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Foto por Nick Nice, via Unsplash. |
Não sei bem como ou quando o fim
se deu. Sei que naquele dia, em que nós dois nos sentamos na escada do jardim
do museu, eu sabia que te perderia. Meu choro vindo do nada, totalmente
descompassado indicava isso e, por mais que você me abraçasse sem jeito e
dissesse que tudo ficaria bem que não me deixaria, eu intuía que algo de errado
não estava certo.
Nos últimos meses murchei como
murcham as flores em um vaso bonito e sem água. A falta de ar me fez permanecer
dias a fio deitada, no quarto escuro, em posição fetal. Em looping, fiquei
repassando cada gesto, cada sorriso, me perguntando o que, afinal, eu tinha
feito de errado. Logo eu, que sempre me esforço tanto para que tudo seja
perfeito, onde poderia ter falhado?
Não sei se ele se recorda do dia
em que trouxe essas flores para casa. “Cada uma me lembra um detalhe seu”, ele
completou sorrindo de lado, como um superstar, ao notar a minha cara de
espanto. O buquê era delicado, e eu não me reconheci ali. Talvez este fosse
mais um dos indícios de que nada daria certo. Sempre fui a cabeça dura, que
responde todo mundo e que move montanhas pelo que quer. Como poderia ser
delicada a ponto de ser flor?
As flores mortas no vaso indicam que algo morreu dentro de mim. A espontaneidade, o cuidar do outro, o sorriso sincero. Cada flor que foi secando me força a me lembrar de cada parte de mim que doei sem medo e sem preocupação. Hoje já não quero mais buques de flores. Hoje prefiro ser jardim na aurora. Se fui flores como ele afirmou, ele esteve longe de ser um amante da natureza.
Não sei como escreveu algo tão lindo e tão profundo em somente 15 minutos! Me identifiquei (com o texto, não com sua genialidade rs). Beijo!
ResponderExcluirTuuuuuuuuuuuudo é exercício. Tudo! :)
ExcluirE sem comentário autodepreciativos! hehehe
Beijo!
oi, oi.
ResponderExcluireu amo esses jogos de palavras, trocadilhos... aff!!! perfeito demais!
amo tbm a gnt poder voltar, olhar pro passado com uma nova visão e se perdoar por se dedicar demais a quem tanto faz.
parabéns pelo talento, FÊ. por transformar em palavras sentimentos que ficam entalado na garganta. <3
bj!
Não me venha com desculpa - Adriel Christian
Ressignificar o passado é uma das partes mais legais da literatura! :) Amo isso!
ExcluirE fico feliz que você tenha gostado, Adri.
Beijos
Well written ❤
ResponderExcluirThank you! :)
ExcluirQue soco no estômago! Acho que o recado foi dado!
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está de volta com muitos posts novos! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Fico feliz que vc tenha achado um "soco no estômago". A literatura é feita para isso tbm!
ExcluirUm beijo
Oi Fernanda,
ResponderExcluirAmei o texto! Você transmite os sentimentos pela sua escrita de uma forma muito natural. Gostei de ver também como você tratou o tema sugerido. Desde que descobri o projeto tenho vontade de participar, mas sou muito ruim trabalhando com temas. Quero mudar isso pra conseguir deixar o Universo Invisível atualizado de novo!
Beijos;
Mente Hipercriativa | Universo Invisível
Oi, Helaina!
ExcluirObrigada pelas palavras doces sobre o meu trabalho. Quanto a escrever a partir de um tema, isso é questão de treino. Se dê uma chance, porque você não vai se arrepender.
Um beijo :*