quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Despedida

Falar de Niemeyer é pensar no quanto cresci profissionalmente. Estudar arquitetura, em um curso de Letras é, sem dúvida alguma, uma tarefa árdua que só os amantes de desafios aceitam. Quando Vandressa, Evelyn e eu compramos esta ideia, não tinha dimensão do quanto esta experiência mudaria a minha vida. Mas mudou.

Pensar, planejar, inferir, trabalhar sobre a pressão de quem exige o grau de excelência máximo, tudo isso foi o que compreendi nos momentos que compreenderam desde a elaboração da monografia até a palestra durante a Semana de Letras. Hoje, dois anos depois, entendo a magnificência e a genialidade implícita em cada pormenor - composto por retas e curvas - da arquitetura do grande gênio.

Falar de um mestre é sempre clichê, mas quero ressaltar que um aprendizado ficou de tudo o que li, vi, ouvi e estudei sobre o grande nome da nossa arquitetura: dê o seu melhor. Como esquecer a expressão de encantamento da Van, me dizendo que ele trabalhava não só nas plantas, mas fazendo uma descrição detalhada de cada projeto - de modo que o leitor do texto pudesse compreender exatamente o que ele havia pensado?

O grau de perfeição é atingido com esforço. Esta é outra lição que fica. Niemeyer nunca se dava por satisfeito enquanto descrição do projeto-plantas-realidade não estivessem em perfeita sintonia. Assim deve ser a vida: esforço ao máximo, para deixar uma grande marca ao mundo.

Sei que Niemeyer estava velho de idade. Sei também que ele amou viver até o último segundo dos seus 104 anos de vida. Esta é mais um dos aprendizados que ele nos deixa: estude, trabalhe com o que você mais ama, faça o seu melhor e valorize tudo isto. 

Pensar no mundo da arte sem ele é dolorido. Entretanto, saber que ele existe em São Paulo, Minas, Brasília e tantos outros lugares é motivo de felicidade extrema. Ainda assim acredito que os grandes gênios da pintura, da arquitetura, da literatura e da música poderiam viver, pelo menos, 500 anos (o mundo seria tão mais bonito!)! É sempre doloroso nos despedir de quem amamos, de quem nos ensinou lições para a vida...

Igreja de São Francisco de Assis

Niemeyer, você foi responsável por um dos momentos mais incríveis da minha vida acadêmica. Sou grata pelos ensinamentos e, principalmente, por você ter me ajudado a quebrar a barreira que tinha contra Brasília. Minha homenagem a sua genialidade fica na imagem da Igreja de São Francisco de Assis (Minas Gerais), o local em que a ideia da capital federal começou a surgir. Retas e curvas que nos remetem ao Barroco e que nos elevam aos céus! :) Que você seja bem recebido pelos anjos! :D 

PS: Todos os dias, quando vou e volto ao trabalho, me lembro de você! O Memorial da América Latina é, sem dúvida, brincalhão com suas rampas e sério com seus ângulos... Como você! ;)

6 comentários:

  1. texto muito bem escrito Fê! parabéns! É triste mesmo essa perda!

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    1. Obrigada, Lu!
      Sei que ele era velhinho, mas dói qdo as pessoas especiais partem, não?!

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    2. Dói muito! Mas a felicidade está no acervo maravilhoso que ele deixou.

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    3. Coisas que só os grandes artistas conseguem fazer! :)

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  2. Ótimo texto, flor, linda homenagem!
    Beijinhos

    Am
    http://www.vinteepoucos.com.br/

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    Respostas
    1. obrigada, Amanda!
      Aprendi muito com ele, não podia deixar de prestar uma homenagem! ;)

      Beijos :*

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