domingo, 2 de dezembro de 2018

21:19

Relógio do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.

O relógio marcava nove e dezenove, mas foi aquele ponto no negro que me chamou a atenção. Não os sons de quem ia e vinha, não a decoração de Natal com cheiro de novidade, não os carros, que tediosamente paravam no farol vermelho a cada quarteirão. O que numa fração de segundos de um dia exaustivo me fez congelar aquilo que sentia foi a lua tímida em um céu sem estrelas. Veja bem, era fácil competir com as estrelas, porque, ainda que elas não dependam de nada para bilhar, lua, estrelas, planetas, tudo faz parte do mesmo céu infinito.

Aqui do chão que toca os meus pés, contudo, a competição era de outra ordem, a lua competia com o homem. Sim, com aquele mesmo que resolveu empilhar pessoas em prédios cada vez mais altos e que, também por uma fração de segundos, decidiu colocar um relógio digital no topo do Conjunto Nacional.

Naquele piscar de olhos, não consegui chegar à conclusão alguma sobre a humanidade que se perde empilhada nas alturas; mas, rapidamente percebi que aquela vida que acontecia às nove e dezenove me convidava para ser poesia.

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2 comentários:

  1. Oii Fê!
    Que belo olhar poético para o relógio do conjunto nacional :)

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  2. Que graça de texto. Vivemos momentos mágicos mesmo.
    Bom restante de semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

    ResponderExcluir

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Algumas Observações | Ano 18 | Textos por Fernanda Rodrigues. Tecnologia do Blogger.