quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

[Resenha] Não se apega, não, de Isabela Freitas

Quando comecei a ler Não se apega, não, escrito pela mineira Isabela Freitas, estava com baixa expectativa. Gosto muito de ler livros sobre relacionamentos que não deram em nada e sobre teorias de como se relacionar com os outros (Vide: Como ser solteira, Ele simplesmente não está a fim de vocêQuando termina é porque acabou e Apegados), por isso estava com medo de a obra dizer tudo aquilo que já conhecia. De fato, dei sorte por manter as expectativas baixas: as leis do desapego aparecem de forma superficial, o que me levou a focar na forma sincera – e às vezesconfusas! – como a autora apresenta os fatos.

Em Não se apega, não, Freitas narra os principais acontecimentos que a feriram ao longo de sua vida e como o fato de se agarrar a eles fez-lhes mal. A sinceridade, o tom de conversa e a forma como Isabela Freitas transforma o trágico em cômico nos faz insistir seguir em frente com a leitura. Em diversos momentos, o leitor se percebe rindo em voz alta, das “atrapalhadas” e dos desabafos extremamente dramáticos da escritora.

Tudo começa com o fim daquilo que todos chamariam de “o relacionamento perfeito”, mas que para a autora estava longe da perfeição. As vontades de chorar – que culminariam em lágrimas – o apoio dos melhores amigos e o profundo desejo de dar a volta por cima fazem com a narradora consiga se livrar da síndrome do “eu-preciso-estar-sempre-namorando”.

Freitas nos mostra as vantagens do desapego à medida que mostra o quanto já quebrou a cara por ser apegada ao extremo. Ela tenta mostrar ao leitor o quanto é bonito e gostoso ser um humano por inteiro, que é sábio o suficiente para aprender nos momentos mais duros. Convenhamos, é difícil demais assumir as fraquezas para os outros e para nós mesmos – e a autora nos conta como fez isso durante as suas diversas quedas.

É claro que há algumas controvérsias. A própria autora nos diz que sempre sonhou com o “príncipe perfeito” e, em alguns momentos, seu ideal de amor nos faz acreditar que ela adota uma postura um tanto ingênua, já que todos sabemos que a vida real passa longe dos filmes de Hollywood!

Outro ponto que talvez torne a obra um tanto confusa é o fato de que as tais regras do desapego aparecem nos títulos dos capítulos, mas morrem aí. A autora não se aprofunda nelas – pelo menos não diretamente – o que faz a sua obra fugir do formato autoajuda, que seu título sugere ter.

Não se apega, não é aquela leitura despretensiosa de fim de semana, que fazemos em uma tarde. Como
a proposta do livro é levar os seus leitores a refletirem sobre as suas atitudes, não sei se ele atinge seu objetivo, já que muitas vezes o leitor se vê mais preso aos acontecimentos da vida de Isabela Freitas do que às regras do desapego em si. Portanto, Não se apega, não é o tipo de livro que vale ser lido se você não estiver procurando um guia para lidar com relacionamentos ou explicações mais científicas, uma vez que ele carrega em si um tom mais adolescente – um tanto dramático em algumas passagens – que nos remete ao que mais encontramos nas revistas teens.

Livro: Não se apega, não
Páginas: 256
Editora: Intrínseca
Sinopse: Tudo começa com um ponto-final: a decisão de terminar o namoro de dois anos com Gustavo, o namorado dos sonhos de toda garota. As amigas acharam que Isabela tinha enlouquecido, porque, afinal de contas, eles formavam um casal PER-FEI-TO! Mas por trás das aparências existia uma menina infeliz, disposta a assumir as consequências pela decisão de ficar sozinha.

Estava na hora de resgatar o amor-próprio, a autoconfiança e entrar em contato com seus próprios desejos. Parece fácil, mas atrapalhada do jeito que é, Isabela precisa primeiro lidar com o assédio de um primo gostosão, com as tentações da balada e, principalmente, entender que o príncipe encantado é artigo em falta no mercado.

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