Mãos dadas

Há quem prefira as grandes declarações de amor - com direito a um salto das alturas, microfones e um monte de gente olhando - mas, eu prefiro a mais singela: o momento em que você me dá a sua mão.

Pode parecer bobo, eu sei. A maior parte dos casais que tem um relacionamento saudável anda por aí de mãos dadas. Contudo, posso lhe garantir, no meu tempo de solteice, o que mais me dói é saber que não tenho uma mão que me ama para se entrelaçar a minha.

Caminhar de mãos dadas é a prova de amor mais linda; ela representa a simplicidade dos pequenos gestos do dia a dia. Ambos seguem um ao lado do outro, prontos para enfrentar quaisquer dificuldades, prontos para viverem a felicidade.

Envolver a mão que amo entre a minha, sentir sua textura e seu calor, me lembra que eu tenho mais um motivo para ser grata às boas e felizes oportunidades que a vida me dá. O trânsito, as contas para pagar, as dores, o mau humor, tudo isso é anulado quando sei que seguro a mão de quem eu amo - e que, por sua vez, me sustenta com o seu amor.

O gesto de dar as mãos a quem se ama anula as brigas, os tabus. Somos iguais porque nos amamos; não perfeitos, diferentes que reconhecem que se completam.

Não, definitivamente não quero provas de amor, dessas que se veem nos filmes e nos programas de domingo. Quero apenas alguém que chegue de mansinho, pegue em minha mão com todo o amor e me faça reacreditar que a simplicidade, bela e sentimental, existe para curar um coração partido pelo mundo banal.