Há tempos venho pensando em como descomplicar aquilo que os padrões e a cidade grande insistem em tornar cansativo e estressante. Acredito que a tal felicidade que as pessoas tanto buscam nos shoppings gastando (muitas vezes o que não têm) pode ser encontrada por aí, em ambientes e pessoas muito mais simples.
Gosto da agitação, porque ela me faz pensar em como estou. Se meus pensamentos gritam mais do que a minha querida São Paulo em uma avenida movimentada às 6 da tarde, isso indica que tenho que parar o que estou fazendo e ir na direção oposta. Sentimentos que gritam não estão felizes. Procuro, então, silenciar o peito que bate em meio ao caos e levá-lo à calmaria.
Uma das formas que encontrei de deixar a vida mais leve é escrevendo. Certa vez, uma amiga minha me disse algo como: "gosto de ler o seu blog, mas os textos são sempre tão tristes, tão para baixo...". A razão disso é a transformação de sentimentos confusos, doloridos e angustiados em paz. Ao escrever, arranco do peito as dores da alma. Ficando leve, sinto-me em paz (o caderno e o blog que carreguem o peso da vida por mim!). Transformar o mar de angústias em parágrafos também e ótimo para organizar as ideias e, principalmente, para perceber que o monstro que atormenta nem é tão grande assim. Fazer do medo palavras faz de mim leve e corajosa para lidar com o que tiver que enfrentar.
A outra maneira de aquietar o coração é me livrar do peso em meio ao caos urbano. Saio sozinha, caminho, vejo gente. Sim, desconhecidos com suas histórias mais felizes e mais tristes que a minha. Com narrativas que um dia podem ganhar vida por meio da minha imaginação. A cada pessoa, um novo gesto, um novo pretexto, um contexto que nos une apenas por estarmos ali, no mesmo lugar. Gosto de observar as pessoas. Ver o espetáculo da vida me lembra o quão menor é qualquer sofrimento, o quanto devemos lutar para fazer alguém sorrir, nem que seja por um único instante. Em meio a carros, trânsito e gente apressada, encontro a leveza que me faz bem.
A tal felicidade não é um estado de euforia permanente, ela é fruto de estar bem consigo, com os outros e tem como resultado a leveza e a paz interior. É isso que busco e que tenho alcançado.
Eu concordo com vc! Felicidade pra mim é plenitude, paz interior.
ResponderExcluirE "o caderno e o blog que carreguem o peso da vida por mim" me pegou de surpresa. Não estou acostumada com tanta determinação.
Parabéns! lindo texto!
Sem determinação não se vive, Luci! hehehehe
ExcluirFico feliz que tenha gostado! :D
Um beijo!
Nossa, Fê, que texto mais bonito!
ResponderExcluirBom, felicidade pra mim é mais ou menos como é a felicidade pra você: simples, plena, em paz, de bem com o resto da vida. Se algo me tira do sério, preciso pôr pra fora o que me aflige (e na maioria das vezes é escrevendo).
E, engraçado, nunca vi seus textos como tristes. Vejo sentimento, vejo realidade, vejo bela forma de escrita, isso sim. E é por isso que adoro vir aqui! Porque escrever é pra isso mesmo, pra aliviar, pra passar emoção. Senão não tem sentido :)
Beijão!
Oi Vi!
ExcluirFico contente por você não ver o blog como um ambiente triste. Não quero deixar meus leitores pra baixo - mas também não posso deixar de escrever sobre aquilo que sinto e acredito, entende?! Isso pra mim também é ser feliz!
Beijos
Olá, Fernanda!
ResponderExcluirCreio que a felicidade é fruto de uma vida bem aproveitada. :)
Beijos!
Sim, sim! :)
ExcluirBeijos!
Caramba! Como me identifico com você!!
ResponderExcluirSeu texto é, sem dúvida nenhuma, algo que EU escreveria.
Concordo com a Vivi - não vejo tristeza! E também acho que esse estado de felicidade depende mais de pequenos momentos do que de grandes esperas.
Também coloco meus sentimentos em meus textos, e no fim, acabo me sentindo liberta a cada nova escrita.
Amei!
Beijos :)
Oi Soraya!
ExcluirSempre fico feliz quando há uma identificação grande assim!
Esse tipo de comentário é o que me faz continuar blogando por tanto tempo, ao longo desses anos!
Obrigada pelo carinho e sinceridade!
Beijokas,
Fê
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