As marcas

Se o passado é passado, se o futuro a Deus pertence, se você não faz parte do presente, o que ficou?!

Do riso, do choro, da saudade, dos abraços, dos amassos, das brigas, dos momentos em silêncio em que olhar nos seus olhos me bastavam, do sentir a sua respiração? De tudo isso, o que ficou?

O que ficou dos versos daquela que era a nossa música, dos passos lado a lado em dia de chuva, da batata-frita dividida, da dor da despedida, o que ficou?

Os planos, os nomes dos filhos, as viagens não feitas, o crepúsculo sem fim... Disso tudo, algo sobrou?

Aqui ficou o sentimento de crescimento, de quem foi feliz e depois foi forçada a lidar com o vácuo da ausência. Ficou também toda a essência do que foi bom. É como viver uma história das mais perfeitas e acordar pela manhã: ficou o sonho, o feliz para sempre, seguido do vazio da frase na tela negra: The End.