Bora saber como foi o show do irlandês mais fofo da Irlanda. 💚🍀
Era uma manhã comum.
Nunca fui de ouvir a One Direction, não porque não achasse a banda talentosa, mas sim porque ela se lançou numa época muito tumultuada da minha vida. A verdade é que eu parei mesmo para ouvir seus membros durante a pandemia — e fui parar e escutar os trabalhos solos dos meninos, especialmente Harry, Niall e Louis.
Naquela manhã comum, soube que Niall viria ao Brasil. Entrei no site e comprei o ingresso da pista comum, o mais barato, mais longe — deixei os lugares mais perto para as fãs de longa data. Aquele seria o meu primeiro show no Parque Ibirapuera: um momento inusitado em um lugar frequentado desde a infância.
*
Fez calor a semana toda, então não esperava muito a mudança repentina do tempo. Dos 30ºC da véspera, me vi no parque com um casaquinho de lã, encarando cerca de 15ºC. Estava nublado, ventava. Mas isso não era motivo de desânimo — pelo contrário, o clima mais fresco era bom para cantar e dançar sem passar mal com o calor da multidão.
Cheguei no horário da abertura dos portões. Ambas as filas — da pista premium e a minha, da pista comum — estavam longas. Fui sozinha. Eu me sentia a fã mais velha e isso parecia um pouco estranho. Os outros, mais velhos que eu, estavam acompanhando filhos. Eu fui porque acho as músicas do Niall muito bonitas.
As mais novas tinham laços coloridos no cabelo. Camelôs vendiam — não tanto às escondidas — cangas, bandeiras, os tais laços coloridos, botons e polaroids, enquanto tentavam se desviar de fiscais da prefeitura.
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Quando a fila andou, a entrada foi tranquila. Logo vi as barracas de comida e bebida, bem como a estação de hidratação. Comprei um hamburguer, uma cerveja e uma água. Pedi licença a uma fã simpática e me sentei na outra ponta da mesa de piquenique. Comi feliz. Era uma comida cara, porém gostosa. Depois, fui buscar um local com uma visão boa. Fiquei longe da muvuca, embaixo de uma árvore frondosa, sobre uma raiz, que me deixava um pouquinho mais alta que as pessoas à minha frente. Ao meu lado, um casal de namorados. Acho que ele havia dado o ingresso de presente para ela. Antes do show de abertura, ele lhe perguntou: “Mor, você está feliz?”, ao que ela respondeu com um sorriso e um selinho.
Esqueci a minha canga, então a capa de chuva me serviu de tapete no chão de terra batida. Conforme foi escurecendo, a lua surgiu no céu e as nuvens se dissiparam.
Ao contrário dos outros shows que fui, as fãs do Niall não deram muita abertura aos sorrisinhos dados para o redor, sendo assim, me dividi entre conversar com as amigas no WhatsApp — enquanto ainda havia sinal de celular — e que ler um pouco no app do Kindle, até o início do show de abertura.
Não conhecia a cantora. Ela, muito jovem, me lembrou o início de carreira da Mallu Magalhães. Clarissa (@clapivara) cantou suas músicas, e foi ótimo conhecê-la e ver seu talento ao vivo. Cantou no gogó, estava muito feliz. Gosto de ver cantores felizes no palco. Ela disse que cresceu ouvindo One Direction e que se sentia honrada de abrir para o Niall. Dava para notar sinceridade e brilho nos olhos. Foi bonito de presenciar.
“Mor, você está feliz?”
“Muito” — o casal agora estava abraçadinho.
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Niall entrou pontualmente no palco. A primeira pessoa que avistei foi a violinista. Há duas mulheres na banda. O violino trouxe aquele toque irlandês para os palcos que é gostoso de ouvir. Não pude deixar de me lembrar do Bono falando da conexão Irlanda-Brasil nessa hora. De algum modo, a vi ali, de novo, materializado na energia do Niall. Ele estava visivelmente feliz por estar de volta. As fãs estavam lhe abraçando com gritos entusiasmados e olhares carinhosos. Tudo estava se encaminhando pra uma noite perfeita.
E foi.
Achei muito bonito como as fãs fizeram uma gradação: quase um sussurro no set acústico e cantando a plenos pulmões todas as outras músicas.
“Niall, EU-TE-A-MO! Niall, EU-TE-AMO!” — ele tira o ponto do ouvido — “Niall, EU-TE-A-MO” — ele sorri de mostrar todos os dentes e responde, para a minha surpresa, em português — “Obrigado”.
*
“Mor, você está feliz?”
“Eu não sei como poderia ser mais feliz.” — ele seguia orgulhoso, ela notadamente tinha um sonho realizado.
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Eu estava feliz também. Valeu a pena ter ido, mesmo que sozinha. O talento do Niall é bonito demais de se presenciar. O amor das fãs é daqueles que revigoriza. Foi uma noite feliz — mesmo tendo que esperar o ônibus por quase uma hora na volta pra casa. Cantei, dancei, chorei, ri e soltei vários "que fofo! Quero levar pra minha casa!". Assim com a Clarissa, a banda, as fãs de desde sempre e o próprio Niall, eu saí do show com um sorriso gigante, com o coração quentinho e com o desejo de mais um.
Fê, esses shows aquecem o coração, né? Vale muito a pena! Um show que me deu essa sensação foi o da Colbie ano passado aqui no RJ. Sai renovada de lá! E achei muito fofo esse casal. ♥
Obs.: E nossa ontem eu fiquei triste com a notícia da morte do outro integrante do One Direction. Tão novo! :(
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Fernanda Rodrigues é uma paulistana apaixonada por gatos e café. Atualmente é professora de escrita literária, escritora, revisora, preparadora de textos, leitora crítica, assistente literária, palestrante e cofundadora do Projeto Escrita Criativa. De formação, é especialista em Docência em Literatura e Humanidades (FMU) e em Formação de Escritores e Produção e Crítica de Textos Literários (ISE Vera Cruz), além de ser bacharel e licenciada em Letras — Português/Inglês (USJT) e pós-graduanda em Psicopedagogia (Universidade Anhembi-Morumbi). É autora dos livros de poesia A Intermitência das Coisas: sobre o que há entre o vazio e o caos (2019) e Rasgos dentro da minha própria pele (2022), ambos publicados pela Editora Litteralux (antiga Penalux), de La intermitencia de las cosas: sobre lo que hay entre el vacío y el caos (2024), publicado pela Caravana Editorial e do didático Narrativas Digitais: narro, logo existo! Registrar o meu mundo e construir histórias (2021), lançado pela Fundação Telefônica Vivo. É 3º lugar no Prêmio SESC Crônicas Rubem Braga (2017) e tem textos em diversas antologias. Também escreve no site Algumas Observações, no ar desde junho de 2006. Mais aqui.
Desde 24 de novembro de 2013, as imagens do Algumas Observações são de minha autoria. Anteriormente, as que aparecem nas postagens eram meramente ilustrativas. Na maior parte das vezes, elas foram retiradas do Google Imagens, do We ♥ It e/ou do Tumblr. Evidentemente, sempre que eu sei quem é o autor, dou os devidos créditos. Entretanto, se você viu alguma imagem de sua autoria, por favor, deixe um comentário ou entre em contato avisando para ser creditado ou ter sua imagem substituída. ;)
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Algumas Observações | Ano 18 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.
Fê, esses shows aquecem o coração, né? Vale muito a pena! Um show que me deu essa sensação foi o da Colbie ano passado aqui no RJ. Sai renovada de lá! E achei muito fofo esse casal. ♥
ResponderExcluirObs.: E nossa ontem eu fiquei triste com a notícia da morte do outro integrante do One Direction. Tão novo! :(
Beijos, Carol
www.pequenajornalista.com
Oi, Carol!
ExcluirShows que aquecem o coração mesmo!
Sobre o Liam, é de partir o coração. Eu não me conformo com a negligência que ele sofreu :(
Um beijo carinhoso pra você :*