Todas as Mulheres é o livro que marca a volta de Carpinejar à poesia (publicada em livros, porque ele sempre foi poético nas redes sociais). Partindo do ponto de vista hipotético do seu próprio velório, o escritor poetiza sobre as mulheres que passaram por sua vida, sempre se questionando quem será a sua viúva.
Um tanto mórbido, é verdade, mas o livro é um deleite para todos os amantes da poesia. Cada verso traz, além do lirismo, uma reflexão sobre as relações amorosas do eu-lírico, que faz com que nós, seus leitores, pensemos nos nossos próprios encontros e desencontros com o amor.
Vemos a morte e o nascimento das relações, vemos a autoconsciência tomando forma. Vemos o trágico e o lírico andando lado a lado, na fadada e eterna busca por um alguém. Carpinejar é incisivo ao criar versos questionadores que giram em torno da questão principal: "Quem será a minha viúva?". E aqui, o amor que aparece como o título da obra, uma espécie de dedicatória, define: o livro retrata o amor sentido por todas as mulheres - mãe, amigas, namoradas, todas aquelas que marcaram sua trajetória. É por meio da indagação retórica que vemos o seu eu-poético se abrindo e tentando entender o que fora para este possível amor que ele tinha a esperança que chegaria um dia.
Em paralelo à busca por sua viúva, os poemas retratam a força da mulher que um dia foi abandonada, que um dia quis sentir um amor verdadeiro e respeitoso, como nota-se nos seguintes versos:
Minha mãe que procurou demonstrar que os homens eram fracos,
que falham na palavra, que não firmavam seu compromisso.
Minha mãe, viúva sem morto,
amando por dois,
para não sofrer dissidências.
Todas as mulheres é uma obra que nos leva a pensar em quem somos e no que queremos ser para aqueles a quem amamos. Ela também nos mostra a força que todas as mulheres têm no seu processo de amar. A grandeza do amor e sua busca, a dor dos encontros e das despedidas e a eterna esperança nos movem a cada verso, a cada página.
Livro: Todas as mulheres
Autor: Fabricio Carpinejar
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 112
Sinopse: Concebido como um poema de poemas interligados, Todas as Mulheres apresenta um dos mais verticais mergulhos íntimos da contemporânea literatura brasileira e marca também a volta de Fabrício Carpinejar à poesia como quem nunca tivesse partido, sem deixar de ser ao mesmo tempo novo na acepção mais poderosa do termo, o novo quando audácia. Entre tantas manifestações do feminino, Carpinejar redescobre nos amores vividos o primeiro, enquanto busca por aquele que será o último.
eu não sou tão fã de poesia, mas sempre que tenho a oportunidade, eu leio sim, pq não tenho preconceito literário. leio de tudo. eu não conhecia esse livro do Fabrício. ele eu já tinha visto algumas coisas na internet.
é tão bom quando pessoas que a gente admira consegue lançar obras assim tão boas, boas? eu sempre fico contente.
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Fernanda Rodrigues é uma paulistana apaixonada por gatos e café. Atualmente é professora de escrita literária, escritora, revisora, preparadora de textos, leitora crítica, assistente literária, palestrante e cofundadora do Projeto Escrita Criativa. De formação, é especialista em Docência em Literatura e Humanidades (FMU) e em Formação de Escritores e Produção e Crítica de Textos Literários (ISE Vera Cruz), além de ser bacharel e licenciada em Letras — Português/Inglês (USJT) e pós-graduanda em Psicopedagogia (Universidade Anhembi-Morumbi). É autora dos livros de poesia A Intermitência das Coisas: sobre o que há entre o vazio e o caos (2019) e Rasgos dentro da minha própria pele (2022), ambos publicados pela Editora Litteralux (antiga Penalux), de La intermitencia de las cosas: sobre lo que hay entre el vacío y el caos (2024), publicado pela Caravana Editorial e do didático Narrativas Digitais: narro, logo existo! Registrar o meu mundo e construir histórias (2021), lançado pela Fundação Telefônica Vivo. É 3º lugar no Prêmio SESC Crônicas Rubem Braga (2017) e tem textos em diversas antologias. Também escreve no site Algumas Observações, no ar desde junho de 2006. Mais aqui.
Desde 24 de novembro de 2013, as imagens do Algumas Observações são de minha autoria. Anteriormente, as que aparecem nas postagens eram meramente ilustrativas. Na maior parte das vezes, elas foram retiradas do Google Imagens, do We ♥ It e/ou do Tumblr. Evidentemente, sempre que eu sei quem é o autor, dou os devidos créditos. Entretanto, se você viu alguma imagem de sua autoria, por favor, deixe um comentário ou entre em contato avisando para ser creditado ou ter sua imagem substituída. ;)
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Algumas Observações | Ano 17 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.
oi, oi.
ResponderExcluireu não sou tão fã de poesia, mas sempre que tenho a oportunidade, eu leio sim, pq não tenho preconceito literário. leio de tudo. eu não conhecia esse livro do Fabrício. ele eu já tinha visto algumas coisas na internet.
é tão bom quando pessoas que a gente admira consegue lançar obras assim tão boas, boas? eu sempre fico contente.
bjs!
Não me venha com desculpas
Fabrício é incrível, e eu recomendo a leitura da obra dele como um todo! :D
ExcluirBeijos,
Fê
Amando por dois e viúva sem morto... entendo ele muito bem!!!Adorei a resenha :D
ResponderExcluir❥Blog: www.amigadelicada.com
Amar é complicado, mas sempre vale o esforço!
ExcluirBeijos