segunda-feira, 8 de outubro de 2018

{Resenha} 50 poemas de revolta, vários autores

50 poemas de revolta.
Quando recebi o livro 50 poemas de revolta da Companhia das Letras, fiquei empolgadíssima com a seleção dos 34 poetas brasileiros que compõe esta coletânea. Sendo assim, coloquei o livro na bolsa e passei a carregá-lo para todos os lados, numa tentativa de devorá-lo. O que aconteceu, contudo, não foi bem assim.

Imagem: Companhia das Letras. Disponível na página 82.

Este não é um livro fácil. Ainda mais nos tempos em que a política brasileira anda confusa e raivosa, a sua leitura nos dá um soco no estômago e nos dói fundo na alma. Acabei fazendo a minha leitura aos poucos, digerindo cada palavra, cada letra ali escrita. A impressão que me passa é que muita coisa não mudou desde cada verso foi escrito — apenas piorou — porque o ódio, a ganância e a opressão relatados em cada poema continuam os mesmos.


Poema "Socorro", de Alice Ruiz. Páginas 26 e 27.
Organizado em três partes, a obra conta com um breve texto de apresentação escrito pelos editores, intitulado "Toda poesia é política?", que resgata um pouco da história da poesia de denúncia brasileira, contextualizando o leitor no tempo e no espaço. A segunda parte traz o conjunto de poemas propriamente dito. Com eles, percebemos que saímos da Segunda Guerra, mas as revoltas de cada verso nos provam que a guerra não saiu de nós. Vendo assim, 50 poemas de revolta nos serve de alerta para que a História não se repita, seja aqui no Brasil, seja em qualquer outro lugar. Por fim, temos os dados literários (uma minibiografia de cada autor, os livros em que os poemas foram publicados originalmente e um índice de títulos dos primeiros versos).

Poema "Alerta", de Oswald de Andrade, disponível na página 117. 


Apesar do desconforto e da dor, 50 poemas de revolta merece ser lido e espalhado por aí. Sua potência ajuda na luta por uma sociedade mais justa e menos furiosa.

Imagem: Companhia das Letras. Disponível na página 122.

Livro: 50 poemas de revolta
Autores: Adelaide Ivánova, Alice Ruiz, Ana Cristina Cesar, Angélica Freitas, Armando Freitas Filho, Bruna Beber, Cacaso, Carlos Drummond de Andrade, Carolina Maria de Jesus, Chacal, Claudia Roquette-Pinto, Conceição Evaristo, Fabiano Calixto, Fabrício Corsaletti, Ferreira Gullar, Francisco Alvim, Hilda Hilst, Horácio Costa, João Cabral de Melo Neto, Jorge de Lima, José Paulo Paes, Laura Liuzzi, Ledusha, Mário de Andrade, Nicolas Behr, Oswald de Andrade, Paulo Leminski, Roberto Piva, Tarso de Melo, Torquato Neto, Vinicius de Moraes, Waly Salomão, Yasmin Nigri e Zuca Sardan.
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 144
Sinopse: Nesta breve antologia, o leitor vai encontrar muitos motivos para se indignar. Desigualdade social, racismo, machismo, incontáveis modalidades de opressão e intolerância: esses são os temas tratados por 34 poetas brasileiros. Os poemas que compõem esta seleta por vezes revelam uma ponta de esperança; outras vezes, mergulhados em desgosto, levam o desânimo e a apatia às últimas consequências. Canônicos e novíssimos, os poetas abordam questões assombrosamente atuais e contundentes, mesmo quando parecem tratar de um passado distante. Escreve Hilda Hilst: “Repensemos a tarefa de pensar o mundo”.
Leia trecho disponibilizado pela editora. | Livro no Skoob.

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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.