Reflexões da madrugada III

Don't lose who you are in the blur of the stars

Seeing is deceiving, dreaming is believing

It's okay not to be okay

Sometimes it's hard to follow your heart

Tears don't mean you're losing

Everybody's bruising 

Just be true to who you are

(Who you are - Jessie J)

Não quero me perder em meio à dor e à aspereza do mundo. Esse mundo dotado de uma crueldade sem fim. Não posso me deixar levar em meio ao borrão de maldade e falta de compaixão...

Não adianta tentar ignorar minha natureza, que não cabe em si mesma de tanta esperança, que é feita de - e se sustenta em - um romantismo incurável e ingênuo (propenso à uma credulidade sem fim).

Sou aquela que sempre acreditará em meio ao caos. Sou a louca que crê em meio à frieza dos melhores amigos que lhe abandonam e dos homens que lhe partem o coração mais e mais vezes. Sou a desairada que luta achando que pode salvar o mundo, enquanto aprende e ensina... Sou aquela que chora às escondidas, ao passo que escreve, em meio à dor de um sentimentalismo que muitos julgam barato e clichê.

Posso até não ter superpoderes - nem dinheiro que os compre -, todavia, sou honesta e verdadeira com todos ao meu redor.

(Se "levo tudo à ferro e fogo", ao menos as regras do jogo da vida são claras, não apenas a mim, mas a todos que me cercam. Quem me dera se todos fossem claros e transparentes como o riacho que nasce no alto das montanhas...)

Não posso me perder em meio a um mundo que cobra cada vez mais aquilo em que eu acredito cada vez menos.

Agora, a madrugada se despede e a aurora se aproxima - trazendo uma agradável manhã primaveril. Sou como os pássaros que resistem a cantar na selva de pedras lá fora. Minh'alma clama por poesia...