Era sábado de inverno. Eu caminhava pela avenida movimentada, observando a todos que iam e vinham. Naquela tarde fria, as pessoas estavam numa tentativa quase desesperada de caminhar no pouco da luz do sol que banhava a calçada. Conversas em diversas línguas chegavam aos meus ouvido, quando ouvi uma voz ao meu lado dizer:
- Observe, é assim que se faz - então, aquele homem alto subiu em um skate e partiu com os cabelos ao vento e um sorriso nos lábios.
Ao meu lado, ficou um menino de uns 6 ou 7 anos, que observava todos os movimentos do skatista. Quando o homem finalmente parou a alguns metros de distância, o garoto correu feliz em sua direção:
- Pai, agora é a minha vez! Fica olhando!
Sorri. A partir daquele momento ele não tinha só o pai de expectador, eu também passei a caminhar, vendo aquela cumplicidade toda. Era claro que o garoto queria aprender, mas também era nítido como ele queria que o pai se orgulhasse dele.
O menino subiu oscilante no skate. O pai ainda colocou as mãos nas costas do filho, a fim de lhe dar um pouco mais de equilíbrio, contudo o garoto quis seguir sozinho. E foi que foi. A princípio olhava para trás por curiosidade; depois, apenas sentia o vento no rosto. Queria ir longe. Chegou à esquina, mas - ao invés de descer do skate e esperar pelo pai para atravessar para o próximo quarteirão - arriscou: fez uma curva e voltou de encontro ao seu grande mestre.
Durante o seu retorno, viu os dois sorrisos repletos de orgulho: o do pai e o meu. Definitivamente, aquele era apenas o começo de uma aula repleta de amor.
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lindo! só acho que quando crescer quero escrever como você. :D
ResponderExcluirLu, obrigada pelas palavras e pelo carinho! :)
ExcluirVocê é fantástica também! ;)
Beijos!