domingo, 23 de novembro de 2025

{Fotografia} Pausa para respirar #8

domingo, novembro 23, 2025 1


Este pausa para respirar segue na linha portenha, porque se tive momentos de pausa e de respiro nesta viagem, muitos deles foram para comer. E quem não ama estar em uma cidade repleta de bons restaurantes com quitutes maravilhosos? Pois é, posso dizer que fui bem feliz.

Não fiquei anotando em qual restaurante comi o quê (deixo anotado o que souber), mas deixo no fim do post alguns lugares por onde passei, assim vocês podem inclui-los nos seus roteiros de viagem, caso queiram.

Ah! E mais um pequeno adendo — porque eu só notei isso enquanto escrevia este post —, eu comi churrasco argentino (las parrillas), mas estava tudo tão saboroso, que eu me esqueci de fazer as fotos. Hehehe 



Bolinhas que ganhei do chico que trabalha no quiosco ao lado do hotel em que me hospedei.

Bolo que o hotel me deu de aniversário. 
(Já tinha comido metade, quando me lembrei de fazer a foto.)

Nhoque no London City.

Metade foi meu jantar de aniversário, outra metade, meu almoço no dia seguinte. 
Este é do Paulin.


Este é do Café Paulin.





Menu La Parolaccia.

Menu La Parolaccia.

Menu La Parolaccia.

Menu La Parolaccia.






La panera rosa.






Restaurantes

  • La panera rosa — Avenida Corrientes, 699 e Avenida Callao, 692
  • La Parolaccia Puerto Madero — pedir o menu Parolaccia (vem com entrada, prato principal, sobremesa e bebida, por um preço mais barato) — Av. Alicia Moreau de Justo, 1052
  • La Instancia Girll (La instancia de Palermo) — Em frente à entrada do Jardín Botánico — Avenida Santa Fé, 3954
  • Buenos Aires Grill — Avenida Corrientes
  • Pizzaria Guerrín — Avenida Corrientes
  • Alma Café — Calle Cerrito, 304 (perto do Obelisco e da casa de câmbio)
  • Confitería la ideal — Calle Suipacha, 384
  • Paulin y Café Paulin — Calle Sarmiento, 635
  • London City — Avenida de Mayo, 599
  • Il gatto — Obelisco — Avenida Corrientes, 959
  • Biutiful louge & restaurant — Galerías Pacífico (uma das entradas é na Calle Florida)
  • Kentucky — Obelisco — Avenida Corrientes, 961
  • Café y libros — Quiosque de café ao lado da Casa Rosada — Av. Hipólito Yrigoyen
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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Livros que comprei em Buenos Aires

sexta-feira, outubro 31, 2025 4

Como contei aqui, passei meu aniversário em Buenos Aires e é claro que eu aproveitei a viagem para fazer uma das coisas que mais amo: comprar livros!  YAY!

Trouxe cinco. E agora vou compartilhar um pouco dessas compras, assim como fiz com os que comprei n'A Feira do Livro.


Diario de la dispersión

Quando eu fiz a a disciplina de mestrado como aluna ouvinte lá na Unifesp, a professora Paloma Vidal nos apresentou o começo do livro Diario de la dispersión, da argentina Rosario Bléfari. Eu li aquelas páginas e fiquei encantada. Procurei para comprar aqui e não achei, por isso viajei na missão de trazer um exemplar comigo. Bléfari, assim como a Patti Smith, é uma multiartista, algo que me encanta e me inspira. 😍

Achei o livro no Mercado Livre, vendido pela livraria Libros Del Buen Leer (@delbuenleer). Pedi pra entregar na casa da Ayumi (quem tem amigo, tem tudo!) e trouxe feliz. 😁 Nem preciso dizer que ele passou na frente de todos os outros livros que tenho para ler, preciso?

Capa de Diario de la dispersión.

Livro: Diario de la dispersión
Autora: Rosario Bléfari
Editora: Mansalva
Páginas: 144
Gênero: Poesia e ficção latino-americana 
Apresentação: Pasaron las semanas, los meses, y en el camino muchas veces pensé que este era el diario de la dispersión pero también el diario de mi salud debilitada –aunque no hiciera alusiones directas a ella–, el diario de las despedidas, el diario de una mujer que responde a la obligación filial de hija única para salvarse a sí misma al mismo tiempo, el diario del amor, la maternidad y la amistad a distancia. Podría seguir cada tema sin mencionar los demás, pero explicitar parte o no explicitar nada se volvió un dilema. También estas dudas son parte del análisis de la dispersión. Puedo decir a esta altura que mi método funciona, estoy segura, pero este experimento se me fue de las manos: ahora todas las personas del mundo lo están probando. Algunos reniegan, otros gozan, algunos se angustian y otros se sorprenden. Desplegarse no es desaparecer, no es alejarse o ser voluble sin sentido. Rosario Bléfari.


Promoção de poesia

Na minha segunda semana de viagem, aproveitei o meu tempo para passear pelas inúmeras livrarias da Corrientes. Na Sudeste Libros (Corrientes, 1773), eu encontrei uma promoção que me chamou a atenção: 3 livros de poesia por 10000 pesos (cerca de 40 reais). Não pensei duas vezes. Peguei 3 de uma mesma coleção: antologias que apresentam as obras de seus autores.

Ironicamente, não escolhi nenhum argentino, mas isso não invalida o contato com a obra e com a língua espanhola. Dentre as opções disponíveis, li os poemas da quarta capa para fazer a escolha. 



O primeiro escolhido foi do mexicano Octavio Paz; o segundo foi o do poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca; por fim, o terceiro é do também espanhol Rafael Alberti. Sei que os três são famosos, mas não tive a oportunidade de ler a obra deles, então será um bom primeiro contato. 

Poema da quarta capa do livro do Octavio Paz:

Quiso cantar, cantar
para olvidar
su vida verdadera de mentiras
y recordar
su mentirosa vida de verdades.

Poema da quarta capa do livro do Federico García Lorca:

Yo me enamoré del aire,
del aire de una mujer,
como la mujer es aire,
en el aire me quedé.

Tengo celos del aire,
que da en tu cara,
si el aire fuera hombre
yo lo matara.

Poema da quarta capa do livro do Rafael Alberti:

Si mi voz muriera en tierra, 
llevadla al nivel del mar y
dejadla en la ribera.

Llevadla al nivel del mar
y nombradla capitana
de un blanco bajel de guerra.


El Ateneo Grand Splendid

Nas outras vezes em que fui a Buenos Aires, comprei CDs que não encontro por aqui, na El Ateneo Grand Splendid (Avenida Santa Fe, 1860). Desta vez, resolvi trazer um livro. E foi uma escolha difícil, porque eu fiquei na dúvida entre o que trouxe a Poesía completa, do Júlio Cortázar (que, pelo o que entendi, acabou de sair). Acabei optando pelo Poesía completa, da escritora argentina Alejandra Pizarnik, uma vez que já tinha comprado 3 livros escritos por homens. 

Ela é outra escritora que é famosa que eu nunca li. Então, nada melhor começar com a obra poética completa, não é mesmo?

Capa do Poesía Completa.

Livro: Poesía Completa
Autora: Alejandra Pizarnik
Editora: Lúmen
Páginas: 480
Apresentação: Alejandra Pizarnik es una figura de culto de las letras hispanas y una autora que se internó por infiernos raramente visitados por la literatura española. Su poesía se caracteriza por un hondo intimismo y una severa sensualidad o, en palabras de Octavio Paz, la obra de Pizarnik lleva a cabo una «cristalización verbal por amalgama de insomnio pasional y lucidez meridiana en una disolución de realidad sometida a las más altas temperaturas». Esta edición, a cargo de Ana Becciu, incluye los libros de poemas editados en vida de la autora y los poemas inéditos compilados a partir de manuscritos. Reseñas: «Sobre mi mesa, lleva semanas abierto el volumen que contiene la Poesía completa de ese irrepetible y doliente meteoro que fue Alejandra Pizarnik (1936-1972), de quien no me resisto a transcribir unos versos estremecedores: no atraigas frases / poemas / versos / no tienes nada que decir / nada que defender / sueña sueña que no estás aquí / que ya te has ido / que todo ha terminado.» Manuel Rodríguez, Babelia «La palabra parece la guarida que no siempre es capaz de proteger. Su poesía es luminosa en la oscuridad; provoca vértigo, perturba; las ausencias pesan y la belleza desgarra.» Estandarte

Post em vídeo

Gravei um vídeo em que mostro mais de cada livro. Para assisti-lo, clique aqui ou aperte o play abaixo:


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domingo, 26 de outubro de 2025

Tricotando no avião: como levar o seu projeto sem problemas

domingo, outubro 26, 2025 8
Tricô e viagem sempre se dão bem!

Ano passado eu resolvi que queria sempre ter um projeto de aniversário, algo que colocasse as minhas mãos e a minha arte em movimento. Comecei com a manta do clima (você ler sobre ela aqui, ou vê-la no meu canal, no YouTube) e, para este ano, resolvi fazer mais uma versão do Hope Summer Top (receita gratuita, em inglês e em espanhol, feita pela Nerea Moreno, disponível aqui).

Minha primeira versão do HOPE Summer Top.


A primeira vez que fiz essa blusa foi em 2023. Usei o fio Verão, da Círculo, na cor azul bic. Embora a proposta desse fio seja ele ser fresco, confesso que achei que a blusa ficou um pouco quente pro clima cheio de ondas de calor de São Paulo. Acabei vestindo-a mais no período de meia-estação. (Parece que o verão de 2026 será mais fresco, então, espero usá-la mais vezes).

Tendo tudo isso em vista, resolvi tecer a mesma blusa, usando o fio Anne Natural (também da Círculo). Como iria viajar, decidi que este também seria o meu projeto de viagem (além de ser o de aniversário).

Preparativos para a viagem

Comprei dois novelos; mas, ao fazer a amostra de pontos, notei que este é um fio que rende. Resolvi que levaria apenas um na viagem, uma vez que sabia que não terminaria a blusa toda por lá. 

Sobre a escolha da agulha, abri mão da minha preferida, a de metal. Sabia que poderiam implicar com ela, ao passar nos raios-X dos aeroportos. Sendo assim, escolhi a circular de bambu + silicone (com cabo de 80 cm, porque eu gosto de ter espaço, mesmo tricotando reto).

De material auxiliar, separei dois marcadores de plástico (um para a divisória do decote e outro para prender os fios da costura); um bloquinho de anotações e uma caneta; um parador de pontos de silicone para o fim da agulha e uma fita métrica.

Materiais levados na viagem. Blusa com tecitura já mais avançada.

Resolvi não levar tesoura. Como escolhi fazer a peça inteira com um fio só (sem as listras coloridas do original) sabia que só precisaria de cortar o fio duas vezes. Eu o fiz arrebentando com as mãos, mesmo. Mas nada que pedir um corte na recepção do hotel também não funcionasse. (Ao que me parece, é possível levar uma tesoura pequena no avião, desde que ela tenha menos de 10 cm de lâminas. Se você quiser levar uma na sua viagem, informe-se com a companhia aérea para ter certeza de que é isso mesmo.)

Para evitar de montar a peça no avião, comecei uns dias antes e já fui com a barra da blusa tricotada (viajei com uma amiga e achei que seria chato ter que ficar contando os pontos na hora da montagem da peça na agulha, estando com ela e mais um monte de gente ao redor).

No aeroporto e no avião 

Para facilitar, a bolsa de tricô era o item mais fácil de tirar da mochila que levei como mala de mão. Tanto em Guarulhos, quanto no Aeroparque, na ida e na volta, ninguém no raio-X pediu para ver o meu material de tricô.

No avião, coloquei a mochila nos meus pés, o que facilitou de eu pegar e guardar o projeto durante o voo. Tricotar foi bem tranquilo e relaxante. Ajudou o tempo a passar depressa e a acalmar a ansiedade do "chegar logo".

Sobre o projeto escolhido

Acho que fiz uma boa escolha em levar o Hope Summer top pra viagem. Ele é um projeto que não exige muito espaço na bagagem ou muitos materiais. Além disso, a receita é simples, sem pontos decorativos. Aquele tipo de trabalho que você não precisa ficar pensando muito, que é possível fazer enquanto conversa com alguém.

Penso que considerar o tamanho do projeto, a sua complexidade e o perfil da sua viagem é importante ao levar o seu tricô na bagagem (não seria viável, por exemplo, levar a manta do clima, que já estava enorme e volumosa e que envolve muitos novelos de cores diferentes).

Sobre o fio, o Anne Natural solta alguns fiapinhos enquanto a gente tece. Nada que continue depois que a peça já está pronta.  Isso pode ser ruim para algumas pessoas (a mim, não me incomoda). Eu gostei de dois pontos: um é que ele rende muito (um novelo deu para fazer a frente e mais da metade das costas da blusa), o outro é que ele desliza muito na agulha. Mesmo usando uma agulha fininha, o trabalho rendeu rápido.

Durante a viagem eu consegui fazer mais da metade da peça, mesmo tricotando em momentos esporádicos, como antes de dormir. 




Recapitulando

1. Escolha um projeto pequeno, que envolva poucos materiais e que tenha um nível de complexidade que se encaixe bem com a sua viagem;
2. Evite agulhas retas (as mais antigas têm metal dentro) ou de metal. Opte pelas de plástico ou pelas bambu + silicone. Também evite as que sejam mais pontiagudas. Assim, você se poupa de ter que se explicar no raio-x ou de ter que jogar fora as suas agulhas.
3. Faça a mesma coisa com os assessórios: opte por marcadores e agulhas de tapeçaria que sejam de plástico. Se for levar tesoura, certifique-se de que a sua atende às orientações da companhia aérea.
4. Deixe o seu material o mais fácil possível de pegar e guardar. De preferência, perto dos seus pés (não no bagageiro acima. Assim, você não precisa ficar se levantando e se sentando, principalmente se estiver nas poltronas da janela ou na do meio).
5. Divirta-se e tenha, ao final da viagem, uma peça que te remeta às boas lembranças daquele período! 😉
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domingo, 19 de outubro de 2025

{Vou por aí} Visitando o Ecoparque em Buenos Aires

domingo, outubro 19, 2025 6


Quem acompanha o blog há muito tempo sabe que eu visitei o zoológico de Buenos Aires em 2015. Em 2016, o zoo fechou. Após uma reforma e da recomendação de boa parte dos animais, o espaço foi reaberto em formato de Ecoparque. Portanto, chegou a hora de atualizar o post antigo.

Como chegar

A estação de metrô mais próxima é a Plaza Itália (Línea D - Verde). Entretanto, durante a minha vista a Buenos Aires, essa estação estava em reforma. Desci na Scalabrini Ortiz (que fica a 3 ou 4 quadras - pequenas - dali).

Vista do lago localizado logo após a entrada.

Sobre a entrada

A entrada é gratuita para argentinos, residentes e estrangeiros. É preciso, entretanto, passar por uma catraca. A entrada é dividida entre catracas para estrangeiros, para grupos de estudantes, para residentes, para aposentados etc. Não perguntei, mas creio que seja para controle de quantos e quais são os vistantes do espaço.

Sobre alimentação e banheiros

Cafeteria localizada na entrada. Além dela, há outros estabelecimentos que vendem comida.

Além de uma cafeteria, há vários quiosques e food trucks vendendo todos os tipos de lanchinhos (medialuna, choripán, empanadas, cupnudles, refrigerantes, água e guloseimas de todos os tipos). Eu não usei os banheiros, mas há vários dentro do parque.

Sobre os animais

Neste recinto há um casal de aves que não podem mais voar e que, portanto, não pode ser reintroduzido na natureza.

A maioria dos animais do zoológico foi remanejada para outros espaços mais adequados ou devolvidos à natureza (quando possível). Há alguns animais expostos, mas achei muito bacana que em todos os recintos há placas explicando o motivo de eles estarem lá: desde onça-parda (puma) nascida em cativeiro, que não pode ser solta, até duas fêmeas de bisão que estavam no zoológico e são muito idosas para se mudarem.

Todos os animais que estão lá têm uma plaquinha como esta explicando o motivo.

Além disso, em todos os espaços de animais há a inscrição de que animais silvestres não são de estimações. 



Maras e pavões continuam soltos pelo parque. 😉

Educativo e trabalho ambiental

Visitei o parque numa quinta-feira. Havia vários grupos de estudantes circulando com seus professores. Também havia grupos fazendo visitas guiadas. Dentro do parque existe uma biblioteca que pode ser visitada às quintas e sextas-feiras às 15h. (Informações oficiais aqui).

Árvore de flores bonitinhas.


No Ecoparque há todo um trabalho ambiental que é desenvolvido no sentido de preservar as espécies tanto de fauna quanto de flora. Eles ajudam na reabilitação de animais e na soltura, quando possível.

Além disso, ao longo do passeio é possível ver algumas obras de arte, a exemplo da escultura abaixo:


Lojinha

Eu não entrei, mas há uma loja em que é possível comprar lembrancinhas e pelúcias de recordação e para dar de presente.

Quer visitar também?

Várias borboletas polinizando o parque.

Então anote aí:

Ecoparque Buenos Aires
Estação de metrô mais próxima: Plaza Itália (línea D) - se ela ainda estiver em reforma, a mais perto é a Scalabrini Ortiz (também da Línea D).
Entrada pela Plaza Itália
De terça a domingo e feriados, das 10h às 17h. 
Fechado quando chove.
Gratuito.

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domingo, 12 de outubro de 2025

{Resenha} Cartas perto do coração, de Fernando Sabino e Clarice Lispector

domingo, outubro 12, 2025 5


Cartas perto do coração é um livro editado por Fernando Sabino, que reúne as correspondências trocadas entre ele e Clarice Lispector entre os anos de 1946 a 1969. Àquela época, Sabino morava no Rio e viajou um tempo a Nova York, já Clarice se dividiu entre estar parte deste período em Berna, na Suíça, parte nos Estados Unidos.

Fiz a leitura do livro durante a minha viagem a Buenos Aires e começo dizendo que foi uma excelente escolha. A obra é leve, e as cartas são curtas e sinceras, o que torna as Cartas perto do coração como o próprio título diz: aquela companhia que nos deixa com o coração quentinho.  

Li de novo e fiquei tão contente… Foi de novo uma carta sua, e uma conversa. Fiquei animada, não importa que daqui a pouco acabe e eu vá com alma morta para a costureira… O que importa é que fiquei como estou agora, bem na primavera. De repente me pareceu que eu devo continuar a trabalhar, que tudo está ruim, mas que é assim mesmo, que as coisas são desconhecidas até que rebentam numa conhecida, a pessoa que está só no mundo de modo que deve tomar certas providências urgentes de silêncio e meditação, já que não se sabe nem se pode agir, e de que de vez em quando a gente pode receber este presente gratuito que é a palavra amiga de um amigo, e suponho que se há compensação e não vejo por que ela haveria de ser maior — esta já é grande e é mais do que se merece. 
Clarice Lispector em carta a Fernando Sabino. Como datou a própria autora: Europa, Suíça, Berna, Ostring, 5 de agosto de 1946, segunda-feira de manhã, 10 horas menos 10 minutos.

É muito bonito ver a franqueza maravilhosa com que cada amigo se abre nas missivas, uma vez que os autores conversavam sobre absolutamente tudo: desde a viagem da Clarice ao Egito (e o assombro que ela sentiu ao ver a Esfinge), passando por sonhos tidos durante o sono, pelo divórcio de Sabino e a relação dele com os filhos, pelos respectivos processos de escrita, pela solidão de estar em um país tão diferente do Brasil, pelo medo de ter o manuscrito rejeitado, pelos pedidos de ajuda para encontrar locais para publicar quando o dinheiro faltou. 

Nova edição, em capa dura.

Tanto para quem é um escritor, quanto para quem é leitor curioso, é interessante notar que tanto alguns alguns desafios, quanto a inquietação e o instinto profissionais se mantém ainda hoje. A angústia de escrever sem ter a certeza de que o texto está bom, a busca por um título que seja eficiente, o compartilhar com o par, a dúvida de ser publicada, a pressa em querer ser lido. Tudo isso se apresenta no livro. Além disso, Sabino faz algumas leituras críticas de alguns textos de Clarice, e é muito banca vê-los conversando sobre isso, acatando (ou não) as sugestões dadas por ele.

É em verdade um conto tão bonito, Clarice, um conto que só se escreveria na Europa, na Suíça. Por ele, posso perceber uma coisa muito mais importante do que a própria importância do conto: que você está escrevendo bem, com calma, estilo seguro, sem precipitação. Talvez porque agora você já não esteja sofrendo muito, mas sofrendo bem: é uma diferença bem importante, para a qual o Mário sempre me chamava a atenção. A gente sofre muito: o que é preciso é sofrer bem, com discernimento, com classe, com serenidade de quem já é iniciado no sofrimento. Não para tirar dele uma compensação, mas um reflexo. É o reflexo disso que vejo no seu conto, você procura escrever bem, e escreve bem. Me deu vontade de enunciar agora um truísmo: 'O problema para quem escreve é antes de tudo um problema literário.' Álvaro Lins.
Fernando Sabino, em carta a Clarice Lispector, escrita em Nova York, datada de 17 de setembro de 1946.

Para quem tem medo de ler os romances da Clarice, penso que este livro é uma boa porta de entrada na literatura dela (assim como os de crônicas), justamente porque mostra dois pontos fundamentais: o primeiro é como a cabeça dela funcionava; já o segundo, é porque o livro a tira deste lugar de musa indecifrável da literatura brasileira (que muitos críticos e leitores a colocou) e a põe num lugar humanizado, gente como a gente, que abre o coração para um amigo querido. 

Capa da versão brochura.

Livro: Cartas perto do coração
Autor: Fernando Sabino (e Clarice Lispector)
Páginas: 208
Editora: Record
Gênero: Cartas
Apresentação: A longa e profunda amizade entre dois dos mais importantes escritores brasileiros reflete-se nas cartas trocadas por eles entre 1946 e 1969. Permeada pelo espanto e fascínio dos autores ante o futuro, Cartas perto do coração traz a correspondência entre Fernando Sabino e Clarice Lispector e permite, a reboque, descobrir o mundo interno desses dois escritores quando jovens.Na última fase da vida de Clarice Lispector surgiram-lhe outras relações de amizade, mas o relacionamento entre ela e Fernando Sabino foi o primeiro e um dos mais intensos desde o início de sua carreira literária. Em janeiro de 1944, Sabino mal havia completado vinte anos e recebia, em Belo Horizonte, onde morava, o exemplar de um romance chamado Perto do coração selvagem, com uma dedicatória da autora, Clarice Lispector, ainda desconhecida do grande público. “Fiquei deslumbrado pelo livro,” confessa Sabino.Depois de apresentados um ao outro por Rubem Braga, os dois começaram uma amizade marcada pelo convívio diário e conversas marcadas em confeitarias da cidade. Uma ligação retratada em Cartas perto do coração. A amizade continuou , através dessas cartas, com uma freqüência só interrompida quando se encontravam os dois no Rio de Janeiro. “Trocávamos idéias sobre tudo,” conta Sabino. “Submetíamos nossos trabalhos um ao outro. Reformulávamos nossos valores e descobríamos o mundo, ébrios de mocidade. Era mais do que a paixão pela literatura, ou de um pelo outro, não formulada, que unia dois jovens ’perto do coração selvagem da vida’: o que transparece em nossas cartas é uma espécie de pacto secreto entre nós dois, solidários ante o enigma que o futuro reservava para o nosso destino de escritores.”

PS: eu li a edição em brochura, da capa branca. Agora saiu a edição em capa dura, com prefácio da Nadia Battella Gotlib. Mais informações sobre a edição nova, aqui.

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domingo, 21 de setembro de 2025

Presente: a colheita do cultivo

domingo, setembro 21, 2025 4
Foto feita por mim da vista do hotel. :)


Há muitas maneiras de se colocar no mundo. Uma delas, talvez a principal, é se vendo presente nele. Estar em um lugar sem internet móvel, caminhar sem preocupação, comprar um livro preferido, celebrar o aniversário à beira do rio. Ser mar. Desaguar. Ver e ser vista, nos caminhos, no trabalho, nas relações, na vida. 

Nunca esperei que passaria o meu aniversário na minha cidade preferida, caminhando com a minha amiga à beira do cais, vendo e ouvindo pessoas falando a minha segunda língua ao meu redor, comendo as minhas iguarias preferidas. Visito igrejas que queria conhecer desde a década passada. Peço, agradeço e sonho. O ritmo é outro, porque o caminho é outro. O mundo não gira, ele capota, e eu aceito as múltiplas camadas que ele me apresenta. 

Recebo felicitações inesperadas. 
Sorrisos reais e virtuais. 
Abro espaços: dou informações com a confiança de um local. Ouço minhas músicas preferidas vindas de autofalantes que não são os meus. Percebo que carrego o que preciso comigo: conhecimento e generosidade. Os pequenos sinais existem para quem está atento a ouvir. 

A colheita é fruto do meu trabalho interno. Me reconheço em épocas que não vivi, muita familiaridade em espaço-tempo desconhecido. Recompensa codificada, mensagem decifrada. Nada mais importa quando encontramos a paz. 

Uma próxima fase: olho para o passado para refletir sobre o futuro. Renasço no caminho das borboletas. Elas me guiam à entrega: a transformação é garantida e é bonita. Aterro a minha energia, troco sorrisos e a vida se torna abundante em sua mudança. Uma nova etapa se inicia, enquanto cruzo o portal. O meio do caminho é um mistério. 

Há magia. 
Há criatividade. 
Há amor. 

Tudo isso é poder.
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domingo, 14 de setembro de 2025

Crisálida

domingo, setembro 14, 2025 2
Imagem por Pon Malar - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0 
(fonte: Wikipédia)


A pausa. O silêncio. Ouvir quando se morar numa megalópole, em tempos de celular como extensão do corpo, é um processo complexo. É preciso cavar tempo para o desdobramento interno. Parar e escutar sem julgamentos. De onde vêm o amor, o cansaço, a euforia, a tristeza… a força para acordar cedo é fruto da descoberta que o corpo fala com movimentos nunca vistos?

Como muitas das minhas contradições, apesar de ser uma pessoa noturna, sou solar. Amo os ruídos da noite: tricotar em silêncio quando um carro passa distante, ao mesmo tempo em que bebo o meu chá depois de ver uma partida de futebol na TV. Escrever depois disso o registro desse turbilhão silencioso, me deitar num lençol recém-trocado, dormir o sono dos justos. Amo a noite e sou capaz de ficar horas desfrutando de sua brisa fresca fruto de um dia quente. 

Entretanto, sou uma apaixonada pelo sol e pelo verão. Neste ano tivemos um inverno que, ao menos para mim, me pareceu mais rigoroso. Sofri demais. O corpo parecia enferrujado, mesmo fazendo aulas de dança e de Pilates. O humor estava sem disposição alguma, ainda que os exames de sangue dissessem que está tudo bem. O nublado, o frio, a pouca chuva que traz consigo a secura do ar. Tudo me faz ser uma pessoa que tem certeza de que não aguentaria viver em nenhum destes países do Hemisfério Norte, em que o dia quase não existe durante a estação mais fria do ano.

Gosto de observar, entretanto, as estações. Elas me mostram o quanto nada é permanente. Estamos no fim do inverno e nesta semana eu pude notar os primeiros sinais da primavera dando um "oi" lá no horizonte: a luz solar despontando mais cedo e iluminando toda a cozinha pela manhã, bem-te-vis fazendo a sua sinfonia horas antes do esperado e sabiás soltando os primeiros pios, calor que começa antes das 10 e vai crepúsculo adentro. Tudo corroborando para um renascer. 

Quando a natureza renasce, eu renasço junto. Não só porque eu sou parte do todo, mas porque sou solar. Sou expansão. Sou calor. Sou inteira. 

Clarice dizia que se sentia morta quando não escrevia. Os primeiros meses de 2025 foram difíceis pra mim, porque entendi exatamente o que ela queria dizer com isso. Mesmo me forçando a comparecer diariamente ao meu ofício, algo esteve minimamente semimorto.  Cobra trocando de pele. Ovo virando lagarta. Lagarta se recolhendo em casulo. Casulo envolvendo crisálida. Seda. Crisálida poética e machadiana. 

Aprendo com a natureza. 

Embora ainda não tenha muita clareza. Surrender. O que é o "render-se" afinal? O deixar fluir ainda me vem cheio de interrogações. Tento relaxar os ombros, abrir espaço.

Observo. 

Provavelmente a lagarta não recolhe pensando que vai vai se tornar mariposa ou borboleta. Ela só vai. Eu apenas fui, vou, irei.

A vida é bela mesmo em seus tropeços.

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domingo, 7 de setembro de 2025

Defenestração

domingo, setembro 07, 2025 3


Fenestra é janela em latim. De- é um prefixo, também latino, que significa movimento de cima para baixo. Logo, podemos descrever a ação de atirar algo pela janela como defenestrar, e o ato, em si, como defenestração.

Embora seja professora de língua portuguesa, não estou aqui para dar aula sobre a origem das palavras. Tampouco, para dizer que aprendi a etimologia de defenestração nas aulas de latim ou lendo algum dos (maravilhosos!) livros do Caetano W. Galindo. Escrevo hoje na tentativa de defenestrar no papel algumas palavras carinhosas a pessoa que me ensinou o significado do vocábulo de uma maneira muito mais engraçada do que o primeiro parágrafo metódico do meu texto. Tal pessoa é Luis Fernando Veríssimo.

Quando criança, meu pai trabalhava na editora Abril. Ele sempre trazia um exemplar da Veja e da Veja SP para casa. Eu, por minha vez, sempre folheava as revistas nada atrativas para uma criança e lia aquilo que conseguia compreender: a última página, a página das crônicas. 

Claro que, naquela época, eu não entendia que crônica era um gênero discursivo que, como explicou o Antônio Cândido no famoso texto publicado na coleção Para Gostar de Ler, fala sobre temas ao rés do chão. Lia porque a simplicidade me divertia. 

Anos mais tarde, já frequentando a biblioteca, descobri aquele autor meio careca, meio gordinho, que tinha muitos — mas muitos MESMO — livros publicados em que narrava cenas do cotidiano. As tais das crônicas. Comecei com as Comédias para se ler na escola e não parei mais. Veríssimo, pra mim, tornou-se sinônimo de verdade, uma verdade íntima que me revelou uma epifania solar: também queria escrever acerca dos causos e mais causos que tanto observara. 

No meio de todos aqueles textos, lá estava a tal da Defenestração

Se hoje defenestro, do alto da minha caixola, palavras no papel, é porque antes de mim houve um Luis Fernando (veja só, Fernando, assim como eu!), que do alto de sua timidez não deixava de observar (!!!) tudo ao redor e que fazia questão de amar a língua como instrumento não só de trabalho, mas de vida. Por isso, a notícia de sua passagem, me deu um nó no peito. Perdemos um dos grandes!

O nó veio por saber que ele é eterno; mas, agora, etéreo. Sublimou-se em sua presença física, não vai mais defenestrar palavras sobre nós, ainda que seu legado se sustente firme, forte, sorridente, crítico e bem-humorado. 

Certa vez ouvi o Mick Jagger dizendo que só se sente velho quando ele vê alguém que ama partindo. A idade pesou por aqui, no dia em que o Veríssimo se foi.

Mas, para não terminar esta crônica de maneira tão solene e triste (acho mesmo que o Veríssimo detestaria isso), deixo abaixo a Defenestração, do próprio autor — muito melhor do que as minhas palavras, que de sinceras soam piegas. Divirtam-se:

Luis Fernando Veríssimo
(Imagem: Unesp/divulgação)


Defenestração

Luis Fernando Veríssimo

Certas palavras tem o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A falácia Amazônica. A misteriosa falácia Negra. 

Hermeneutas deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria. 

Os hermeneutas estão chegando! 
— Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada... 

Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisa recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. 

— Alô... 
 O que é que você quer dizer com isso? 

Traquinagem devia ser uma peça mecânica. 

— Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto. 

Plúmbeo devia ser o barulho que o corpo faz ao cair na água.

Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um som lúbrico. Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres: 

— Defenestras? 

A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas... Ah, algumas defenestravam. 

Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria assim defenestradores profissionais. 

Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? "Nestes termos, pede defenestração..." Era uma palavra cheia de implicações. Devo tê-la usado uma ou outra vez, como em: 

— Aquele é um defenestrado. 

Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada era a palavra exata. Um dia finalmente procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. "Defenestração" vem do francês "defenestration". Substantivo feminino, ato de atirar alguém ou algo pela janela. 

Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal,não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração? 

Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. 

— Les defenestrations. Devem ser proibidas. 
— Sim, monsieur le ministre. 
— São um escândalo nacional. Ainda mais agora, com os novos prédios. 
— Sim, monsieur le ministre.
— Com prédios de três, quatro andares, ainda era admissível. Até divertido. Mas daí para cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: "Interdit de defenestrer". Os transgressores serão multados. Os reincidentes serão presos. 

Na Bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes. 

— É essa estranha vontade de atirar alguém pela janela, doutor...
— Hmm. O impulsus defenestrex de que nos fala Freud. algo a ver com a mãe. Nada com o que se preocupar — diz o analista, afastando-se da janela.

Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada.

Na lua-de-mel, numa suite matrimonial, no 17º andar.

— Querida...
— Mmmm?
— Há uma coisa que eu preciso lhe dizer...
— Fala amor.
— Sou um defenestrador.

E a noiva, em sua inocência, caminha para cama:

— Estou pronta para experimentar tudo com você. Tudo!

Uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:

— Fui defenestrado...

Alguém comenta:

— Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela!

Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar essa crônica. Se ela sair é porque resisti.

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Defenestração. In: O nariz e outras crônicas. 6.ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 82-84.


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