quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Fardo


Esta angústia que me consome a alma tem uma relação com a distância cósmica que nos separa. “Por que te amo tanto?” me pergunto, enquanto meu lado sentimental busca incessantemente respostas que possam argumentar com o meu lado racional

O fato é que o coração é muito burro. Ele se apaixona, e quando não temos o amado ao nosso redor, sofremos. Sofremos em pensar em cada olhar, em cada sorriso, em cada mistério que envolver a tal famosa palavra “amor”. E nisto surge mais uma dúvida existencial: “se sofremos por amor, por que insistimos em amar?”

É... Acho que o ser humano gosta mesmo de sofrer... EU gosto de sofrer. Por quê?! Porque eu podia pensar em todas as outras coisas do mundo (contas a pagar, o que fazer durante o carnaval, como me divertir com a minha família e os meus amigos, o que devo estudar, como melhorar no trabalho...), mas não. Estou eu aqui, fadada a pensar em você. Pensando em como seria se você estivesse aqui e como teríamos o nosso final feliz. Pensar nas coisas do mundo?! Para que, se podemos pensar no NOSSO mundo?! Num mundo mais perfeito, repleto de risos, de felicidade, de amor... Um mundo de final feliz das comédias românticas hollywoodianas... Mas aí vem mais uma vez o lado racional que grita a verdade que está na cara (e que por mais que doa, deve ser dita): “A vida não é feita de roteiros românticos com finais felizes”. E essa verdade que martela na minha cabeça, parte meu coração em mil pedaços. Você não está aqui, embora esteja em meu coração. Você não está aqui, e eu estou à mercê da solidão. Solidão que me ronda, me cerca e se faz gélida e presente. Que sussurra em meu ouvido: “você está só”...



É neste ponto que me questiono: “será que é tão ruim assim ser sozinha?! Por que você me hipnotiza a ponto de eu me tornar tão dependente de ti?” e a essas perguntas, encontro apenas um silêncio que ecoa como resposta (?), me empurrando para um abismo, do qual estou caindo, contudo, nunca chego ao chão...

Talvez seja essa a angustia que me consome: o fato de eu não saber o que vai acontecer. Qual será o meu futuro: cair, sobreviver, levantar e partir pra outra ou morrer com a queda?

Realmente o amor é um jogo de riscos, onde a gente nunca sabe se sairá ileso ou não...

Um comentário:

  1. A Verdade machuca e infelizmente não tem jeito temos que conviver com ela. Concordo com você plenamente sobre "A vida não é feita de roteiros românticos com finais felizes".

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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.