domingo, 27 de março de 2011

Reflexões da madrugada II


Madrugada de domingo, eu a pensar nas coisas da vida: educação (minha formação e de meus futuros educandos), rotina alucinante - que me consome -, saudade dos amigos (que por algum motivo estão longe), a falta da tranquilidade serena da infância e a articulação gostosa da adolescência, a preocupação de “não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender”... Complexidades sem fim.

É difícil acreditar em um ideal e vê-lo se dissolver, escorrendo como água entre as mãos. Debato-me como um peixe que luta até o fim, mesmo sabendo que foi retirado das águas. Luto de forma incessante. Dizem que “a vida é uma caixinha de surpresas”. Lanço, então, o desafio para que ela me surpreenda. Preciso que a vida me traga bons ares e coisas novas, motivações que me impulsionem a novos desafios.

O tempo passa, e, assim como um peixe fora d’água, começo a perder minhas forças. É difícil acreditar que “después de la tormenta sale el sol”, quando tantas coisas dão erradas ao mesmo tempo. Estou perdida num labirinto sem fim, cuja saída está cada dia mais distante...

Sei que para que haja mudança é preciso que haja ação. Não adianta não se mover, não tentar outros caminhos, não buscar outras saídas – se não há movimento, nada acontece. Contudo, a incógnita maior, a mais sufocante, é: como fazer isso? Sinto que já tentei todos os meios, que já “gastei” todas as ideias que cruzam a minha mente. Sinto-me esgotada. Não quero abrir mão dos meus critérios, dos meus ideais, dos meus sonhos. É tão difícil assim conciliar sonho e realidade? Como transformar um grande sonho em realidade plena (se não plena, ao menos satisfatória)?

...

A relação homem-mundo é complicada. Talvez – muito provável que seja “quase com certeza” – esta complicação deva-se a própria forma de vida que os seres humanos escolheram para si (sua sociedade e sua espécie). Se “o homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”, como retardar esta corrupção? Como minimizar os seus efeitos? Há uma maneira de se fazer isso?

Tento respirar em meio a tudo o que vem acontecendo e não consigo. Debato-me como o peixe que luta. Sei que fui boa ao batalhar por um dia; muito boa na peleja por vários dias, entretanto, será que conseguirei lutar por uma vida inteira e ser imprescindível?! 

(Se for parar para pensar: para quem e por que motivos ser imprescindível?)

Contradigo-me na loucura da busca por entendimento. Entendimento de uma vida que deve ser seguir seu curso, mas que hoje se vê em um rio encoberto de nuvens escuras e mal tempo...

2 comentários:

  1. Lindo seu blog, estou acompanhando e seguindo.
    Arrisco-me a escrever uns versos também. Acompanhe e siga também o meu: http://marianadelavia.blogspot.com.br/. Um beijo!

    ResponderExcluir
  2. Oi Mariana!
    Que bom que você gostou e está seguindo! :)

    Pode deixar que te visitarei tbm! :)

    Um beijo,

    ResponderExcluir

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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.