domingo, 11 de agosto de 2019

{Vou por aí} Como foi o Flipop 2019 — Parte 3 | BEDA Agosto/2019 #11

Imagem por Editora Seguinte/AnneKarr.
Chegamos ao post que vai contar como foi o meu terceiro dia na Flipop 2019. Para ler sobre os outros dias, clique na parte 1 aqui e na parte 2 aqui. Domingo amanheceu bem frio e eu estava bem cansada, então resolvi descansar um pouco mais e não ir à mesa da escritora canadense Kristen Ciccarelli, como estava nos meus planos. Sendo assim, assisti a apenas duas mesas.

Domingo

A volta das comédias românticas

Bruna Miranda, Clara Alves, Olivia Pilar, Vitor Martins e Mayra Sigwalt, na mesa A volta das comédias românticas.
A mesa composta pelos escritores Clara Alves, Olívia Pilar e Vitor Martins teve moderação da Bruna Miranda e Mayra Sigwalt, que estavam gravando um episódio do podcast Wine about it.

"Não é clichê o que não é pra todo mundo. Se é só para um grupo, não é clichê, é privilégio". (Bruna Miranda)

A conversa se deu em torno da vivência de cada escritor com as comédias românticas — o que envolve, basicamente, toda a filmografia da Julia Roberts. Vitor Martins comentou que ele tem uma relação bem afetiva com esse tipo de narrativa, porque assistia aos filmes com a mãe dele durante a adolescência. Já a Olívia Pilar se declarou a romântica do grupo, a que é apaixonada por todos os clichês, tendo 100% de influência das comédias românticas nos livros dela. Tanto a Clara Alves, quanto o Vitor Martins se autodeclararam fãs da Meg Cabot (quem nunca?) e veem influência do jeito dela de narrar.

"Só porque o clichê foi escrito um milhão de vezes não significa que foi escrito certo". (Vitor Martins)

A partir daí, os autores passaram a discutir o que há de diferente das comédias românticas de agora para as escritas/filmadas nos anos 80/90/00. Notou-se, então, que as novas comédias românticas são histórias de amor com clichês que dão voz para outros personagens e que ter essas cenas de clichês, com personagens que não são ouvidos, na verdade não é clichê. Muitas das pessoas que fazem partes de grupos de minorias nunca tiveram a oportunidade de viver esses clichês por conta da sociedade preconceituosa em que estão inseridas, sendo assim, ter a representatividade (e a esperança!) em um livro é fundamental, primordial, importantíssimo.

"A literatura hoje é muito rato de laboratório do cinema". (Vitor Martins)

Criar comédias românticas com pessoas que sempre estiveram à margem da sociedade é também gerar oportunidades de levar essas narrativas para outras formas de comunicar. Atualmente o cinema tem a sua produção muito pautada pela literatura, o que ajuda a dar voz a diferentes tipos de personagens também na telona.

O futuro é negro: o afrofuturismo no Brasil e no mundo

Ale Santos, Fabio Kabral e Petê Rissatti, na mesa O futuro é negro: o afrofuturismo no Brasil e no mundo.
Acabei mudando de ideia na última hora e resolvendo assistir à mesa sobre afrofuturismo, com o Ale Santos e Fabio Kabral sob a mediação do Petê Rissatti. Primeiro, porque eu sigo o Ale e o Kabral há algum tempo; segundo porque eu tenho refletido muito sobre as minhas origens indígena/africanas; terceiro, porque quis sair da minha zona de conforto (do que costumo ler e escrever). Valeu muito a investida.

“O afrofuturismo lida com aquele que é considerado o outro”. (Fabio Kabral)

A mesa começou com a discussão sobre o que é o afrofuturismo e se este termo comporta toda a produção que é feita atualmente. De um modo geral, para o Ale afrofuturismo é o movimento que usa as perspectivas negras para falar de política e cultura nos textos de ficção científica. Já Kabral relatou que começou a escrever, depois conheceu o termo e percebeu que se encaixava nele. Para ele, o afrofuturismo promove o protagonismo de autores e personagens negros nas narrativas de ficção-científica ou ficção fantástica. É primordial que esses textos sejam afrocentrados, ou seja, que além de personagens negros, tenham a perspectiva africana. Escrever textos afrofuturistas é uma maneira de imaginar futuros possíveis por meio das lentes de culturas negras.

Os escritores ressaltaram, entretanto, que o afrofuturismo não se limita apenas à literatura. Ele se apresenta em outras artes, como a moda, a música, o cinema, as ilustrações. Tanto o Ale, quanto o Kabral e o Petê veem que o afrofuturismo como o rompimento da barreira que a branquitude criou. Hoje a arte afrofuturista chegou ao popular e está sendo absorvida pelo público que consome o que é mainstream. 

Para finalizar, os autores deixaram algumas referências para que pudéssemos procurar depois. São elas:

Encerramento

Equipe Seguinte: Diana, Gabi, Nathália e Antonio, no encerramento da Flipop 2019.
O encerramento da Flipop contou com a equipe da Seguinte se despedindo e relembrando a informação dada na abertura: em breve eles enviarão na newsletter (e divulgarão nas redes sociais da editora) as informações do primeiro Clipop: o Concurso de Literatura Pop, da Editora Seguinte. Então, se você for escritor, já vá preparando o seu manuscrito que a hora é agora! ;)


Confira o vídeo feito pela Editora Seguinte que mostra um resumão do evento.
Para conferir as fotos oficiais, cliqui aqui.

A Flipop terminou deixando o meu coração quentinho, muitas reflexões e o desejo de voltar ao festival no ano que vem! :) #VemFlipop2020!

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4 comentários:

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