Em Os gatos nunca mente sobre o amor, a inglesa Janye Dillon nos conta a história de seu filho Lorcan e de como a vida de sua família mudou com a chegada de Jessi-cat, a gatinha birmanesa que não mente sobre o amor.
Jayne tem três filhos. O mais velho deles, Adam, é portador da Síndrome de Aspenger, considerada um nível leve de autismo. O diagnóstico tardio fez com que Adam sofresse para entender todo o conteúdo escolar e para que a família compreendesse seu comportamento - às vezes alheio em relação aos outros. O filho do meio, Luke, sempre foi considerado uma criança normal, por não ter a síndrome; então, quando Lorcan - o filho mais novo - começou a crescer, Jayne e David Dillon começaram a notar algumas características que já haviam visto em Adam. Foi neste momento que a luta começou.
A obra nos mostra a batalha dos Dillons para conseguir que o sistema público de saúde inglês atendesse e se esforçasse minimamente para dar um diagnóstico preciso sobre o estado de Lorcan. O problema maior é que o menino sofre de um transtorno de ansiedade denominado Mutismo Seletivo, que o impossibilita de falar em situações de estresse (como quando vai a um médico, visitar parentes mais distantes, ou durante as aulas na escola), o que tornava qualquer conversa com médicos, professores e psicólogos praticamente impossível.
É justamente quando tudo estava extremamente complicado que a família decide adotar uma gata birmanesa, a Jessi. O amor de Lorcan pela gata e da gata por ele é algo extremamente extraordinário. É com Jessi que Lorcan começa a vencer as barreiras da fala. É com ela que ele expressa o seu amor. É a partir desta relação de cuidado e zelo que um tem pelo outro que Lorcan se desenvolve.
A autora, por ser uma das testemunhas oculares deste processo, descreve toda a vivência com uma delicadeza e profundidade que é impossível não se consternar com a vida da família. De um modo geral, ela também é muito didática ao apresentar o autismo e o mutismo seletivo ao seus leitores. Ao mesmo tempo em que ela diz o que são, não fica presa aos jargões médicos. Além disso, é interessante conhecer as estratégias que escola e família usam para o desenvolvimento de Lorcan.
Embora o foco de Os gatos nunca mentem sobre o amor esteja no diagnóstico e tratamento do menino, também conta as peripécias de Jessi-cat. Afinal, a gata participou de alguns concursos, ganhou fama e foi parar na tv e no rádio - sempre com Lorcan ao seu lado.
Este livro é um livro sobre o amor. A perseverança dos pais, a abnegação dos irmãos, o trabalho dos professores, a doação da gata. Tudo gira em torno do amor sentido por Lorcan. E é isso que faz da narrativa tão bela.
Livro: Os gatos nunca mentem sobre o amor
Título original: Jessi-cat
Autor: Jayne Dillon
Tradução: Cristina Calderini Tognelli
Páginas: 216
Sinopse: Lorcan Dillon tinha sete anos quando sua mãe, Jayne, o ouviu dizer “eu te amo” pela primeira vez. As palavras não foram dirigidas a ela, mas à Jessi, seu bichinho de estimação. Lorcan é autista e sofre de mutismo seletivo, uma condição que o impossibilita de falar em determinadas situações, tornando-o incapaz de expressar emoções ou desfrutar do carinho de seus familiares. Ele nunca disse que amava alguém, mas tudo isso começou a mudar com a chegada de uma gatinha filhote chamada Jessi.
Os gatos nunca mentem sobre o amor é a história tocante de como o afeto e a atenção de uma companheira amorosa possibilitou que um menininho começasse a se comunicar com o mundo que o cerca. Lorcan passa horas brincando, fazendo carinho e dizendo o quanto a ama. Ele também passou a se abrir mais para os outros, fazendo amizades na escola e progredindo constantemente. Jessi deu provas de ser tão inspiradora que recebeu os títulos de Melhor Amigo e Gato Nacional do Ano de 2012 pela
Cats Protection Awards.
Este livro é o relato emocionante de uma grande amizade e de como o amor entre um garotinho e seu animal de estimação mudou a vida de uma família para sempre.
Livro no skoob.
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Uau que história linda *-* O livro deve ser p máximo. O estranho, é que tenho um sobrinho c/ essa síndrome, e pelo que eu saiba ela é normalmente é diagnosticada nos primeiros 3 anos de vida. Mas também ouvi falar que cada um é cada um quando se trata da síndrome. De qualquer forma, ele por sorte é muuuito inteligente e está a frente nesse quesito. Graças a Deus o/
ResponderExcluirhttp://passaro-de-inverno.blogspot.com.br/
Oi, Marina!
ExcluirSobre o diagnóstico, acho que depende muito da sorte que a família da criança tem de encontrar profissionais capacitados para o diagnósticos. Atualmente há uma tendência a não fecharem diagnósticos logo de cara. Muitas vezes, a criança tem que passar por diversos profissionais (pedagogos, psicólogos, pediatras, neuros, fonoaudiólogos etc) para que o diagnóstico seja feito com mais precisão. Este é um processo que leva tempo... :)
Obrigada pelo comentário! :)
Beijos
Muito linda a história! Melhor ainda saber que é uma história verídica!
ResponderExcluirBeijinhos
É bacana ver a relação entre humanos e animais. Ainda mais em circunstâncias tão especiais. :)
ExcluirBeijos!