quinta-feira, 7 de julho de 2011

Memórias de Banco Escolar, Facebook e o reencontro

No começo do ano, a professora Dinéia Hypolitto lançou o desafio: Escrever as minhas memórias de banco escolar. A ideia deste estágio é que os alunos do curso de Formação de Professores possam refletir a educação por meio da vivência como aluno. Nós, professores ou não, carregamos muito daquilo o que vivemos em ambiente escolar para a nossa vida. Escrever as Memórias passou, então, a ser um momento de autorreflexão: o que impactou na minha vida? Como era a escola em que estudei? Os professores estavam mais para tradicionais ou estavam alinhados com os novos pensadores? Como foi a transição da escola para seguir as Leis de Diretrizes e Base de 1996? 

Quanto mais contava com foi a minha vida na escola (desde antes de entrar nela, até a universidade), mais me lembrava de coisas... E mais o desespero batia: faltava uma semana e eu mal havia acabado de escrever sobre o ensino fundamental. Bem, parti para os fatos que eram indispensáveis e deixei os “adendos” para depois. Assim, aos 45 do segundo tempo – leia-se duas horas antes do prazo final da entrega – terminei a redação (que acabou ficando sem a revisão merecida) e parti para a universidade, rumo à gráfica para impressão e encadernação.

Chegando à universidade propriamente dita, levei um susto: ao observar a pilha de memórias na bolsa da professora, a minha era – de longe – a maior: 121 páginas. Mas o melhor, foi a cara da professora quando entreguei o texto. Seus olhos brilharam com o sabor da curiosidade para descobrir o que estava ali escrito.

Durante o processo de escrita das Memórias, revivi muitas coisas (“recordar é viver”, como diz a sabedoria popular) e pude compreender que passagens da minha vida que considerava insignificantes tinham, na verdade, muito significado. Entretanto, as Memórias ali escritas foram redigidas a muitas mãos, muitas conversas. Quanta coisa não relembrei conversando principalmente com a Celina e com a Luzia?! Fantástico tudo isso! E, mais fantástico ainda foi o que aconteceu em uma das conversas com a Lu: a ideia para criar um grupo no facebook para todas as pessoas que estudaram conosco. Em 25 minutos, 25 pessoas. Dias depois, passamos dos 60. Hoje, estamos em 88. Entre nós, duas professoras: Yolmar, de língua portuguesa, da 4ª série; e a professora Rosa, de geografia, das 5ª, 6ª e 7ª série! Daí foi só festa: amigos se reencontrando, pessoas se perdoando das picuinhas passadas, todo mundo se atualizando da vida de todo mundo, reunião de fotos das antigas (quanta risada!), pessoas que nem se falavam criando laços... E, é claro, a ideia de todos se reencontrarem, aproveitando os 10 anos de formatura!

Aproveitamos que a escola estaria aberta no último dia 02, para oficinas culturais, e tentamos marcar um encontro. No final das contas, acabamos desencontrando – “só” vi a Day por lá – mas, foi ótimo retornar ao lugar que ocupou a maior parte das minhas boas Memórias!

Chegando lá senti uma sensação esquisita – que foi compartilhada pela Day e pelo Danilo – a escola estava muito pequena... ou melhor, a gente estava muito grande para a escola. As lembranças que povoavam a minha (nossa) mente eram de um espaço físico muito maior. Como a própria Day me disse: “a gente brincava de mãe da rua e a impressão que eu tinha é que a gente corria tanto... olhando hoje, a distância é tão curta”... 

Como cheguei e estava sozinha na escola, segui a plaquinha que dizia que a professora Rosa estava no laboratório de informática e fui até lá. Foi tão bom reencontrar a professora! Quanta saudade dos cadernos de mapa e dos trabalhos culturais!!!! =) 

Eu e a professora Rosa Simão - na época, ela foi minha professora de geografia; atualmente, ela leciona para a EJA e é responsável pelo laboratório de informática da escola.
Da sala de informática, a professora Rosa fez questão de andar comigo pela escola e apresentar a ex-aluna que vos escreve para os novos professores. No meio do caminho, acabamos nos encontrando com a professora Zezé, de história (5ª, 6ª e 7ª série). E bem, pausa dramática... A Zezé foi a responsável pela minha primeira nota baixa. Fiz um desenho que ela não julgou ser bom... Ok, ok. Admito que não sou boa desenhista, mas a aula era de história, não de educação artística, então, nunca engoli esse maldito NS que manchou a minha vida estudantil. Entretanto, se estava na chuva, tinha que me molhar, não é?! Lá fui eu falar com a Zezé e... não é que ela se lembrou de mim?! Não que ela tenha citado o meu nome, mas ela olhou e disse:
- Você é da turma de 96, 97, 98... Essa foi a época em que tivemos os nossos melhores alunos. Depois raramente tinha um aluno bom aqui, outro em outra sala... não era como na sua época em que tínhamos uma turma inteira boa!
Preciso dizer que fiquei passada?! Não, né?! No final das contas, foi bom reencontrá-la (Acho que depois desta, a mágoa pelo tal do NS até se foi... hehehe).

Eu e a professora Zezé. Ela me disse que este é o seu último ano na escola, uma vez que ela está prestes a se aposentar. Fiquei feliz por ter marcado a vida dela como professora e pelos elogios que ela me fez (ainda bem que ela não se lembrou do desenho horrendo!).
Foi bom estar de volta à escola que foi a minha casa por 8 longos e felizes anos. Espero poder voltar lá mais vezes – quem sabe, voltar como professora! Foi lindo poder ver que, na simplicidade, cada professor continua se esforçando para fazer daquele ambiente um espaço em que o processo de ensino e aprendizagem seja prazeroso aos seus alunos. Fico honrada por fazer parte da história da EMEF Cacilda Becker e me sinto feliz por saber que a Formação de Professores me fez procurar (e encontrar) todas essas pessoas novamente! Que esta seja a primeira de muitas visitas e que o encontro de 10 anos de formatura saia mesmo do papel!

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PS: Recado para as meninas que estudaram comigo: algumas coisas podem ter mudado, mas o banheiro continua O MESMO! hehehe

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