quarta-feira, 18 de maio de 2011

Orgulho

Tenho orgulho de saber que tenho uma companheira de profissão como a professora Amanda Gurgel, que luta pela educação, mesmo recebendo um salário base irrisório. Tenho orgulho, porque a vejo lutar por um direito que, além de ser dela, é meu e de todos os outros educadores compromissados deste país. Tenho orgulho porque ela soube, de maneira humilde e objetiva, gritar para todos a necessidade que o Brasil tem. Muita gente diz que somos um país próximo da erradicação do analfabetismo, mas quantas pessoas são capazes de realmente interpretar aquilo que leem? Com a desvalorização da categoria, com a falta de vagas, com a superlotação nas salas de aula, quantas pessoas se motivam a serem professores? (E digo mais: quantas pessoas se animam a serem alunos? Quantos não abandonam a escola por não terem paciência, não gostarem da convivência escolar?) A questão da educação em nosso país é muito séria e não será com comerciais de televisão dizendo aos brasileiros que nos outros países os professores são valorizados que mudará o quadro que vivemos. O que de fato é feito? Qual é o impacto das políticas públicas educacionais no dia a dia de cada pessoa que ensina e que aprende? É fácil dizer que as pessoas devem se tornar professores, mas qual é a motivação que as fazem querer seguir esta carreira? O governo pede paciência; o professor tem contas para pagar; o aluno tem necessidade de aprender. O governo paga mal; o professor acumula aulas em duas, três escolas para tentar ter uma renda digna e, com isso não tem tempo para investir em formação continuada, em preparar aulas diferentes; o aluno se sente desmotivado por aulas que não são nada atraentes... A urgência no trato com todos os profissionais da área educacional é alarmante, por isso me orgulho da fala da professora Gurgel e compartilho sua indignação, quando ela contrapõe a fala da Secretária Bethânia Ramalho, que prefere não discutir o caos educacional. Ignorar o problema é alienar-se. As ambiguidades entre a lei e a prática existem e nós, professores e cidadãos, devemos questioná-las. Como encurtar a distância entre o ideal descrito nas Leis de Diretrizes e Bases de 1996 e a realidade é o maior desafio de todas as pessoas que encaram esta profissão para dar o seu melhor aos estudantes de nosso país. Exercer o nosso trabalho com dignidade faz parte deste caminho. Por isso, deixo aqui, os meus aplausos e um abraço fraternal à professora Amanda Gurgel, exemplo e inspiração do que é ser uma boa educadora.


Discurso da profª Amanda Gurgel na audiência pública sobre o cenário atual da educação no Rio Grande do Norte.

2 comentários:

  1. O que você disse é verdade, é visível o descaso dos nossos governantes com a educação e a frustração dos professores diante dessa realidade. O discurso dessa professora representou bem o sentimento de indignação e a nossa luta por melhores condições de trabalho. Pela primeira vez me senti bem representada.beijos, Ane*.*

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  2. A questão da educação é realmente lamentável no Brasil. Experimentei um caso que ilustra bem a ignorância do povo: minha empresa, com base na lei federal, enviou no último mês o demonstrativo de quitação de débito de 2010 para os nossos clientes. Perdi a conta d qtas pessoas eu atendi q acharam q aquilo era uma carta de cobrança. A maioria não sabia o significado da palavra QUITAÇÃO a situação piorava quando eu explicava que poderiam usar aquilo como demonstrativo de despesa para Imposto de Renda...Aff....

    Bjs e fik c Deus. Passa lá no blog q tem post coletivo e selinho pra tds!!!

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