no passado, de modo que só fiquem as lembranças boas, as bonitas memórias dos nossos sonhos sem fim (da família linda que queríamos construir). Falar do passado é reviver a dor, a mágoa e o seu desprezo por mim... Não quero alimentar tais sentimentos. Não acho justo com tudo de lindo que vivemos.

Hoje, enquanto arrumava as minhas coisas, encontrei o cartão que você me deu de aniversário. Embora tenha doído relê-lo, a dor foi diferente... Olhar para o cartão foi como procurar a memória de um filme, em um passado muito distante. No fundo, você sempre esteve assim: completamente distante...

Juro que não quero sentir raiva. Tento pensar em tudo o que nos aconteceu de uma maneira madura e consciente de que tinha que ser assim, contudo a dor é tão aguda, que dilacera o meu peito ainda hoje. É como os joelhos ralados durante a infância: por mais que tenha a casquinha, o machucado não está cicatrizado e, se for cutucado, sangra. 

16 comentários:

  1. Estes textos são como nossas cartas que escrevemos, guardamos e nunca enviamos ....São lindas, reflexivas, tristes e "condenadas" a ficarem guardadas num fundo de baú - Não agora que exitem os blogs ! hehehehehe beijo ! Adoro ler belos e melancólicos textos assim !

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    1. Este, em particular, escrevi como uma carta que nunca seria lida pelo destinatário (será?) mas que me serviu como uma forma de aliviar a tensão.
      Adoro quando você adora a minha melancolia!

      Um beijo! :)

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  2. Fernanda Rodrigues, compartilhei meu comentário com os demais amigos do G+, mas reitero aqui a emoção e o prazer de ler este post acima. Ele apresenta beleza estética, poesia e encanta o mais desavisado dos corações. Gostei muito e parabéns. Se quiser me visitar, será uma prazer recebê-la em meu cantinho. O link é http://www.nossoslivrosfree.com.br/

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    1. Olá Robert!
      Obrigada pelas palavras afetuosas!
      Visitar-lhe-ei com certeza!
      Beijos!

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  3. Muito envolvente o post, gostei muito! Amei seu blog e já estou seguindo.. Ahh dá um pulo la na loja, muito coisa legal em promoção se sinta a vontade :D

    L&V Shop Blog | L&V Shop - LOJA | FanPage | Twitter | Youtube

    Beeijinhos ;))

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  4. Nossa Senhora, me arrepiei.
    O término de alguma coisa é sempre difícil, especialmente quando é assim, tão doloroso.
    Mas passa, graças a Deus. Mais cedo ou mais tarde, sempre passa. E, temendo que seja mais tarde, é bom nos prepararmos para a visita das cutucadas sangrentas...

    O texto me deu o que pensar, Fê. Adorei!

    Beijão

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    1. Oi Vi!

      Eu espero que passe logo, porque viver nesta incerteza é muuuuuuuuuuito complicado! :P

      Fico feliz que tenha dado o que pensar. Sempre gostos de textos que me fazem pensar, então fico feliz quando consigo escrever um que possibilite isso às outras pessoas!

      Beijokas!

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  5. Coisa linda esse seu texto sabia? Tocante e triste.
    Há algumas semanas experimentei dessa mesma dor.
    Acabamos nos entendendo, mas ainda sinto e lembro da dor, de quando terminamos. Estranho isso né?
    Acho que foi por isso que você gostou daquele meu texto né? Sobre ser feliz sozinha. E no momento, é o melhor mesmo.
    É aquilo "está doendo ou ferido?", se estiver doendo, respira fundo e segue que logo passa. Mas se estiver ferido de verdade, tem que dar tempo ao tempo para que cicatrize.

    miragem-real.blogspot.com.br

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    1. Estou nessa de "dar um tempo para que cicatrize". Mas foi por isso mesmo que me identifiquei com o seu texto! :D

      Espero que tudo se normalize entre você e os eu boyfriend!

      Beijos!

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  6. Adorei o texto. As vezes é bom desabafar mesmo.
    Beijos

    marinaalessandra.blogspot.com

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  7. Amei, muito bom!
    Gatinha, estou atualizando o meu canal no youtube com vídeos, visite e se gostar se inscreva, é muito importante pra mim. Beijinhos.
    Canal: https://www.youtube.com/user/isabelyrogrigues
    Blog: http://fasesdegarota.blogspot.com.br/

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  8. Caramba, Fê! Você conseguiu com maestria demonstrar tamanho sentimento de perda nesse texto que eu me arrepiei.
    Quem nunca passou por algo similar?? Seu texto é quase palpável...
    Lindo como sempre!
    Beijos

    www.meumeiodevaneio.com.br

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    1. ai que linda você!
      Eu acho essas situações tão complicadas/delicadas!
      Mas no fim, tudo acaba se encaixando (eu espero!)

      Um beijo!

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