quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

{Vamos falar sobre escrita?} 7 dicas de como escrever mais em 2022


Quem está pronto para escrever mais um livro, levante a mão! 🙋🏽‍♀️
Foto por Aman Upadhyay, via Unsplash.


Os dois últimos anos foram bem desafiadores para muitos escritores. Primeiro, porque ficamos confinados por muito temo em casa, em frente às telas, o que nos deixou mais exaustos do que de costume. Segundo, porque a escrita depende da vida e esses tempos suspensos deram a sensação justamente de que tudo estava em pausa. Como buscar novas histórias, novos versos quando até a concentração para tudo ficou um tanto comprometida?

Dica #1: Leia mais livros

O tempo da leitura é um tempo roubado. | Meu exemplar do Como um romance.


Pode parecer que essa dica é mais do mesmo, mas o foco anda escasso e a criatividade também. É nessas horas que a leitura pode nos ajudar a treinar passar mais tempo em longas tarefas e a nos servir de referências para novos textos. Enquanto a pandemia anda se espalhando e transitar pelo mundo continua cheio de complicações, a leitura também é um meio seguro e eficiente de buscar novas inspirações.

Daniel Pennac diz, no livro Como um romance (resenha aqui), que o tempo da leitura é um tempo roubado. Sendo assim, é fundamental ampliar esse tempo de “roubo” para ler aquele livro que nos inspira (seja ele do gênero textual que escrevemos ou não).

Dica #2: Busque outras fontes de boas histórias

Foto por Maico Pereira, via Unsplash.


Galerias de arte (virtuais e gratuitas no Google Arts & Culture ou presenciais), fotografias, vídeos musicais, documentários, filmes, videogames são todas grandes fontes de narrativas. Então, além de livros, é importante consumir mais narrativas, preferencialmente produzidas por pessoas de diferentes gêneros, culturas e recortes sociais.

Somado a isso, converse com as pessoas com o objetivo de ouvi-las (não de ter uma resposta para tudo o que elas disserem). Pergunte a um idoso como foi o seu primeiro amor, sua primeira frustração ou qualquer outra coisa que possa suscitar boas histórias. Ouça e aprenda com elas.

Dica #3: Crie uma rotina

Foto por Content Pixie, via Unsplash.


Se for possível para a sua realidade, crie uma rotina de escrita. Pode ser escrever todos os dias, escrever no fim de semana, escrever um número X de páginas. Isso ajuda a mensurar se o trabalho está andando ou não se se você precisa readaptar o seu modo de trabalho como escritor. Considere nessa rotina não só a escrita em si, mas tempo de leitura, de escrita, de revisão, de planejamento editorial, de divulgação do livro e tudo mais que estiver relacionado ao trabalho.

Dica #4: Não martirize se sair da rotina criada

Foto por Annie Spratt, via Unsplash.


Às vezes nós criamos um plano na nossa cabeça: “vou acordar no dia tal, horário tal, vou sentar e escrever tantas páginas por dia”. Nesse plano, somos o escritor exemplar, sem defeitos. Então, o tal dia chega, e não conseguimos sentar no tal horário. Quando finalmente separamos um tempinho para escrever, não conseguimos produzir as tantas páginas. Isso traz um desânimo que leva a desistência, afinal, o escritor perfeito falhou miseravelmente.

Ter planos e constância é importante. Vencer a resistência que nos leva à procrastinação, também (por isso a dica anterior). Mas é fundamental ter em mente o velho mantra de quem trabalha com produtividade: “feito é melhor que perfeito”. O momento ideal, muitas vezes vai precisar de alguns muitos ajustes para existir. Então, assim como nós devemos roubar o tempo da leitura, também será necessário que roubemos o da escrita.

Se não deu para seguir o plano perfeito, então como podemos ter um plano B, que nos leve a uma escrita que seja, de fato, feita?

Dica #5: Escreva sobre o que te move

Foto por Siora Photography, via Unsplash.


Não. Não adianta olhar qual é o tipo de livro que aparece nas listas dos mais vendidos e focar em algo parecido, se você detesta esse algo parecido. A escrita de um livro é como a de um TCC — ou você mergulha de cabeça num tema que você ama, ou a probabilidade de não dar certo é gigantesca.

Escreva sobre o te move (e essa força motriz pode ser a do amor, a do ódio, a da repulsa, a da empatia ou qualquer outra — desde que ela te mova!) e você não só escreverá um livro, mas falará dele com tanta paixão que as pessoas ficarão curiosas para lê-lo!

Dica #6: E a autoconfiança, como anda?

Foto por Kelly Sikkema, via Unsplash.


Muitas vezes o que nos trava na hora de sentar e escrever não é falta de ideias, de tempo e de recursos. Muitas vezes, é o medo. Medo de se expor, medo de não ser lido, medo das críticas, medo de não dar conta da tarefa de colocar um livro no mundo. Medo se ser julgados por sermos escritores. Então, dizemos que não escrevemos porque estamos sem tempo/cansados/sem ideias/ou qualquer outra desculpa.

Acontece também de as pessoas ao nosso redor não compreendem bem a nossa profissão de escritor. De um lado, elas podem nos enxergar como seres iluminados sem defeitos, que escreve num piscar de olhos e que cria tudo o que quiser e que por isso vai chegar muito longe (e ser muito rico). Por outro lado, elas também podem achar que a nossa escrita não vai levar a lugar algum.

Tanto em um caso, quanto em outro, é possível que essas pessoas nos digam coisas que não condiz com a realidade real da nossa profissão. É preciso filtrar, para que nossa saúde mental não fique prejudicada. Filtrar o que ouvimos, trabalhar o senso de valor próprio, a autoconfiança, a autocompaixão, a forma de ver os erros como aprendizados e tudo aquilo que nos fortalece psicologicamente é fundamental para que possamos escrever. Se nossa mente estiver equilibrada, desempenhar tarefas — seja a escrita ou qualquer outra — ficará muito mais fácil.

Dica #7: E o corpo, como anda?

Foto por Chris Hardy, via Unsplash.


Dormiu bem? Comeu? Está bem hidratado? Tem alguma dor? Não adianta sentar para escrever se você estiver cansado, com sede ou com fome. Se o seu corpo não estiver bem, isso vai influenciar na sua escrita. Então, na medida do possível, se organize para estar bem alimentado, deixe água por perto, tire uma soneca (caso não tenha tido uma noite de sono). De tempos em tempos, pare um pouco e se alongue (levante, mude de posição, veja algum vídeo de ginástica laboral e faça os exercícios). Muito tempo digitando pode causar lesões a longo prazo, então essa pausa é importante.

E agora?
Todo mundo pronto para colocar as ideias no papel?

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9 comentários:

  1. Oie, tudo bem?
    Gostei do post, ótimas dicas! Vou colocá-las em prática!
    Blog Entrelinhas

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  2. a primeira dica é muito real, eu escrevia muito antes e depois simplesmente parei, depois que voltei a ler com mais frequência eu to voltando a escrever e to fazendo um compilado de contos que pretendo lançar

    beijosss
    Carol Justo | Justo Eu?!

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    1. Oi, Carol!
      Espero que o seu compilado dê certo! :)
      Já quero ler :)

      Beijos

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  3. Oi Fernanda,
    Eu até queria escrever mais, mas aí não consigo ler. kkkk
    O meu tempo vago é beeem limitado, então quando eu paro para descansar, pensar em mim, eu só consigo deitar e ler. kkkk Mas é uma meta tentar escrever mais sim!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Oi, Alê :)
      É aquilo: prioridades. Quem quer escrever tem que se dividir para fazer os dois (leitura e escrita). Tenta colocar algumas dessas dicas em prática, quem saber elas não funcionam para você?!

      Um beijo

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  4. Oi Fernanda, tudo bem?
    Nossa, para mim esse tempo de reclusão me tornou muito mais produtiva. Não à toa nasceu um livro de 150k palavras em 2020 que eu amei escrever e publicar.
    Adorei a lista de dicas. Acho que já faço a maioria. A da rotina de escrita é meu maior desafio, apesar de já ter encontrado dias e horários certos para escrever, e estar obedecendo às vezes, nem sempre. Mas vou conseguir me acostumar.
    A dica 5 é a que eu mais uso. Lamento por nem sempre escrever o que está na moda, logo não consigo surfar no hype, mas meu prazer fazendo o que eu gosto vale mais.
    Quanto a dica 6, autoconfiança no que eu escrevo e em compartilhar não é um problema para mim. Mas as pessoas a minha volta não dão valor e duvido que darão um dia. Só lembram que sou escritora quando precisam de um favor que envolva o universo da escrita.
    O corpo tô devendo um pouco, mas aí quem atrapalhou foi a pandemia mesmo. Estava indo muito bem nos exercícios e na alimentação até precisar parar com tudo.

    Até mais;
    Mente Hipercriativa | Universo Invisível

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    Respostas
    1. Não lamente por não seguir a moda. Nem sempre a moda é boa ;)
      E reconhecimento de quem está ao nosso redor é algo doido mesmo. É importante não depender só disso!

      Obrigada pelo comentário tão genuíno!

      Um bejijo

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  5. muito valiosas as suas dicas. Amei todas! Amo te ter como professora!

    Um beijo
    Lucila

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