terça-feira, 25 de agosto de 2015

Achados fotográficos #8: entrevista com a fotógrafa Andréa Paes, do Fotometrando

Olá, pessoal!
Hoje a coluna Achados Fotográficos volta com mais uma entrevista, de uma fotógrafa talentosíssima, a carioca Andréa Paes.

Desde já, muito obrigada por ser tão gentil e por compartilhar tantas ideias bacanas por aqui, Andréa! ♥ Certeza que todo mundo gostará muito de conhecer o seu trabalho!

Agora, vamos à entrevista? ;)

Foto: Andréa Paes, Fotometrando

1. Como você começou a se interessar por fotografia? Como surgiu a ideia de transformar a arte em profissão?
Desde que nasci minha mãe contratava fotógrafos profissionais para nos fotografar. A estética da foto bem feita me acompanhou desde então. Assim, toda vez que tinha uma câmera nas mãos, buscava a foto perfeita. E, claro, se eu estava numa turma, sempre davam a câmera pra mim, porque diziam que eu fazia as pessoas ficarem mais bonitas. Rs Não foi uma escolha. Nem a paixão pela fotografia. Foi a paixão pelas pessoas. Em vê-las ficarem felizes com o resultado do que eu fotografava. A fotografia veio como profissão, porque mesmo que acontecesse algo que me parasse – a carreira é dificílima – sempre vinham mil motivos pra continuar. Pessoas que queriam me contratar, amigos me ajudando, etc. Fotografar está para mim, como o mar para a areia da praia.

2. Você costuma fotografar casamentos, famílias e eventos. Qual destes temas o mais desafiador? Qual deles você gosta mais?
Todos os eventos envolvem pessoas. Fotografá-los fica prazeroso ou não dependendo do clima, das pessoas, do meu cliente, do amor envolvido. É desafiador, quando meu cliente está fora do clima. Se é ele que me inspira, e ele está fora do ar, preciso buscar quem me inspire pra fazer um bom trabalho.
Já ocorreu de eu focar na mãe de uma noiva, por exemplo, e não na noiva. Na avó de um aniversariante, e não nos pais dele. Na felicidade do empregado mais humilde de uma empresa, e não no luxo dos seus empresários e sua festa. Na equipe de um trabalho e não no meu cliente que os contratou. O que eu gosto mais? O que for mais verdadeiro, mais amoroso, que envolva uma história de conquistas, onde o ego não tenha lugar.

Foto: Andréa Paes, Fotometrando.

3. Como você resolveu que queria focar o seu trabalho nestes três temas e não em outros?
Ah, eu primeiramente queria jornalismo. Sair pelo mundo afora buscando histórias para divulgar em revistas. Mas minha vida não comportava. Crianças me renovam. Comecei por elas. E as oportunidades foram aparecendo. Não foi foco. Foi o prazer de fazer. De estar aberta a coisas novas, a experimentar de tudo. 

4. Você tem algum fotógrafo cujo trabalho lhe inspire? Quem é e por quê?
Claro! Vários! Cada um por um motivo único. Não existe fotógrafo perfeito. Mas vou citar um só: Janusz Kaminski. Ele é diretor de fotografia e fotógrafo dos filmes do Spielberg, desde Schindler’s List [A lista de Schindler]. Amo tudo dele! Detalhista, apaixonado, intenso...

Foto: Andrea Paes, Fotometrando.

5. Você consegue mensurar o quanto a sua vida mudou depois que a fotografia passou a ser parte dela? Qual foi a melhor coisa que lhe aconteceu por você ser fotógrafa?
A fotografia me trouxe amigos. A fotografia me preenche. Tenho sempre um motivo a mais pra fazer qualquer coisa. Não é o aspecto financeiro, até porque não se fica rico fotografando. Você pode ficar rico através da fotografia, mas fazendo mais do que fotografar.
Fotografar me dá o privilégio de viver a felicidade das pessoas. Comemorar com elas, acompanhar sua história! E ainda ganho abraços agradecidos, sorrisos, amizades sem fim. Tem coisa melhor?

6. Qual é o maior desafio da sua profissão? Como você costuma superá-lo?
O maior desafio é a parte financeira. Saber equilibrar sua vida em cima do valor do seu trabalho. E depois a autopromoção. Taí uma coisa que não sei fazer. Então, com medo de ir, vou com medo mesmo! Superar é nunca desistir.

7. Você já passou por algum momento engraçado, difícil e/ou constrangedor por causa de alguma foto que quis tirar? Como foi isso?
O mais difícil: a dor. Depois de 10h de cobertura, 2 dias anteriores fotografando, e ter de manter a paixão, a postura, mente e corpo ativos pra durar mais umas horas de festa. Principalmente depois de algum acidente – pisões que parecem ter quebrado todos os ossos do pé, ou outros piores, onde quase fiquei sem andar.
Engraçado/constrangedor: escorregões no tapete das igrejas, ou posições esdrúxulas pra conseguir um ótimo ângulo, onde só vejo a situação depois de fotografar, quando olho ao redor e as pessoas estão boquiabertas, rindo e tal.. ahahahahaha

Foto: Andréa Paes, Fotometrando.

8. As redes sociais popularizaram muito a fotografia. Como você vê isso? Você acha que isso interfere de alguma maneira no trabalho dos fotógrafos?
Sim, interfere muito! Mas tudo tem seu lado bom e ruim, né? É bom pra divulgar, mas é ruim pelo direito autoral. Roubam muitas fotos, utilizando-as como próprias. É uma dor de cabeça que todos temos. Tem muita foto minha usada até pra divulgação de fotografo que mal sabe pegar numa câmera. E isso acontece em todas as áreas. É papo pra mais de metro!

9. Hoje muita gente deseja levar a fotografia mais a sério. Qual conselho você daria a estas pessoas?
Prepare-se. É preciso muita grana! É como abrir uma empresa. Precisa juntar um capital, equipar-se – e não estou falando só de ter uma câmera. Não basta fazer foto bonita, tem de gostar do que você vai fotografar. Não entre nessa pelo ego e pelo glamour. Porque essa será sua ruína. Não olhe pro coleguinha como seu concorrente. Olhe como seu colega de trabalho. Estão todos no mesmo barco. Postura, respeito, conhecimento de marketing, conhecimento de equipamento, conhecimento do que você quer fotografar.
Entenda antes para praticar depois. Tenha um professor, mentor, trabalhe como assistente antes de entrar nessa sozinho. Talento é a última coisa que você precisa ter. Você não precisará ser o melhor fotógrafo pra ter trabalho. Você precisará sempre trabalhar melhor para ser um fotógrafo requisitado.

Foto: Andréa Paes

Quer ver mais do trabalho da Andréa Paes? 

E até a próxima! 
:*
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11 comentários:

  1. Gente, que mulher incrível <3 Já a admiro por tudo que ela disse, mas principalmente, pelo trabalho lindo, mdsssssssssss <3
    Tenho uma certa paixonite por fotografia, mas não pretendo seguir nessa carreira.

    Beijos,
    tea-with-cake.net

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    1. Além de talentosa, a Dehynha é muito doce! Um amor!
      Entendo a sua admiração!

      Beijos!

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  2. Não conheço pessoa mais capaz de traduzir emoções do que ela... A luz mais perfeita... O ângulo ideal... A fluidez pra fotografar até as pessoas mais difíceis... Não troco por nenhum outro do mundo! Já faz parte da família e de todos os momentos...

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    1. Isso é tão lindo! É ótimo quando a gente encontra um profissional que possa confiar tanto ao ponto de se tornar amigo! :)

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  3. Que bacana! Normalmente, a justificativa (bastante razoável, diga-se de passagem) para fazer da fotografia uma profissão é justamente a "paixão por fotografia", compor os cenários etc. É legal ver uma fotógrafa cujo foco são as pessoas, adorei as fotos dela <3

    Beijos, Vickawaii
    http://finding-neverland.zip.net

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    1. Acho que fotografar pessoas é uma das coisas mais difíceis! Você tem que captar os sentimentos, algo que é muito complicado. A Dehynha faz isso de uma forma exemplar! Ela consegue pegar o melhor de cada um, e eu a admiro por isso.

      Beijokas!

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  4. Que fotos maravilhosas, eu mesmo adoro fotografar é um prazer. No meu caso eu passei a enxergar as coisas com outros olhos, a ver detalhes que antes me passavam desapercebido.
    Adorei a entrevista..

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    1. A fotografia nos permite buscar por outro ângulo. Isso é o mais lindo! :D

      Beijos!

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  5. Ela é um arraso! Não tem quem não a ame muito mais depois de um trabalho! Acaba fazendo parte de todas as famílias.

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    1. É lindo ver esse tipo de feedback para alguém que admiro tanto! :)

      Obrigada pelo comentário!

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  6. Ela é uma querida!
    O amor é realmente visível em tudo o que ela faz! :D

    Beijos pra vc tbm! :D

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