quarta-feira, 10 de agosto de 2016

{Resenha} Para viver um grande amor, de Vinicius de Moraes



Um livro híbrido. Assim é Para Viver um Grande Amor, de Vinicius de Moraes. Entre crônicas e poesias, somos convidados a mergulhar neste sentimento tão lindo, que o autor tanto conhecia bem.

O título da obra organizada em 1962 gera muita curiosidade. Qual seria a fórmula para se viver um grande amor? Para Vinicius de Moraes o amor está em tudo, no exercício da crônica, na separação, no mais-que-perfeito, na outra face de Lucina, no profeta urbano, no teu nome. Observador como era, não deixou passar o amor na morte de um pássaro, no tempo sob o sol, no menino da ilha ou em Oscar Niemeyer.

Seus poemas, às vezes com temas de crônicas, dão cadência ao livro. As crônicas, muitas vezes poéticas, tocam o leitor com suas palavras sinceras. Um livro que fala sobre o nascimento e a morte, a dor e o prazer, a chegada e a partida, acaba envolvendo o leitor, que se sente convidado a degustar cada imagem, cada associação de ideias que lhe é apresentada. Sem dúvida, este é um livro para ser apreciado sem pressa, com todo o tempo que a linguagem de Vinicius de Moraes merece para ser absorvida por seu leitor.

A edição (da Companhia das Letras) conta ainda com um posfácio de Francisco Bosco e com três textos de arquivo: "Advertência", do próprio Vinicius, "Aqui está o Vinicius mais acessível", do Otto Lara Resende, e "No Marimbás!", do Carlos Drummond de Andrade. Ou seja, o deleite do leitor se estende para além dos poemas e das crônicas.

Para viver um grade amor é um convite a um Vinicius que se abre. Cada palavra impressa no livro é como um abraço de um amigo recebido pelo leitor. E que amigo!

Livro: Para viver um grande amor
Autor: Vinicius de Moraes
Páginas: 240
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: Para viver um grande amor estrutura-se de modo singular: alterna poesia e prosa. As crônicas guardam as marcas típicas do gênero, como a observação aguda do cotidiano e a linguagem despojada. Mas, além disso, conforme o próprio Vinicius, "há, para o leitor que se der ao trabalho de percorrê-las em sua integridade, uma unidade evidente que as enfeixa: a do grande amor". Quanto aos poemas, encontram-se, aqui, exemplares de grande força expressiva, como o impactante "Carta aos 'Puros'". Os poemas não raro tomam para si a tarefa da crônica e, então, surgem experiências como os bem-humorados "Feijoada à minha moda" e "Olhe aqui, Mr. Buster" ou o seco e dramático "Blues para Emmett Louis Till".
O volume abre com um caderno de imagens que reproduz originais de Vinicius e fotografias que ajudam a recriar o universo afetivo e intelectual do livro. Um posfácio do ensaísta Francisco Bosco, escrito especialmente para esta edição, lança um novo olhar crítico sobre a obra, ao passo que a sessão "Arquivo" recupera textos fundamentais e por vezes pouco conhecidos, como a crônica inédita em que Carlos Drummond de Andrade fala da noite de autógrafos de Para viver um grande amor.

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8 comentários:

  1. Fer
    nao é o tipo de livro que eu leio
    masss cnfesso quue fiquei curiosa para ler sobre a receita do amor do vinicius de moraes heheh
    adorei a resenha, achei interessante por ser um livro hibrido, que tem cronicas e poesia... bacana!
    obaa, nos encontramos na bienal1!!

    Um beijo!
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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    1. Pâm,
      esse livro é legal justamente porque causa esse estranhamento de ser híbrido! :D
      Acho que você iria gostar! :D

      E siiiiiiiiiiiim, nos vemos! Vamos marcar?

      Beijos!

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  2. O amor realmente pode estar em tudo. Depende de cada um e na visao dele das coisas, né? Parece ser um livro bem lindo.

    Um BJ,
    Re

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    1. Pois é, Rê! Pena que as pessoas nem sempre querem vê-lo. O Vinicius fazia isso como ninguém! :D

      Vale a pena ler!

      Beijos!

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  3. amo os poemas deles <3 são feito com tanto carinho e da para notar uando são lidos.
    http://www.dosedeestrela.com.br/

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    1. Sim, o mesmo acontece com as crônicas! :D
      Coisa mais linda de se ver! ♥

      Beijos,

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  4. Oi Fernanda... aconselho ler a primeira edição de 1962 (Editora do Autor) para entrar de fato no clima do início dos anos 60...vai custar umas 20 pratas no sebo da esquina e o papel da "do Autor" é bom! By the way, este livro foi lançado junto com outros 4 títulos da editora de Rubem Braga e Fernando Sabino, numa noitada que ficou nos anais da literatura alcoólica carioca. Em 26 de Novembro de 1962 a Editora lança simultaneamente "Para viver um grande amor" de Vinicius, "A bolsa e a vida" de Drummond, "A mulher do vizinho" do Sabino, "O homenzinho na ventania" de Paulo Mendes Campos e "O retrato na gaveta" com grandiosas crônicas de Otto Lara Resende...Rubem Braga conta em crônica que esta foi provavelmente a maior bebedeira literária até hoje! Parabéns pelo Blog...o lay-out é bem charmoso... se você gosta de Drummond e Bandeira, dá "um pulo" no meu Blog... um "pictorial guide" para colecionadores e estudantes: http://colecaodrummondbandeira.blogspot.com.br bye bye...

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  5. Ficou na memória o livro esse livro de Vinicius. Li aosmeus 17 anos e hoje estou com 61. O nome do livro " Para Viver Um Grande Amor" ficou em minha esses anos todos. Hoje eu disse já sei: vou pesquisar na internet, preciso rever o que busquei no livro em 1977 para ver se eu conseguia viver um grande amor, e quem sabe também escrever e dar a minha opinião; sobre o que descobri sobre o que realmente é preciso para viver um grande amor! Talvez eu queira hoje conferir e responder ao livro do Vinicius!

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